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terça-feira, 2 de abril de 2013

Primeiro, a lição de casa

A manchete desta Gazeta, publicada na edição do último domingo (Controladores de semáforos vão multar quem passa no vermelho) pode levar a um juízo apressado, de que uma nova ferramenta se somará àquelas destinadas a engordar a arrecadação do governo municipal, enfiando goela abaixo do contribuinte mais uma penalização, revertida aos cofres públicos em dinheiro vivo. E fácil. Posso adiantar, sem medo de errar, que não o é, por que o motorista precisa ser educado a ponto de perceber que no sinal vermelho é obrigatória a parada e no verde ele pode seguir. Raciocínio simples e lógico, porém, nem sempre assimilado. Especialmente por motociclistas e motoqueiros, que têm na categoria de disk-entregas o maior número de infratores.
Não é uma mentira e nem uma acusação leviana. É fato consumado. Se alguém ainda não acredita nisso, que pare por alguns minutos em uma esquina qualquer do Centro da cidade controlada por semáforos, e logo perceberá a quantidade de abusos cometidos, além do desrespeito aos mais elementares artigos e incisos do Código Brasileiro de Trânsito. É um desafio que lanço, tanto a condutores de automóveis como pilotos de motocicletas e também aos pedestres, para que comprovem, no local, quanta barbaridade se comente de uma só vez. Em nome da pressa ou se fundamentando na famosa "Lei de Gérson", aquela da propaganda de uma marca de cigarros, que o então jogador de futebol, da seleção brasileira, ao final do comercial exclamava "gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve...!", que caiu no gosto popular, mas pelo lado negativo, de se aproveitar de uma situação em benefício próprio. Pura deformação do caráter.
Por isso sou favorável, sim, a um mecanismo que afunde a mão no bolso de quem comete essas trangressões, que põem em risco a integridade física de todos. Só a informação da abertura da licitação para aquisição desse equipamento, feita pela secretária dos Transportes, Andréa  Júlia Soares, e publicada com exclusividade pela Gazeta, em matéria da jornalista Érica Samara da Silva, já pode trazer alguma melhoria ao próprio trânsito limeirense, um dos piores do interior, dada a ineficácia dos próprios semáforos, que há muito tempo estão dessincronizados. E o pior de tudo, sem solução rápida e aparente. 
Antes dessa inovação, porém, a própria secretária tem uma obrigação: a de anunciar - e executar - completa revitalização no sistema de sinais na área central, que no ínicio do ano parecia estar melhorando, mas que agora descambou de vez. Não há um único corredor de sinaleiros, que faça o tráfego fluir, sem uma interrupção brusca no terceiro ou quarto cruzamento, produzindo um efeito cascata de congestionamentos e irritando os condutores. Toda tecnologia que possa reduzir riscos ao ser humano é bem-vinda. Sempre. Mesmo que implique em custo financeiro. Antes, porém, é preciso corrigir as falhas do sistema que irá utilizá-la. Para que o resultado final não seja mais desastroso ainda. Como instalar um chip de última geração no velho Eniac. Alguém se lembra dele?

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