Por votação do colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
esgotaram-se todas as possibilidades de a ex-primeira-dama, Constância
Berbert Dutra Silva, a Constância Félix, como era seu "nome eleitoral",
assumir uma vaga na Assembleia Legislativa e, dessa forma, garantir a
subida de toda ação judicial que a envolve à Procuradoria Geral do
Estado, onde os trâmites são menos céleres, por conta da imunidade
parlamentar. Ao negar o recálculo dos votos, o TSE sepulta as esperanças
de mudanças, envolvendo a família Félix, como vem, outras instâncias
judiciais, gradativamente, negando os recursos do próprio prefeito
cassado, Silvio Félix (PDT), o que demonstra que a ação inicial do
Ministério Público e a Comissão Processante instalada na Câmara não
cometeram deslizes. Agiram dentro dos preceitos da legalidade,
garantindo o contraditório e toda a possibilidade de defesa dos
acusados. É preciso pensar muito nesse assunto. Félix precisa rever
alguns de seus conceitos e se concentrar em sua defesa - e da família -
nas ações penais que tramitam em Limeira. Está na hora de agir com a
razão e não com a vaidade.
Garantias e direitos
Por tudo o que já foi publicado na mídia local e nacional, e pelas
próprias decisões do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), negando sucessivamente os recursos e
mantendo as decisões locais, de primeira instância (o que mostra
coerência), e a soberania do Legislativo Municipal, sobre sua cassação,
Félix tem suas garantias e direitos de defesa preservados. Só isso.
Decisão difícil; cruel
O político, de uma maneira geral, não suporta o ostracismo. Não aceita a
perda do poder e, consequentemente, a capacidade de influir nos rumos
de sua própria vida pública, tornando a sobrevivência política difícil.
Abdicar disso é cruel demais, quando o foco é único. É preciso,
entretanto, que as pessoas sejam maleáveis ou sensíveis à situação em
que se encontram. É o primeiro passo para deixar o poço.
Coerência nas cortes
Comentei, em minha coluna de quinta-feira, sobre a coerência das cortes
judiciais na aplicação da legislação vigente, impedindo o acesso de
políticos enquadrados na Lei da Ficha limpa às disputas eleitorais. Não é
preciso entender muito do assunto, para perceber que está havendo uma
guinada dos tribunais nesse sentido, o que é muito bom para a política e
transparência no trato com a coisa pública. É preciso, entretanto, que
essa obediência à legalidade chegue a todos. E alcance também os mais
graduados. Não adianta castigar apenas aprendizes. É preciso punir
também os mestres feiticeiros.
Desagradou geral...
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF),
revisor das denúncias da Ação Penal 470, popularizado na mídia como
mensalão, ao contrário do relator, o também ministro Joaquim Barbosa,
absolveu os primeiros réus, entre eles o deputado federal e candidato do
PT à prefeitura de Osasco, SP. Ele havia condenado alguns, que foram
também absolvidos com seu voto favorável a Cunha. O ato causou revolta
àqueles que esperavam pena máxima para todos e as redes sociais foram a
válvula de escape para esse descontentamento. Lewandoswski exerceu seu
livre-arbítrio de magistrado. E isso ninguém pode - ou tem o direito de -
contestar.
Um dedo na ferida
É preciso fazer um reflexão e perceber que mensalão, o dinheiro gasto
com parlamentares para garantir a reeleição de FHC e a privataria
(comprovada) tucana, são filhos de uma mesma natureza e, portanto,
irmãos de sangue. Só não são trigêmeos idênticos porque foram concebidos
e paridos em épocas diferentes.
Direito e cidadania
O que se tem visto e é importante - e fruto do processo democrático e
do estado de direito - é uma participação popular cada vez mais ativa
nos destinos políticos da Nação. O recado está sendo bem dado. Mais que
isso, está chegando aos ouvidos de quem tem o poder decisório nas mãos.
Aos poucos, e de forma qualitativa, é preciso que a faxina alcance até
as reentrâncias mais difíceis, removendo a sujeira, que há muito tempo
não via água, sabão e alvejante. E é preciso acreditar nisso também.
O ouro clandestino
Por falar em faxina, está na hora de os setores competentes da
Prefeitura, em especial as secretarias de Segurança e do Meio Ambiente,
exercer o poder de fiscalização e mão pesada contra fábricas
clandestinas de joias e folheados, em bairros residenciais. Alguns
moradores começam a denunciar essa prática, prejudicial à economia local
e, em especial, à saúde da população e ao meio ambiente. Esses
estabelecimentos existem, estão espalhados pela cidade e precisam ser
autuados. Ou se regularizam e seguem as normas técnicas para o setor ou
então, devem ser lacrados.
Estímulo à conduta
Há uma probabilidade, também, que grandes empresas do setor estimulem
essa clandestinidade, como forma de burlar o fisco e outras obrigações
legais. Um custo-benefício nem sempre interessante, se for levado em
conta os danos futuros desse processo.
Pergunta rápida
Quanto tempo ainda vai demorar para que o limeirense possa usufruir de
um trânsito eficiente, sem ter que ficar parando de semáforo em
semáforo?
Foi muito branda
O ultradireitista Anders Behring Breivik, 33 anos, que no dia 22 de
julho de 2011 matou 77 pessoas em Oslo e em uma ilha norueguesa, em
atentado claramente xenofóbico, foi condenado a 21 anos de prisão, que é
a pena máxima na Noruega, que pode ser prorrogada indefinidamente,
conforme decisão dos próprios juízes. É uma espécie de custódia do
Estado, uma figura legal do Direito norueguês, que na prática pode
equivaler a uma prisão perpétua. É quase nada tendo em vista a motivação
do crime e sua execução e o desdém do próprio autor para com suas
vítimas. Breivik sorriu e lamentou não ter matado mais gente.
Frase da semana
“Sim, eu faria de novo”. Anders Behring Breivik, assassino confesso de
77 pessoas, em atentado na Noruega, em julho do ano passado, ao
responder a juízes da corte norueguesa, no primeiro dia de seu
julgamento. NO UOL Notícias-Internacional, 17 de abril de 2012.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
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