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terça-feira, 22 de julho de 2014

As ofertas estão na vitrine. À nossa escolha

Representatividade, liderança e competência políticas não devem nunca ser medidas pela aparência ou propaganda bem feita. Muito menos pelo discurso fácil e bem articulado. Tudo isso junto pode induzir o eleitor ao erro na hora de escolher o candidato. É uma mistura volátil, que invariavelmente leva ao arrependimento tardio e sem possibilidade de corrigi-lo. Pelo menos pelos próximos quatro anos, período em que o eleito poderá mostrar para que veio e por que veio. Ou não. Como toda regra, na política também há exceções, porém, cada vez mais raras de serem encontradas. Por isso, a escolha certa faz a diferença. E mesmo que estejamos cansados de recitar essa ladainha, a cada eleição ela se torna mais importante ainda. E não podemos deixar de exercer a tarefa que nos cabe nesse processo. Principalmente porque é preciso afunilar esse corredor para que apenas aqueles que estejam de fato limpos possam cruzar toda a sua extensão e sair do outro lado ileso. 
Pode-se, nesse caso, fazer uma analogia entre oferta e demanda na cadeia produtiva e de consumo. O que também não é uma tarefa fácil, pois essa vitrine, que é o período eleitoral, vai expor uma infinidade de opções, muitas delas de encher os olhos do consumidor, as quais devemos observá-las atentamente e em todos os seus detalhes. Avaliar com precisão se estão dentro das normas exigidas pela ética e o prazo de validade que trazem embutido em seu conteúdo. Escolher em meio a tanta oferta requer todos esses cuidados. E muito mais. O País está cansado de ser ludibriado tendo o cidadão como cúmplice. E a melhor forma de se livrar dessa culpa é através do pleno exercício da consciência, que nos ensina diariamente o óbvio, mas tão difícil de enxergar. E, às vezes, de compreender.
Pelos próximos 70 dias e até o momento em que estaremos exercendo o nosso direito ao voto e, dessa forma, nossa escolha, teremos tempo necessário para conhecer o que vamos comprar. Ou melhor, quem nós vamos eleger. E, espera-se, que esse tempo seja bem utilizado. Acertar é fundamental já na primeira alternativa, pois nesse caso não há devolução imediata e nem troca do produto avariado. Como nem sempre a garantia é aquela que se aparenta, fica muito mais difícil exigi-la depois, embora tenhamos todo o direito em reclamar. Em especial porque esse produto é bastante perecível. E, nesse caso, não há satisfação garantida. Muito menos dinheiro de volta. 

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