Passou da hora de deixar o conservadorismo e essa sensação de incompetência de lado e buscar o que de fato interesse a uma mudança de comportamento: a inteligência sem medo de ser feliz e o sentimento de frustração, que acomete aqueles que nunca tentaram mudar. Ou que tiveram a oportunidade nas mãos, mas deixaram o momento passar, por esse conformismo tacanho, que costuma se abater justamente sobre aqueles que se dizem – ou se assanham como – reformistas.
Há alguns jogos do Campeonato Brasileiro, das Séries A e B, jogadores vêm fazendo um protesto silencioso em campo, para sensibilizar as autoridades do esporte e as emissoras de televisão, que não é mais possível seguir nesse modelo ultrapassado de calendário. No final das contas serve apenas aos dirigentes do futebol nacional e aos interesses das polpudas verbas publicitárias da Rede Globo de Televisão, que omissa, como sempre, sequer faz referência que o movimento encabeçado pelo Bom Senso F.C. também é uma crítica ao monopólio da informação.
Como não sou comentarista esportivo e nem especialista nos esquemas táticos-numéricos, que fazem a alegria dos debates pela mídia especializada – não me interesse se é um 3-4-3 ou 4-3-3 e suas variáveis. Posso, entretanto, opinar na condição de torcedor ferrenho, que sou, e discutir abertamente essa questão, que há muito tempo deixou os gramados, mas ainda não chegou aos ouvidos de quem de fato deveria chegar. E note-se que é apenas o futebol, como esporte, que vive na idade das bolas de meia e peladas no meio das ruas. Outras modalidades evoluíram e, por isso, já disputam também o gosto do próprio torcedor.
E agora cabe, a quem de fato faz o espetáculo – os próprios jogadores e, quem sabe mais à frente, também os torcedores - se movimentarem no sentido de trazê-lo à realidade e às mudanças necessárias para levar ao futebol ao Século XXI. Aqui ainda se vive os primórdios de uma cartolagem avessa às transformações e preocupada apenas em manter o status político e financeiro, que atingiu ao longo dos anos, desde que Charles Miller trouxe para cá o esporte bretão, que há muito deixou de sê-lo. Mais que os altos salários, jogadores com poder de liderança precisam exercer também sua inteligência, em benefício próprio e do esporte que praticam. Finalmente, ao que parece, estão deixando o marasmo de lado ao perceberem que quanto mais submissão à classe dirigente, menos público teremos nos estádios. E acabar, também, com o monopólio televisivo é fundamental à essa nova mentalidade, elogiada pela maioria e criticado por poucos saudosistas.
Se o resultado desses protestos terão o efeito prático desejado, ainda é cedo para dizer. As transformações, porém, começam por pequenas ações, assim como uma casa se constrói a partir do alicerce. E nada será feito sem sacrifícios. Pois é a quebra de paradigmas que provoca as grandes mudanças de um status para outro. E isso nunca acontece sem traumas. É preciso enfrenta-los também, para que o complexo de vira-latas assumido não se torne latente, embora continue presente. O que os outros fazem, podemos, sem dúvida, fazer melhor.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
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