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domingo, 25 de janeiro de 2015

Faça-se a luz. Mesmo que à base da chantagem

Foi mais rápido do que eu esperava, mas isso já era perceptível desde o início das discussões sobre o tema, a resistência da sociedade civil e o empurra que a Câmara protagonizou, não aprovando o projeto do prefeito Paulo Hadich (PSB). Estou falando da chantagem que o Executivo já começou em torno das melhorias no parque de iluminação pública, que desde o último dia primeiro é de responsabilidade do Município. Desde o primeiro momento, quando a proposta foi lançada, já era possível sentir que a pressão viria. E que, agora, pode deixar os limeirenses às escuras, como já vem ocorrendo – independentemente de apagões nacionais, ou não – e de ter bairros inteiros com as luzes dos postes acesas, conforme esta Gazeta mostrou na última quinta-feira, como segundo destaque da edição, associada à manchete que tratava, justamente, da confirmação da chantagem que começa a ganhar força. Atitude que só revela a incompetência do poder público em gerir crises e, principalmente, assumir responsabilidades. Principalmente porque já era do conhecimento dos municípios que isso ia acontecer. 

Nem 156 ou 0800
As reclamações não param de chegar à Redação da Gazeta. Diariamente. O Serviço 156, da Prefeitura, que substituiu o 0800, da Elektro, faz balanço do número de ligações recebidas, mas estranhamente não apresenta o porcentual de atendimento das chamadas. O que põe em dúvida, também, a eficiência na gestão do problema. A crítica não é ao 156, que é muito bem gerido. É à sequência do processo.

Levado na flauta
Preparar-se de forma adequada, antecipada e com a competência que o serviço exige era obrigação da administração pública. Em respeito ao cidadão, que contribui com seus impostos. Os envelopes da licitação, que foram abertos na última quarta-feira, com o nome de oito empresas interessadas, chegam com atraso. Trata-se de uma providência que deveria ter sido tomada antes mesmo de se tentar impor nova taxa à população.

Beira o ridículo!
O processo licitatório, noticiado por este jornal, agora segue um trâmite lento e burocrático. Deve levar ao menos 90 dias para a conclusão, o que vai comprometer ainda mais o sistema, que hoje é atendido – se é que isso é fato – por quatro (apenas quatro) eletricistas da Prefeitura. Como anunciou o secretário de Serviços Públicos, Marcelo Coghi, em recente entrevista.

No escurinho da...
...Câmara, a tal taxa, a Contribuição para Custeio de Iluminação Pública (Cosip), que querem enfiar goela adentro do cidadão, deve passar, ante protestos e discursos contrários. Reflete a total falta de apreço à população, que paga toda a cadeia do serviço público e nada recebe em troca. Ia me esquecendo. Recebe, sim. Recebe revistinha, pintando de azul o que é só escuridão.

A primeira do ano
E o barulho já deve começar amanhã, com a primeira sessão ordinária de 2015, e que marca a posse do novo presidente do Legislativo local, vereador-pastor Nilton Santos (PRB) e sua mesa diretora 100% renovada. O que ainda não está claro é como será o comportamento da bancada do PT, que deu apoio incondicional a Hadich durante dois anos e agora foi escanteada, e o partido vem sendo isolado gradativamente.

Limpeza política

O que se confirmou com a posse da nova secretária da Educação, Adriana Ijano Motta, na última terça-feira, funcionária de carreira da pasta, como diretora de escola. Um nome técnico é sempre positivo para o processo da administração pública. Dá credibilidade. No embalo de uma boa notícia, entretanto, Hadich chutou o PT de uma Secretaria Municipal. E deve chutar outras também. 

O último bastião
Ao apoiar Hadich o PT comprou gato por lebre. Atirou no que viu, mas não acertou nem o alvo errado. Não sei se podem fazer a diferença, mas os quatro vereadores petistas são a última trincheira do partido. E foram traídos em sua confiança. Triste.

De volta ao ninho
O PSDB começa a definir seu projeto de poder em Limeira. Em pomposo convite distribuído à imprensa na última quinta-feira, os tucanos anunciaram a filiação de um velho conhecido do partido. O ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos. O político, que já militou nas hostes do tucanato limeirense, nos últimos anos passou por diversas siglas, sempre de acordo com seu interesse político. Agora ele volta ao ninho tucano, com direito a solenidade e tudo mais. E que aconteceu na tarde da última sexta-feira, nas dependências do Legislativo limeirense.

Próximo capítulo
Essa, entretanto, é uma novela ainda sem final feliz para os atuais dirigentes tucanos. Consta que Wagner Barbosa, que passeia com autoridade pelos corredores do Prada, ganhou o direito de também se filiar ao partido, que ainda tem comissão provisória em Limeira. E foi Barbosa quem bancou o comitê do deputado federal eleito por Campinas, Carlos Sampaio, que tem fortíssima influência no PSDB. Um verdadeiro saco de gatos de todas as cores e raças. Infelizmente essa é mais uma prova de que projeto de poder é diferente de projeto político. O PT é o melhor exemplo disso. É uma prática que compromete tudo o que está escrito na cartilha. Apenas isso.

Tem batata podre
Infelizmente, lições de moral passam longe da política brasileira. Faz tempo. Todos aqueles que tentam atirar uma pedra já tiveram suas vidraças quebradas. Os discursos são lindos, mas o que se esconde por trás deles é o espúrio.

Mosquito perigoso
A semana que passou também trouxe muita preocupação com o aumento nos casos de dengue. Crescimento nos casos, mais uma morte suspeita e muitas ações preventivas, mas que são inúteis se a população não se conscientizar que precisa fazer também sua parte. O problema é grave. E o risco de epidemia é iminente. Nesse caso não se pode criticar a autoridade do setor de saúde pública, que, diferentemente de outras épocas, não está escondendo informações que comprovam a seriedade da situação. Novos casos diários surgem, em ritmo acelerado. E, por incrível que pareça, a prevenção ao problema é das mais simples e fáceis. Está ao alcance de todos.

Pergunta rápida
Quem será o próximo petista que Hadich vai chutar do governo?

Não é o que parece
Dezembro se foi, janeiro chegou e as chuvas ainda passam longe dos mananciais e os seus níveis caem a cada dia. Não há normalidade nenhuma na situação, como tenta demonstrar insistentemente o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que não assume os riscos e sempre desmente a mentira do dia anterior. Não é diferente com Limeira. O nível de gravidade é o mesmo, mas as campanhas pela economia da água parecem ter adormecido nos leitos dos rios. E o despertador insiste em não querer funcionar.

Nota curtíssima
Cuspir no prato em que se come é uma das maiores indecências do bicho homem.

Frase da semana
“O governo é um coral desafinado”. De Frei Beto, um dos fundadores do PT, sobre o novo governo Dilma Rousseff, que segundo ele é só harmonia para cortar benefícios dos mais pobres. Na revista IstoÉ. 21 de janeiro.

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