Os serviços públicos essenciais estão cada vez mais precários. Descendo
lá do governo federal e chegando aos municipais, atravessando como
ponte os estados da Federação. Não sobra um nível sequer na hierarquia
das administrações públicas, que se possa elogiar. Alguns serviços - e
importantes - até merecem destaques pela capacidade que têm em
flexibilidade, alternando bons e maus momentos. Não é o suficiente,
entretanto, para garantir qualidade e eficiência. Então vejamos. O
governo federal peca pela orgia em cargos no serviço público, por onde
muito dinheiro se esvai, mas a ineficiência da máquina estatal não vê
melhorias. O mesmo acontece nos estados e nos municípios. E ao
acomodarem pessoas em cargos que muitas vezes não lhes dizem respeito, o
fazem para não serem incomodados. E não importa a bandeira ou cor
ideológica. Todos se perdem nessa estrutura inchada dos interesses
políticos. Para garantir uma base de apoio e com isso governar sem
sobressaltos. Rachaduras, às vezes, são inevitáveis, porém tudo dentro
da zona de conforto. Um cenário que não muda nunca, pago com o dinheiro
do povo.
Cooptação política
Cada esfera da administração pública traz suas marcas negativas, que no
entra e sai de governo, vão se arrastando sem soluções práticas. Todos
querem governar em causa própria e a causa maior, que seria a sociedade,
acaba sempre em segundo plano. É melhor garantir poderes legislativos
subservientes e atrelados, do que enfrentar os problemas e resolvê-los,
cada um dentro de suas necessidades.
E não muda nunca
Nesses casos, a conveniência política vai se sobrepor, sempre, aos
interesses públicos. Tudo o mais é mera retórica, uma espécie maquiagem
para esconder a verdadeira face da política, que de arte do bem governar
os povos, acaba se transformando num escandaloso festim particular, de
propósitos nada republicanos para satisfazer vaidades pessoais. E de
boas intenções o inferno está cheio.
Discurso da utopia
Enquanto políticos se lambuzam no mel do poder - embora ainda acredite
que há bons e capacitados homens públicos - o povo é obrigado a se
contentar com um melado viscoso, nem sempre doce. Análises nesse sentido
podem até parecer - e a vezes se transformam mesmo - utopia. Melhor
pecar pelo sonho para, quem sabe, os pesadelos possam definitivamente
acabar. É preciso apelar á consciência desses agentes públicos, que
ocupam cargos eletivos (ou não), que precisam trabalhar para todos. Nos
ferimos demais quando esmurramos ponta de faca, mas a esperança é que a
qualquer momento ela se vergue e deixem de provocar cortes profundos,
doloridos e desnecessários.
É preciso acreditar
É produtivo, sim, fazer esse exercício de otimismo, que pode até
provocar uma reação positiva e forte contra o marasmo e a mesmice
política aqui instalados. Não custa e nunca é tarde demais para tentar.
Mesmo porque já ficou provado que a força popular é muito maior que a
hipocrisia daqueles que pensam ser eternizados no poder. O pessimista -
que é por consequência um conformista - só corrobora com a perpetuação
da canalhice assentada em pontos estratégicos de comando.
Um exemplo prático
Vamos a dois fatos positivos, que estão movimentando a política
limeirense: a CPI do SAAE e a CP do Edmilson (vereador Edmilson
Gonçalves-PSC). Pela conduta dos vereadores até aqui, há razões para
acreditar numa mudança de postura em relação à Legislatura anterior,
subserviente aos mandos e desmandos da administração Félix. Para se
comprovar isso, será preciso observar as reações de cada um deles, assim
que precisarem investigar alguma conduta imprópria da administração do
prefeito Paulo Hadich (PSB), que tem maioria confortabilíssima na
Câmara Municipal. Se essa isenção continuar teremos muito o que
comemorar.
Um ganho de todos
Se nos debates a bancada situacionista tem mostrado isenção e até mesmo
comprometimento, é a prática que vai garantir esse ganho político, cujo
benefício se estende à toda população. E também aos próprios
vereadores. Caso contrário, assim como aconteceu com aqueles que se
calaram diante de tantas e escancaradas denúncias, esses novos também
serão apeados do poder. Enxotados da vida pública. Temos muitos e bons
(ou seriam maus?) exemplos dessa situação.
Pergunta rápida
O que está faltando para a administração Paulo Hadich engrenar de vez?
Mais denúcias...
A precariedade de alguns serviços públicos em Limeira estão tirando o
sono da população, pois dizem respeito a dois segmentos essenciais. A
segurança pública e saúde. A primeira, mostrada por esta Gazeta, diz
respeito ao mau funcionamento das câmeras de vigilância: apenas 13 em
operação (se é que estão). E na saúde a falta de medicamentos na Saúde
Mental, que continua sendo alvo de denúncias. Há um certo descompasso
entre a teoria política e as ações práticas de governo.
Para, não para e...
... e volta a parar. Outro fato preocupante é o impasse entre o Poder
Público e os servidores municipais. Uma queda de braço que afeta
diretamente aqueles que precisam dos serviços públicos. Como prefeito,
Hadich parece estar se esquecendo daquilo que fez aprovar como vereador.
Interesses conflitantes, eu diria.
Está tudo escrito
Todas essas situação apresentadas corroboram com o que foi escrito aqui
hoje. Compromissos e promessas eleitorais assumidas em campanha dão
lugar à realidade, que os próprios eleitos não conseguem - ou querem -
enxergar nos períodos pré-eleitorais. A verdade é que o novo se torna
velho rapidinho...
Nota curtíssima
Sexta-feira. Dia 5. 16h. Semáforos sem sincronismos travaram o trânsito no Centro.
Frase da semana
"Eu, como posto, agia de boa-fé. Também espero boa-fé para quem
forneço". Fernando Soares da Costa Júnior, proprietário do Auto Posto
Maktoub, que fornecia combustível para o SAAE, em depoimento à CPI na
Câmara. Na Gazeta de Limeira. Sexta-feira, 5.
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