Candidatos e partidos já podem pedir publicamente o voto aos eleitores. Em comícios, com carro de som e até aparelhagem fixa. E, também, pela internet. A propaganda eleitoral, com várias restrições ainda – não são permitidas, por enquanto, inserções pagas – está liberada desde o último domingo, dia 6, conforme prevêem a legislação eleitoral e o calendário oficial elaborado pelo TSE, para as eleições deste ano. E, mais uma vez, estimulando a responsabilidade e o protagonismo do cidadão, que tem no botão verde da urna eletrônica a grande arma para mudar o País. Ao “confirmar” o voto, cada eleitor tem obrigação de estar avalizando pessoas e partidos, seus programas e compromissos com a sociedade, como um todo, e não promessas vazias e simplesmente eleitoreiras que, sabe-se, nunca serão cumpridas. Ou negando essa confiança por meio de outras variantes, como o voto branco ou nulo, que hoje representa 1/3 do eleitorado. E assusta, não só os candidatos, mas quem está acostumado a lidar com política e sua influência nos rumos da nação.
A atenção com discursos arrebatadores deve ser redobrada e a retórica fácil de muitos candidatos, a partir do momento em que a campanha ganha as ruas, precisam passar pelo filtro da consciência popular, para evitar os estragos costumeiros das escolhas erradas. Impossível garantir que erros não acontecerão, porque são os próprios agentes políticos que quebram a confiança neles depositada, assim que alcançam seus objetivos. Também não pode ser apregoado o caos dos incrédulos, pois ainda há muita gente interessada no bem comum e de inegável espírito público. E não é preciso procurar agulha em palheiro, não. Basta não seguir pelo caminho fácil e convidativo proporcionado por espertalhões, que gostam de falar aquilo que queremos ouvir. E jamais falam o que precisamos ouvir.
Pois bem, não tarda e lá estarão carros e mais carros percorrendo as ruas exibindo jingles atraentes e bem rimados, com as fotos estampadas em cartazes sedutores, que ao mostrarem o sorriso fácil em perfis trabalhados no photoshop, podem esconder o perigo da dupla personalidade. São versões meio embaladas em aparências, ora de um dr. Jekyll, ora de um Mr. Hyde. E eles são muito mais comuns do que se pensa ou se acredita. E estão por toda a parte e em todos os níveis de disputa, onde haja um cargo eletivo sendo cobiçado. Se deixar levar por figuras dessa natureza, que gostam de semear felicidade, mas preferem o cultivo de ervas-daninhas, é um passo a mais para o descrédito, que vem tomando conta de boa parte dos brasileiros.
Ver a foto no cartaz e escutar a musiquinha que sai dos alto-falantes estarão presente em nosso cotidiano daqui até outubro. E não adianta fechar os olhos ou tapar os ouvidos. A obrigação que nos sobra mesmo será separar a realidade da fantasia. O ficha-limpa do ficha-suja. Como nós somos a caça, podemos ao menos escolher o caçador.
terça-feira, 8 de julho de 2014
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