A Gazeta de Limeira vem se notabilizando, há algum tempo, pelo desenvolvimento de matérias sobre a educação formal. Mais precisamente a que envolve responsabilidades do Município. E não são nos quesitos conteúdo pedagógico e nem didático, mas sim pelos problemas na estrutura física de unidades escolares, que invariavelmente representam riscos à saúde e segurança de alunos, funcionários administrativos e corpo docente daquelas que foram, de uma forma ou de outra, listadas em reportagens produzidas por jornalistas e repórteres fotográficos. Reformas pendentes e inacabadas, que vêm de longa data, obrigando a transferência de alunos a outras unidades, ocuparam um bom espaço nas páginas deste jornal. A seguir vieram as denúncias de vazamentos de gás, cozinhas improvisadas em áreas inadequadas e falta de local para a confecção da merenda, comprovadas e documentadas em fotos. São as mais recentes.
A novidade da vez, retratada e “manchetada” na edição do último domingo, em matéria da jornalista Cintia Ferreira, dá conta de que 37 unidades da rede pública municipal de ensino estão sem o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, o chamado AVCB, que nada mais é que um laudo técnico, emitido pela corporação em questão, que atesta o cumprimento das normas de segurança para ocupação e uso de um imóvel público, conforme suas características e fins para os quais foi construído. Dessas, 11 já estão prontas para solicitação do laudo e outras 26 ainda carecem de estudos técnicos, para que possam elaborar os projetos nesse sentido. Ou seja, o pedido para o AVCB nem saiu do papel ainda.
Embora o gerente de projetos da Secretaria, Edgar Caldeira da Cruz, garanta que a Pasta está agilizando os processos e que as unidades em questão não apresentam problemas com segurança e até possuam equipamentos adequados e preparação para ocorrências emergenciais, a situação é preocupante. Não há como apontar total ausência de riscos, justamente porque falta o auto de vistoria. Sem esse documento, essas unidades nem deveriam estar funcionando. E os exemplos (sem levar em consideração se o problema vem lá de trás, de outras administrações), não se restringem somente a unidades escolares, não. Há muitos prédios públicos nessa condição, que nem chega ao conhecimento da população. E que são utilizados normalmente. O Memorial da América Latina, em São Paulo, quando pegou fogo, estava há anos sem qualquer vistoria. Com o setor privado também não é diferente. É o próprio cidadão quem “assume” riscos que na maioria das vezes ele próprio desconhece. A falta de uma cultura da prevenção, leva à remediação, que é o mais típico exemplo do famoso “jeitinho”, perpetuado pelo brasileiro. Difícil mesmo é saber de quem cobrar responsabilidades. Enquanto isso, a informação, como essa que a Gazeta publicou no domingo, é o remédio mais adequado contra o descaso.
terça-feira, 29 de julho de 2014
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