Eleitorado adolescente aumenta 29% em 4 anos. Manchete da edição de domingo desta Gazeta, que a mostra, talvez, uma nova relação dos jovens com a política em Limeira. Os números, entidades frias e reveladoras das verdades mais duras, podem não ser expressivos do ponto de vista quantitativo. Revelam, porém, uma realidade que pode ser mudada a qualquer momento e uma maturação de todo esse processo no País, com um interesse crescente da juventude pelas coisas da política, enquanto sua definição aristotélica (do filósofo grego Aristóteles) como a ‘arte de bem governar os povos’.
Se o porcentual é considerável e os números nem tanto (passou de 1.963 títulos, em 2006, para 2.541, neste ano), é justamente sobre esse crescimento que devemos refletir. E isso é bom à medida que mais e mais jovens venham a se interessar de fato pela política. Ai incluindo também a partidária, que é de onde vem a pressuposição de que uma nova atitude pode se nos apresentar e de fato represente uma mudança nos costumes. No modo de ver, de produzir e apreciar essa “arte”, que os antigos filósofos nos deixaram bem definidas, mas hoje rebaixada às profundezas da vilania. Das quadrilhas que tomaram conta do poder, e que nele se sustentam ou deixam herdeiros pelo próprio desinteresse - ou comodidade - daqueles que deveriam estar lutando na trincheira da ética.
É utópico, entretanto, pensar num redirecionamento imediato dessa postura, enraizada há décadas num solo tão fértil. É possível, porém, sonhar que isso se torne viável a partir de indicativos, que nos restabeleçam a esperança num futuro mais promissor. E menos promíscuo.
E se aliado a campanhas de conscientização e busca por novas propostas, como a “Valorize o que é nosso. Valorize Limeira” (http://www.valorizelimeira.com.br/) levadas a efeito por esta Gazeta, com apoio da iniciativa privada, através da Engep, os horizontes podem ser mais largos e o túnel bem mais propenso à luz. É uma velha lição, mas que nunca aprendemos: justamente darmos o devido valor àquilo que está ao nosso alcance, esquecendo definitivamente que a galinha do vizinho é sempre mais gorda! Principalmente porque podemos engordar a nossa também. Pensar nisso já faz uma grande diferença.
Importante, também, nessa marcha, é reforçar nesse jovem uma participação efetiva, mostrando-lhe que ele tem em seu poder a ferramenta fundamental para tal transformação, que é a sua consciência. A verdade é que às vezes falta o estímulo necessário ao engajamento. Situação que pode estar mudando. E a mídia tem contribuído para esse despertar, como lembrou ontem meu filho André, de 15 anos, enquanto eu escrevia este artigo. Cada vez que mostram um político qualquer, pilhado na mentira, em situações cômicas, aguça essa consciência. Os programas cômico-jornalísticos das TVs são um bom exemplo disso. Ele tem razão!
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 29 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário