O que estava previsto se confirmou. A manchete desta Gazeta, da última quinta-feira, "Biblioteca de R$ 3 milhões está depredada antes de inaugar", em matéria muito bem conduzida pela jornalista Daíza Lacerda, só vem a confirmar uma sombria e triste previsão feita por mim, em artigo na coluna Texto&Contexto (O desperdício da não continuidade - http://colunatextoecontexto.blogspot.com.br/2013/03/o-desperdicio-da-nao-continuidade.html), publicado na edição do dia 12 de março passado. E retrata, de foma fiel e assustadora, aquilo que me preocupava, mas deveria preocupar muito mais o poder público limeirense. Obra concluída à espera de inauguração, naquela data já mostrava os primeiros sinais de vandalismo, que é muito comum em locais públicos, tanto pela deseducação de parcela da população, quanto pela falta de fiscalização e segurança. Pouco mais de um mês após a publicação do meu artigo, e o que era início de depredação tornou-se uma imagem de destruição, conforme ilustram as fotos da matéria, do repórter fotográfico JB Anthero. Então, meus caros administradores, não foi por falta de aviso...
Culpas e culpados
Ora, se a obra não foi concluída e entregue ao Município, como preconiza o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Giocondo Mário Negro Filho, o que foi gasto e investido no local simplesmente pode ir pelo ralo, transferindo-se responsabilidades em conhecido jogo de empurra entre Prefeitura e empreiteira. Chamo a isso de falta de prioridades. É início de governo, sim, mas não custa zelar.
Sensibilidade zero
Na conclusão do meu artigo, escrevi "que continue o que foi começado, sem se importar com créditos políticos. O bem-estar da população é muito mais importante que isso". Não é o que parece, entretanto. Se é preciso arrumar a casa (imagino que seja mesmo) pelos estragos deixados, que se tenha o mínimo de critério, em observância às demandas. E o prédio da biblioteca é um desses casos.
Que coincidência
O artigo escrito por mim foi publicado um mês antes da prestação de contas dos 100 dias do governo Paulo Hadich (PSB). E a manchete da Gazeta de Limeira, sobre a depredação do novo prédio da biblioteca municipal, no dia em que se estampavam os resultados desses 100 dias, do balanço oficial de governo.
É preciso agilizar
Ninguém é contra a revisão de projetos, remanejamentos e mudança em cronograma de obras públicas, quando constatadas essas necessidades. E acredito que no caso de Limeira, como mostram os exemplos diários divulgados pela mídia, seja prioridade "zero", como se costuma dizer. Isso, entretanto, não implica em falta de agilidade. E mesmo com os prazos legais e obrigatórios em processos licitatórios, isso não pode significar ineficiência. Pelo menos não deveria.
Prazo confortável
Desde a posse de Paulo Hadich (PSB), tenho emendado críticas com elogios pontuais. Tenho afirmando, entretanto, que é preciso dar no mínimo seis meses de prazo ao novo governo, para dizer ao que veio. As críticas mais pesadas partem daqueles que foram derrotados por ele e ainda nutrem certo ressentimento. Até junho há tempo suficiente para arrumar a casa. Se até lá ele não conseguir dar cara própria à sua administração, é uma outra história.
Tudo como dantes
Acompanho a política limeirense desde a época do prefeito Mattos Silveira, passando por Jurandyr Paixão, Paulo D'Andréa e seus respectivos sucessores. E não percebi mudança de discurso ou atitude na prestação de contas dos 100 dias do governo Paulo Hadich (PSB). As palavras podem ter sido outras, mas o resultado é sempre o mesmo. Quem puder e tiver interesse, que passeie pelos arquivos dos jornais de todo esse período, até hoje, para fazer essa constatação.
Isso me lembra...
...o ano de 2005. Nem bem a nova administração comemorava os cem dias, apresentando as auditorias internas e revelando os desmandos deixados por Félix, o Ministério Público (MP-SP) anunciava a abertura do primeiro inquérito da "era Hadich", justamente no projeto que foi aprovado pelos veradores em regime de urgência e dispõe sobre salários de secretários municipais "emprestados" por outros órgãos públicos. O projeto de lei prevê salários maiores a essas exceções.
Pergunta rápida
O voto contrário à Moção de Repúdio ao deputado-pastor Marco Feliciano (PSC) foi consciente ou corporativo?
Repúdio nacional
O ser humano é o que fala e pensa. A sua prática de vida são suas ideias. Então não há como separar o discurso da prática. O deputado-pastor Marco Feliciano (PSC), que hoje preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara Federal, age conforme seus pensamentos. E acreditar que ele possa ter postura diferente das ideais que prega e suas ações é inocência demais. Ou conivência mesmo.
Nota curtíssima
Há sérios riscos de a relação entre o PSB e o PT em Limeira tomar o mesmo rumo da disputa entre Dilma e Eduardo Campos.
Frase da semana
"Como o senhor ganhou a licitação sem ter nada?". Do vereador Zé da Mix, indagando ao também vereador Edmilson Gonçalves (PSDC) sobre os trabalhos de impressão prestados ao SAAE. Quarta-feira, 17, na Gazeta de Limeira.
sábado, 20 de abril de 2013
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