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terça-feira, 22 de junho de 2010

O lixo nosso de cada dia

A enquete no site da Gazeta (www.gazetadelimeira. com.br), cujo prazo para participação dos internautas termina hoje, diz respeito a uma realidade bastante frequente em Limeira e que pode estar mudando. Pelo menos se espera por isso, se houver boa aplicação dos dispositivos legais e a devida colaboração dos limeirenses. No embalo de um “pacotão de leis” regulamentado na última sexta-feira pelo prefeito Silvio Félix (PDT) e devidamente publicado no Jornal Oficial do Município, apareceu uma em especial, a de número 4.365 (de abril de 2009), de autoria do vereador pedetista Carlinhos Silva, que estipula penalidades para quem, inadvertidamente, jogar lixo nas ruas, praças, avenidas, entre outros logradouros públicos, até mesmo com multa, que pode chegar a R$ 164,00.
O debate sobre o tema, além de bastante pertinente - e que resultou na enquete aberta no sábado - traz à tona um hábito bastante conhecido da maioria dos cidadãos, que é o de amassar e jogar papéis, lançar bitucas ou maços vazios de cigarros ou os já discutidos folhetos de propaganda nas ruas, calçadas ou praças. Hábito este gerado por desconhecimento de algumas regras básicas da boa convivência, que costumo chamar de pura falta de educação, arraigada em certos costumes populares. O curioso, conforme mostrou a reportagem da jornalista Renata Reis, é que as pessoas sabem que estão erradas, quais medidas poderiam - e deveriam - tomar, porém insistem no ato, chamado por alguns de “automático”, como citou uma dona de casa entrevistada para a produção da matéria.
Ato automático, que se somado a muitos outros milhares de “atos automáticos” produzem uma imensa quantia de lixo, que acaba parando nos bueiros. Basta chover forte e seguidamente, que todo esse material vai acabar gerando entupimento em bocas de lobo e, como consequência, alagamentos nas baixadas da cidade, que é para onde confluem todas as galerias de águas pluviais. Muitas vezes - e já eu presenciei cenas dessa natureza, chamando inclusive a atenção de alguns “sugismundos” - a pessoa está com papel na mão, ao lado de uma lixeira, mas insiste em jogá-lo no chão. Onde quer que esteja. É comum, infelizmente, ver esse tipo de atitude até em crianças, que praticam a mesma ação sem serem educadas para usar essas lixeiras. Além disso, tem aquele lojista, que gosta de emporcalhar a frente de sua loja com quantidade exorbitante de papéis picados, como se aquilo fosse chamar a atenção dos consumidores.
Ou como bem lembrou outro entrevistado e frequentador da Praça Toledo Barros, também citado pela jornalista, “a maioria das pessoas só respeita quando sabe que pode ser punida”. Não deveria ser assim. Mas se para manter a cidade limpa é necessário multar aqueles que a sujam, que assim seja. Se for difícil estender o braço até a boca de uma lixeira para descartar um papel de bala, talvez seja mais fácil enfiar a mão no bolso e puxar algumas cédulas e pagar pela própria falta de educação.

Antonio Claudio Bontorim

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