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domingo, 3 de novembro de 2013

A recorrente insegurança nas escolas públicas

A intensidade de roubos e furtos em estabelecimentos de ensino volta a assustar professores, servidores e até mesmo diretores, que temem denunciar as ocorrências por medo de represálias. Um tema recorrente e que voltou, na última quinta-feira, a ser manchete desta Gazeta: “Escolas sofrem com roubos e professores temem denunciar’. E quando chega à mídia, a situação é mais grave do que parece. E o tema só veio à tona, porque um familiar de uma funcionária de escola pública procurou o Conselho Municipal de Segurança (Conseg) para denunciar. E pediu para não ser identificado, também com medo de vingança por parte dos marginais. E o que é mais desolador nessa situação é que os estudos e as críticas da Apeoesp nessa direção, são sempre rebatidos pelo governo do estado, que teima em fazer vistas grossas, com desmentidos descabidos e até mesmo artigos de opinião, escritos por sabe-se lá quem e assinados por uma autoridade qualquer. E as estatísticas estão sempre à disposição, com números resultantes de levantamentos nas próprias escolas. É o medo encobrindo o crime.

Estado ausente...
O que causa espanto são depoimentos de diretores e diretoras, que se veem obrigados até a recorrer aos próprios bandidos, que muitas vezes são conhecidos e moradores dos bairros, onde se encontram esses estabelecimentos de ensino, para que parte do material roubado seja devolvido. Não há sistema educacional que resista a essa afronta, sem que uma atitude séria seja tomada por essa ausência do Estado.

...crime presente
E a reportagem, assinada pela jornalista Cintia Ferreira, é tão clara e objetiva, que de fato não há como discordar e nem recriminar esse medo, que atingiu e atinge os profissionais da educação. É preciso, entretanto, enfrentar as ações criminosas de marginais e até mesmo de alunos – como consta da matéria jornalística – na tentativa de romper esse temor e fazer das escolas um ambiente seguro. Como deve ser. 

Tudo na mesma
E não ficarei surpreso se, mais uma vez, a Secretaria Estadual da Educação vier com sua tradicional retórica, de que o estado faz a sua parte, buscando soluções para dar o mínimo de tranquilidade a diretores, professores e funcionários dessas escolas. Se de fato estivesse fazendo o que lhe cabe, a imprensa não estaria reiterando e requentando um problema que é grave, mas teima em voltar ao noticiário.

Resposta falha!
O que é mais triste ainda é essa sensação de impotência que atinge a sociedade, quando fatos dessa natureza são mostrados na mídia. Se há lugar mais sagrado que uma Escola – e aqui grafado com “E” maiúsculo – desconheço. É nesse templo que se completa o ciclo educacional do ser humano, que muitas vezes vem deteriorado do ambiente familiar, por que lá atrás faltou justamente o papel e a competência do próprio Estado.

Mudar conceitos
Enquanto prefere “militarizar” as universidades, como faz o governo de São Paulo, pela própria incompetência de gerir a sua segurança interna, tudo o mais é consequência dessa desastrada política educacional. 

Quase explosiva
A semana que passou foi quase que explosiva em Limeira. Um pacote deixado atrás de uma escola estadual e ao lado de uma creche, no Jardim Ouro Verde movimentou o setor de segurança e trouxe até o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) de São Paulo à cidade. Suspeitava-se de que fosse uma bomba. Era apenas uma bolsa com rojões. Brincadeira de mau gosto, que assustou e mudou a rotina do bairro. Coisas de gente que não tem nada o que fazer e acha graça em brincar com o perigo. Com trotes desnecessários.

Foi coincidência
Coincidência ou não, o dia escolhido para esse “trote” – e não dá para defini-lo de outra forma – foi justamente aquele em que a primeira-dama do Estado, Lu Alckmin, esteve em Limeira para a inauguração da Escola da Beleza, que disponibiliza vagas para quatro cursos ligados à estética e beleza. Limeira dificilmente é contemplada com ações do governo estadual e, quando isso acontece, uma falsa bomba chama mais atenção que a iniciativa.   

Sem consciência
Por falar em trotes, essa é uma mania que muitos têm e que prejudica a própria população e até mesmo os seus autores. Ligar para o Samu, Bombeiros, PM, entre outros segmentos para denunciar falsas ocorrências é crime. Além disso, compromete todo o trabalho desses profissionais, que poderiam estar atendendo a uma ocorrência de real necessidade. 

Pergunta rápida
Quanto tempo vai durar a lua de mel entre Eduardo Campos e Marina Silva?

Vai para a conta
O problema das filas duplas em horários de chegada e saída de alunos de escolas particulares parece ser um problema sem solução. Algumas ruas, sejam elas nos bairros ou centro, têm morosidade no trânsito e transtornos nos chamados corredores de ônibus. Como é o caso nos altos da Rua Duque de Caxias, hoje uma das afetadas, segundo moradores que passam diariamente pelo local, onde há uma escola. Um morador alertou que já presenciou essa situação. Carros passam, mas os ônibus são obrigados a ficar à espera da vontade dos pais, que buscam seus filhos. Impossível que não haja uma solução para isso.  

Nota curtíssima
Quando os agentes de trânsito fiscalizam e multam, as próprias escolas disciplinam os pais.

E nada mudou...
Lula continua intolerante com a imprensa. Talvez pela forma como a própria imprensa o trata. Não lhe dá o direito, entretanto, em afirmar que ela avacalha a política, como fez na homenagem que lembrou os 25 anos da Constituição Cidadã, no último dia 29, no Senado. Ele acertaria mais se afirmasse que são os políticos que avacalham a política. Está explicado por que muitos petistas chamam a imprensa de “nefasta”. Seguem a voz do líder.   

Frase da semana
"São técnicos, nenhum indicado por mim". Do ex-prefeito paulistano, Gilberto Kassab (PSD), sobre os fiscais envolvidos em fraudes na prefeitura da capital, cujo rombo pode chegar a R$ 50 milhões. Quarta-feira, 30. Na Folha de S. Paulo.

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