Pesquisa sobre pesquisa, dos mais diversos institutos, vêm indicando um
crescimento de popularidade da atual presidente Dilma Rousseff (PT). Uma
retomada dessa popularidade perdida com os protestos de junho e que se
estenderam – com menor intensidade – pelos meses subsequentes. Hoje, e a
tabulação de todas as amostragens indicam, Dilma estaria reeleita em
primeiro turno. Para desespero da oposição, que de repente amoleceu em
seus discursos e ataques diretos, vislumbrando talvez o efeito “massa de
pão”, que quanto mais se bate, mais ela cresce.
Na mesma proporção que PSDB, PSB, DEM, PPS, entre outros, estão se
preocupando com o atual cenário político brasileiro, o PT, de Dilma, não
deve comemorar antecipadamente esses resultados, pois ainda têm pela
frente um novo teste nas urnas, em 2014, e a possibilidade iminente da
eclosão de novas manifestações, com o mesmo efeito avassalador das
registradas há cinco meses. E nesse caso, tanto governo e seus aliados
quanto a aposição, que não consegue chegar a um consenso sobre os
possíveis candidatos, conhecem muito bem os efeitos negativos e
positivos com o povo nas ruas. Negativo para o governo, dependendo o
rumo partidário que um novo movimento tomar, e positivo para os que
apostam na possibilidade de frear o PT, com nova reeleição à Presidência
da República. E pelo mesmo motivo.
Que ninguém duvide, se preciso for, os oponentes de Dilma estarão nas
ruas com patrocínios claros de candidatos (que não aparecerão
publicamente como mentores de uma nova onda) interessados em
desestabilizar as bases governistas. E mais experiente e afeito à
chamada da militância, das ruas às redes sociais, haverá reação daqueles
que defendem a continuidade petista. Muito mais voltado ao jogo de
interesse partidário do que preocupação efetiva com o bem-estar social.
Se o PSDB, principal opositor hoje ao governo federal, quer retomar o
comando do País, o PT também luta para quebrar a hegemonia tucana no
Estado de São Paulo. É assim que funciona. E quem for mais convincente
leva.
Ao analisar o cenário político do momento é preciso estar atento às
possibilidades e probabilidades de mudanças, que podem acontecer ao
longo dos próximos meses até outubro do ano que vem. E reviravoltas em
enredos predefinidos, acabam por transformar a sequência do espetáculo,
em que protagonistas se transformam em atores secundários e estes em
personagens principais. As últimas eleições – Dilma, em 2010 e Haddad,
em 2012 – são exemplos claros de que histórias com um fim previsível e
sacramentado podem ser alteradas. Ambos, e de forma inesperada, saíram
das últimas posições e alcançaram o pódio da vitória. Daí o título do
meu artigo de hoje. Na política, cenários de hoje podem muito bem ganhar
novos adereços amanhã. Vai depender muito da competência do cenógrafo. E
daqueles que operam nos bastidores.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
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