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domingo, 18 de janeiro de 2015

Depois de só patinar... tração nas quatro rodas

A primeira grande notícia do ano para o Município foi dada por esta Gazeta na última terça-feira, 13. Pelo menos do ponto de vista político-administrativo. É que a secretária de Cultura, Gláucia Bilatto, anunciou os preparativos para que a nova sede da biblioteca municipal, no prédio do Parque Cidade, receba as adequações necessárias para o seu funcionamento. E como sou um crítico contumaz da gestão Paulo Hadich (PSB), depois de acreditar que seria um avanço, quando ele derrotou algumas forças conservadoras de Limeira (todo mudo erra), a informação é de extrema importância para a população, especialmente para quem utiliza a Biblioteca João de Souza Ferraz, hoje muito mal acomodada em espaço alugado no Centro da cidade. É que em fevereiro o prédio do museu, na antiga escola Flamínio Ferreira (fechado para reformas desde 2009) voltará a funcionar, abrigando a Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea) e o próprio museu. E tem dupla importância essa informação, colhida pela jornalista Daíza Lacerda. A primeira, o retorno das atividades no prédio do museu e a segunda, e mais importante, é que finalmente a biblioteca terá um espaço adequado.

Dois longos anos
Todo esse processo, que poderia ter sido agilizado com mais vontade política e menos politicagem, levou dois anos, ou melhor, metade do mandato de Hadich, para ser finalmente concluído. E apesar de todo esse atraso, merece ser elogiado. É o “antes tarde que nunca”, que deveria ser exceção, mas virou regra na administração pública, que pelo menos tem um final feliz. Pelo menos anunciado.

Muito demorado
Durante todo esse período, em que assisti ao processo de reforma do prédio no Parque Cidade, que foi concebido como pavilhão de eventos lá no início da década de 1980, virou Ceprosom e etc., não entendi o porquê da demora. Principalmente por que havia sido concluída na administração passada, e era inconcebível um imóvel daquela proporção estar abandonado e à mercê do vandalismo. 

E datas definidas

Mas como não há mal que sempre dure, eis que a secretária de Cultura resolve confirmar a informação. Inclusive com datas, o que é algo muito bom, se não for levado em banho-maria. No próximo mês, fevereiro, a Emcea começa a funcionar no prédio do museu e, entre fevereiro e março, a nova biblioteca começa a ser transferida e o local readequado e modernizado. Se levado a efeito, vale o elogio.

Reeleição à frente
Interessante tudo isso. Mas se formos analisar por um outro lado – e sempre há o outro lado – há dimensões extremamente políticas nesses anúncios. Dar início à uma agenda positiva, que possa reverter essa imagem de marasmo da gestão Hadich. Principalmente se levarmos em conta que faltam apenas dois anos para seu término, e o interesse à reeleição é óbvio. O que é regra, mas deveria ser exceção.

Educação sem PT
O PT começa a perder espaço na Prefeitura. Confirmada a saída de José Claudinei Lombardi, o Zezo, e a posse de Adriana Motta à Secretaria de Educação, Hadich dá um passo a mais em sua intenção de isolar, definitivamente, o Partido dos Trabalhadores de sua administração para os dois últimos anos de governo. E não deve parar por aí, já que outras pastas ocupadas pelo PT podem ter o mesmo fim.

Mais que acertado
Nada mais justo, diga-se, do que nomear para uma função tão importante, como a pasta da Educação, do que uma especialista na área. Adriana é diretora de escola, e por isso é credenciada para o cargo. Zezo também é do ramo, e um dos melhores. Seu projeto do Fila Única para as creches – excelente na sua concepção – que foi considerado inconstitucional, pode tê-lo deixado frustrado. E ponto final.

Raciocínio lógico
Desde o ano passado, quando abraçou Alckmin (PSDB) como candidato ao governo do Estado, Hadich começou a sinalizar nessa direção. Mesmo com o PT fechado 100% com o Poder Executivo na Câmara, que lhe deu a sustentação necessária, parece que ele pouco se importa, agora, com isso. Afinal, ele pode conquistar novos aliados no Legislativo e isolar ainda mais o ingênuo PT limeirense.

Os novos aliados
E com uma nova Mesa Diretora, sem nenhum petista a ocupar cargo, Paulo Hadich pode conquistar a simpatia, inclusive dos três mais ferrenhos oposicionistas, os vereadores José Roberto Bernardo (PSD), dr, Júlio (DEM) e Luizinho da Casa Kühl (PSDB).

E fim de história
Se o PT tem a maior bancada, quatro vereadores, isolado ele não é maioria. E a Câmara é composta por 21. Sobram 17. E, nos bastidores, conforme me revelou uma fonte, lá nos corredores do Prada, há uma forte indicação de que Hadich vai mesmo compor com Nilton Santos (PRB) e tentar atrair os três oposicionistas. E fim de papo. Basta que acene nessa direção. E bala na agulha para isso – sem intenção de trocadilho – ele tem para isso. Resta saber se vai saber usá-la com precisão. Resta saber como vai ficar o vice-prefeito, o petista Antônio Carlos Lima, nessa história. Vamos aguardar.

Limeira Ativa e...
Finalmente. Recebi em meu apartamento a polêmica revista Limeira Ativa, que expõe obras e feitos da prefeitura de Paulo Hadich. Escrevi sobre isso em minha página no Facebook, assim que recebi o exemplar. Aliás, de polêmica não tem nada. Apenas publicidade oficial, desnecessária e dinheiro jogado fora. E isso é opinião corrente.

...IPTU da Sorte
Mas vou lembrar de um outro fato envolvendo publicação oficial, com dinheiro público. A revista IPTU da Sorte, editada no último ano da administração do PSDB em Limeira, quando era prefeito José Carlos Pejon, que era vice de Pedrinho Kuhl e o sucedeu quando ele foi disputar uma vaga na Câmara Federal. Pejon concorria ao cargo nas eleições daquele ano, 2004. Interessante, pois a IPTU da Sorte nada mais era do que publicidade oficial de obras e realizações (????), disfarçada em promoção de prêmios e, muito mais grave, lançada no período pré-eleitoral. São as ironias que a política nos proporciona. E é sempre bom lembrar dessas histórias e fatos, para que todos percebam as semelhanças. O resto é perfumaria.

Pergunta rápida
Você também é Charlie Hebdo?

Ódio e intolerância
Pior que o ataque à sede da revista satírica Charlie Hebdo, que resultou na morte de 12 pessoas, entre elas quatro de seus mais importantes cartunistas, é a onda islamofóbica que assola a Europa. Países considerados culturalmente avançados estão entrando na onda de radicais da direita e provocam uma onda gigante de ódio aos muçulmanos, como se eles fossem todos fundamentalistas. Até ao Brasil chegou essa onda, que pode ser vista diariamente pelas redes sociais. O ódio não tem religião ou etnia. É um só.

Nota curtíssima
Geraldo Alckmin admitiu o racionamento de água em São Paulo. Eu já sabia!

Frase da semana
“Não tenho conhecimento de mal feito de Graça”. Eduardo Braga, ministro das Minas e Energia, sobre a conduta da presidente da Petrobras, Graça Foster. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 16.

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