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terça-feira, 21 de agosto de 2012

A hora da verdade. Ou mais indefinição ainda...

A partir de hoje, candidatos a vereador e prefeito começam a se expor ao eleitorado, através da propaganda eleitoral gratuita. Num país desenvolvido e democrático, esse tipo de obrigatoriedade - assim como a do voto e do serviço militar - não existiria. As emissoras de rádio e TV não seriam, compulsoriamente, compelidas a ceder parte de seu horário (e nobre) a partidos e coligações, por conta de uma legislação que precisa de urgente revisão. E como revê-la, se os principais interessados, os políticos, são os que mais desfrutam dela? E espremem até a última gota de suas possibilidades, para ter seu minuto e até mesmo os poucos segundos de fama, que o tamanho do partido ou da coligação partidária lhes garante.
E como todas as propostas de reforma política ou financiamentos de campanha encontram-se ainda trancadas nas gavetas dos parlamentares, resta-nos, como cidadãos, eleitores e telespectadores, as duas únicas saídas possíveis: desligar os aparelhos de rádio e TV ou então ver a performance de cada um dos postulantes a uma vaga  na Câmara Municipal - das 21 existentes para a próxima legislatura - e à cadeira principal do Edifício Prada. E como mostrou pesquisa publicada na semana passada pela Gazeta, que apenas 31% do eleitorado costuma seguir as campanhas políticas e, desse porcentual, 73% tomam conhecimento do candidato através da TV, então que se aproveite bem o tempo, sem desperdiçar uma clara oportunidade de apresentar programas de governo, sem ataques pessoais ou políticos aos adversários. E, principalmente, sem tomar o tempo do eleitor com promessas vazias, uma eterna ladainha que não leva a lugar algum. Talvez eleja um ou outro, entre os que conseguem impor uma boa imagem televisiva. E só.
E é justamente nesse truque, o da boa imagem, que ninguém deve mais cair. E se deixar levar pela aparência ou pelo discurso fácil é correr, novamente, um risco desnecessário de garantir outro aventureiro no comando do município. Ou entregar a Câmara à subserviência, como se via até há bem pouco tempo. Limeira não merece que se repita o pastelão de fevereiro. Por isso, é preciso entender bem o processo do horário eleitoral gratuito e tirar dele todo proveito em benefício da comunidade e não apenas de interesses pessoais dos que buscam o poder pelo poder. Aos que vão invadir os lares limeirenses a partir de hoje e sem pedir licença, que tenham competência e coragem para mostrar a verdadeira face, sem maquiagem ou contornos de photoshop. E principalmente se comprometam com a transparência que o serviço público exige, apresentando projetos claros e objetivos e um programa de governo realista, sem nuances de promessas, como "se eleito, eu prometo fazer chover no deserto". A hora da verdade está chegando e o que se espera é que contribua para esclarecer as muitas dúvidas que ainda pairam no ar.

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