Estamos terminando janeiro e um fenônemo interessante - e por que não dizer curioso - vem ocorrendo em Limeira. Apesar de sabermos, de antemão, quais são as pretensões políticas de cada pré-candidato a prefeito (e até conhecermos os nomes potenciais à disputa), vem imperando, desde aquele fatídico 24 de novembro de 2011, uma certa lei do silêncio entre todos os postulantes ao cargo. Com ou sem o chamado e iluminado poste, o que se observa, hoje, é que a luz da política limeirense, se não está apagada, enfraqueceu de vez. E o ano que prometia muito, entre embates, denúncias e muita propaganda, está sobre uma espessa fumaça.
Até mesmo a busca pela mídia deu lugar a um vácuo, só explicável mesmo pelo desonrolar do processo, que se desenvolve na Câmara Municipal, apontando uma munição pesada contra o prefeito afastado Silvio Félix da Silva (PDT), justamente o personagem mais atingido pelas ações do Ministério Público, embora as investigações estejam direcionadas para membros de sua família. Essa citação, embora não seja o centro dessa análise, vem no sentido de explicar (ou pelo menos tentar) a ausência daqueles que estavam na linha de frente da batalha e agora recuaram, numa espécie de estratégia de autoproservação.
Alguém pode me contestar, alegando que o calendário eleitoral ainda não está oficialmente aberto. O que é verdade. Desde quando, porém, isso é - ou era - empecilho para os competidores fazerem o aquecimento prévio? Mesmo os mais afoitos e obcecados pela visibilidade estão dando um tempo na própria euforia, esperando os resultados das investigações da Comissão Processante contra o prefeito afastado, esta sim principal personagem de tudo isso, e que pode render muito fôlego aos pretensos candidatos. Como a imprevisibilidade da conclusão da CP é uma certeza e ninguém ousa afirmar o contrário, o que passa na cabeça de cada um é em que momento todo esse imbróglio possa virar sua mira para suas próprias cabeças.
Se o desgaste para Félix já é irreparável, os demais estão com a chamada pulga atrás da orelha. Eu particularmente trocaria essa pulga por um elefante, tamanho o peso dessa responsabilidade neste momento. Se pela situação ninguém quer essa sombra, a oposição está se equilibrando num estreito muro, com receio de pender para o lado errado. O que pode ser fatal para qualquer um. Daí o vazio que se formou em torno das eleições, que deveriam já estar temperando as discussões. No mínimo jogando as primeiras pitadas de pimenta. Difícil analisar, entretanto, se isso é benéfico ou não ao processo eleitoral, que começa oficialmente em abril. A indecisão, entendo, é sobre a quantia de golpes a serem dados e em quem de fato bater. Sobre quem está forte o suficiente para apanhar, ou se não vai se chutar cachoro morto. Em pior situação estão os atuais vereadores, que pretendem buscar a reeleição em outubro. No imaginário popular eles têm, sim, um lado a pender.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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