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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Um cenário. Apenas um cenário

Pesquisa sobre pesquisa, dos mais diversos institutos, vêm indicando um crescimento de popularidade da atual presidente Dilma Rousseff (PT). Uma retomada dessa popularidade perdida com os protestos de junho e que se estenderam – com menor intensidade – pelos meses subsequentes. Hoje, e a tabulação de todas as amostragens indicam, Dilma estaria reeleita em primeiro turno. Para desespero da oposição, que de repente amoleceu em seus discursos e ataques diretos, vislumbrando talvez o efeito “massa de pão”, que quanto mais se bate, mais ela cresce.
Na mesma proporção que PSDB, PSB, DEM, PPS, entre outros, estão se preocupando com o atual cenário político brasileiro, o PT, de Dilma, não deve comemorar antecipadamente esses resultados, pois ainda têm pela frente um novo teste nas urnas, em 2014, e a possibilidade iminente da eclosão de novas manifestações, com o mesmo efeito avassalador das registradas há cinco meses. E nesse caso, tanto governo e seus aliados quanto a aposição, que não consegue chegar a um consenso sobre os possíveis candidatos, conhecem muito bem os efeitos negativos e positivos com o povo nas ruas. Negativo para o governo, dependendo o rumo partidário que um novo movimento tomar, e positivo para os que apostam na possibilidade de frear o PT, com nova reeleição à Presidência da República. E pelo mesmo motivo.
Que ninguém duvide, se preciso for, os oponentes de Dilma estarão nas ruas com patrocínios claros de candidatos (que não aparecerão publicamente como mentores de uma nova onda) interessados em desestabilizar as bases governistas. E mais experiente e afeito à chamada da militância, das ruas às redes sociais, haverá reação daqueles que defendem a continuidade petista. Muito mais voltado ao jogo de interesse partidário do que preocupação efetiva com o bem-estar social. Se o PSDB, principal opositor hoje ao governo federal, quer retomar o comando do País, o PT também luta para quebrar a hegemonia tucana no Estado de São Paulo. É assim que funciona. E quem for mais convincente leva.
Ao analisar o cenário político do momento é preciso estar atento às possibilidades e probabilidades de mudanças, que podem acontecer ao longo dos próximos meses até outubro do ano que vem. E reviravoltas em enredos predefinidos, acabam por transformar a sequência do espetáculo, em que protagonistas se transformam em atores secundários e estes em personagens principais. As últimas eleições – Dilma, em 2010 e Haddad, em 2012 – são exemplos claros de que histórias com um fim previsível e sacramentado podem ser alteradas. Ambos, e de forma inesperada, saíram das últimas posições e alcançaram o pódio da vitória. Daí o título do meu artigo de hoje. Na política, cenários de hoje podem muito bem ganhar novos adereços amanhã. Vai depender muito da competência do cenógrafo. E daqueles que operam nos bastidores.

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