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domingo, 24 de novembro de 2013

Quem não cuida, não merece ter. Depois cobra

Um dos segmentos mais cobrados e criticados pela população é o do transporte público urbano do Município. Atraso em linhas, veículos velhos – que agora começam a ser trocados – falta de abrigos apropriados para a espera dos ônibus são, em resumo, os principais alvos do descontentamento dos usuários. E não é para menos. Há muito tempo, quem depende desse tipo de serviço se vê privado da necessária qualidade que ele requer. E justamente quando há sinais evidentes de melhorias, o noticiário é tomado por ações de vândalos – e que são usuários do sistema também – que acabam por destruir o que foi feito para melhor atendê-los. “Metade dos pontos de ônibus reformados foi vandalizada”. Eis a manchete desta Gazeta da última quarta-feira, que traça um cenário nada alentador em números alarmantes. De autoria da jornalista Karla Gigo, a reportagem traz um balanço, feito a pedido do próprio jornal, dos abrigos reformados pelas empresas do setor que, em menos de cinco meses, já sofreram algum tipo de depredação. E é para assustar mesmo: dos 90 abrigos reformados, 45 foram alvo de ações de vândalos.     

Omissão perigosa
O problema é que esse tipo de ação não está restrita somente a vândalos “profissionais”, que sentem prazer em destruir o patrimônio público como forma de protestar. Vem, também, do próprio usuário, a partir do momento em que ele deixa de zelar pelas condições de uso desses locais, quando não denuncia a quebradeira. A omissão também é uma forma, talvez a mais cruel, de participar dessas ações.

Números e cifras

A irracionalidade do vandalismo é mais impressionante ainda quando se transforma essa quebradeira em valores financeiros, que dão a devida proporção ao caos. Nesse período mostrado pela reportagem da Gazeta de Limeira, gastou-se o equivalente à instalação de dois abrigos por mês. O valor de cada abrigo é de R$ 7,5 mil e os consertos, em média, custam R$ 15 mil/mês. É triste, mas muito real. 

Poluição visual

E quando se fala em vandalismo, que atinge bancos, teto dos abrigos e pichações, uma delas muitas vezes passa despercebida: colocação de cartazes e propagandas irregulares, coladas nos locais de espera dos ônibus. Shows, eventos de toda natureza e muito adesivo dos serviços de mototáxi. Se não mexe com a estrutura física dos pontos de ônibus, acaba por prejudicar a visualidade urbana do local. Emporcalha tudo e não dá chances à limpeza.

...E nos orelhões
E por falar em mototáxi, é lamentável o que se faz nos orelhões. Só para citar os da estação rodoviária. Não há mais espaço para tanto adesivo com telefones das empresas do setor. É muita sujeira junta.

Um para frente...
... e dois para trás. Está difícil de a Prefeitura engrenar uma agenda positiva mesmo. Bem que estão tentando, mas a cada boa medida anunciada, a contrapartida é pior. Difícil entender o que está acontecendo com esta administração, que anda, anda e anda, mas não sai do lugar. Ou estão preparando uma verdadeira revolução para 2014, ou a tendência é só piorar (acho que já escrevi isso...). É impressionante como falta uma liga entre as ações anunciadas e as de fato praticadas. E não é má vontade da mídia. É realidade constatada.

Creches fechadas
Ainda na semana passada, mais precisamente na última sexta-feira, a manchete desta Gazeta era só contraste com uma notícia ao lado, na capa do jornal. Enquanto a Secretaria de Segurança anunciava uma “muralha digital” para combater furto e roubo de veículos, pais que têm filhos em creches estão preocupados com o fechamento de cinco unidades escolares e transferência de seus filhos para outras escolas. Com pouca explicação oficial.

Difícil de entender
Motivos para o fechamento são os mais variados. Entre eles, o funcionamento em escolas estaduais, que estão solicitando as classes de volta. Outro é a falta de condição da unidade para atender adequadamente as crianças. O ano está indo embora, e só agora a Secretaria de Educação percebeu isso? A transparência, tão cobrada por Hadich na Câmara, escureceu.

Pergunta rápida
Por que o discurso ainda não saiu do papel para ações práticas?

História recontada
O mandato do ex-presidente João Goulart, o Jango, deposto pelo golpe militar de 1964, foi devolvido pelo Congresso Nacional. O ato, simbólico, restitui um pouco da verdade, até hoje escondida pela ditadura, sobre a sessão que tornou vago o cargo de presidente, para legitimar o golpe. Morto em 1976, seu corpo foi exumado, numa tentativa de rever o laudo de sua causa mortis. O lado obscuro dos 21 anos de governo militar, entretanto, ainda não foi desvendado. Muitos documentos e histórias continuam escondidos nos porões governamentais, e precisam ser trazidos à luz. E isso não é revanchismo, é resgate histórico.

Nota curtíssima
Lula não sabia. Alckmin também não, e Kassab não tinha conhecimento. Amnésia seletiva.

É nocaute técnico
Pelo visto, o aeroporto, anunciado à exaustão pelo marketing pessoal do prefeito cassado Silvio Félix (PDT) não vai sair do chão. Ou melhor, da terraplenagem. Não decolou, como se diz na gíria. Venceu a união dos prefeitos de Iracemápolis, Cordeirópolis, Rio Claro e Piracicaba, por um aeroporto regional, que agora tem o aval do Ministério da Aviação Civil. Limeira, mais uma vez, dançou. O Município está cada vez mais isolado.

Frase da semana
"Acreditamos na inocência dele. Temos prova de tudo". De Alexandre Teixeira, líder informal do grupo que defende a fuga do ex-diretor do BB, Henrique Pizzolato, foragido da PF. Na sexta-feira, 22. Na Folha de S. Paulo.

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