Pages

terça-feira, 12 de junho de 2012

Um troco merecido. A maturidade e novas apostas

A ex-prefeita paulistana e atual senadora pelo PT de São Paulo, Marta Suplicy (não entendo por que ainda assina esse sobrenome...), deu o troco em Lula e ofuscou a pomposa festa de lançamento da candidatura de  Fernando Haddad à prefeitura paulistana. As repercussões da ausência de Marta ao convescote petista mostram um partido mais partido do que unido. Embora forte e capaz de surpreender, o PT se ressente do próprio crescimento e não está sabendo lidar com essa situação. E faz tempo que isso acontece. Também é verdade que o ex-presidente tomou posse da sigla e, ignorando prévias e vontades de seus membros, e principal característica que diferenciava a agremiação no País - inclusive a ética - com as decisões tomadas pelas bases partidárias, está decidindo candidatura por candidatura.
Como fez com Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto em 2010, Luís Ignácio Lula da Silva tenta fazer o mesmo com o ex-ministro da Educação. Tirá-lo do anonimato à glória. Mesmo com as pesquisas eleitorais apontando ampla preferência ao nome de Marta Suplicy à frente inclusive do próprio candidato tucano, José Serra, antes das oficializações. Eleger presidente da República uma ministra de Estado, que estava no governo mais popular da história do Brasil, era uma questão de tempo e boa campanha. Agora brigar de igual para igual num Estado da Federação de predominância tucana e com um candidato tarimbado por disputas e mais disputas (e várias vitórias), é uma história que precisa ser passada a limpo. Melhor ainda, carece de uma virada rápida - se há tempo não sei - e uma eficiência política e de transferência de votos acima da média. Apesar de toda sua liderança, Lula anda se equivocando em suas decisões e pode estar perdendo a chance de tomar São Paulo do PSDB. Aí sim, estaria decretada a bancarrota tucana. Não é, entretanto, o que parece ser de fato a vontade do ex-presidente.
E se porventura ele conseguir emplacar de fato Fernando Haddad e bater Serra, então será preciso uma outra análise conjuntural. Por hora, é improvável. Como improvável, também, será o próprio José Serra continuar prefeito em 2014. Se vencer as eleições municipais, ele sai em 2014 para concorrer novamente à Presidência. E ninguém vai segurá-lo. Nem compromissos de terminar o mandato, como já fez antes, inclusive de papel passado. Será um prefeito de dois anos apenas.
Por aqui, vejo neste ano um PT diferente. Mais maduro e com uma decisão acertada nas alianças e em buscar na composição de chapa, a viabilidade para chegar ao Prada, contrariando também o desejo de alguns que, se pudessem, teriam imposto outros rumos ao partido, como fez Lula em São Paulo. Outros nomes e siglas também se articulam, mas a eleição municipal local passa por uma definição sobre a candidatura de Pedrinho Kühl (PSDB), já assumida, mas que ainda vive pendências na Justiça. Apesar de todos os fatores caminharem a seu favor, e das afirmativas positivas do próprio Pedrinho e do PSDB em Limeira, a situação ainda é duvidosa. Como pode haver um fator supresa, chamado Orlando José Zovico. Que ninguém aposte tudo agora. É melhor guardar algumas fichas para depois.

0 comentários: