Limeira é o município dos contrastes. Não sabe aproveitar-se de todas as condições de infraestrutura de que dispõe e da excelente situação geográfica no mapa do desenvolvimento, para justamente se desenvolver. O marketing da gestão Silvio Félix, que compunha uma verdadeira sinfonia de investimento, não passou de uma ópera-bufa. Uma sátira política, cujo enredo findou-se no dia 24 de novembro de 2011, com seu gran finale três meses depois, em 24 de fevereiro deste ano. Fatos já de domínio público e de conhecimento dos limeirenses.
Estou me utilizando desse exemplo, hoje com certeza o de mais amplo espectro até mesmo para além das fronteiras locais, para analisar o dia a dia de uma cidade, que deixa escapar seu cotidiano, sem a mínima preocupação em melhorar alguns aspectos, que considero fundamentais ao crescimento geral, que podem passar despercebidos de muitos, desde que não precise deles. São situações de extrema simplicidade, que se transformam em equações complexas e de difícil solução, por falta de vontade e, via de regra, do odioso monopólio. Do estar nas mãos de poucos, em detrimento da maioria.
Situações que nos compelem, também, a alternativas, que contrariam o interesse local do buscar aqui dentro a satisfação de algumas necessidades, facilmente atendidas fora daqui. Pode até parecer um debate supérfluo ou fora de propósito, mas não é. Mesmo porque tudo que se refere a conhecimento e que proporcione o crescimento cultural e intelectual de um povo, não pode ser considerado redundante. Está no mesmo patamar de importância das mais básicas necessidades do ser humano. Estou falando da falta que faz, em Limeira, uma boa livraria. Dessas em que se pode consultar seu acervo e ir direto ao ponto, onde está a obra desejada. O título que se procura. Dessas, em que as estantes estão divididas por assuntos e autores e o cliente sabe que pode encontrar aquilo que está buscando, sem ter que passar pelo constrangimento de receber uma resposta negativa, mesmo quando o livro esteja entre os mais vendidos ou procurados. E não falo de best-seller, não.
Infelizmente, hoje, não há tal disponibilidade, sem que se tenha que recorrer a cidades como Piracicaba ou Campinas e, às vezes, São Paulo. Ou, então, para quem tem acesso, a essa "biblioteca universal" (que não é a Biblioteca de Babel, de Jorge Luis Borges), chamada internet. Não deixa de ser, também, uma parcela do imposto que poderia ser paga aqui, sendo despejada em outros municípios. É preciso deixar de lado o conceito de consumo, quando se trata da leitura. E estar atento ao que o mercado está oferecendo e investir também no estoque. Para atingir a excelência é preciso ir além da obviedade. Ouvir que a diponibilidade do produto depende desse ou daquele fornecedor, com prazos absurdos de entrega, é um atestado de estupidez, perante uma compra on-line, com entregas quase instantâneas.
terça-feira, 5 de junho de 2012
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