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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A efervecência da mídia virtual e o papel impresso

Não há mais como negar, que as redes sociais estão provocando uma nova revolução no jornalismo. Desde que Johan Gutenberg - considerado o inventor da prensa móvel - fez sua primeira impressão, a comunicação entre os homens não é mais a mesma. Muitos já trataram disso e, portanto, não é novidade. De tempos em tempos, novos avanços são notados. Com a internet, a informação ganhou agilidade e caráter de tempo real. E o leitor está cada vez mais antenado nessas tecnologias e querendo cada vez mais participar. Só que há uma questão, ética e de falta de conhecimento técnico sobre a produção da informação, que muitas vezes atropela a própria informação. Na ansia de ser o primeiro a noticiar, o emissor acaba incorrendo em erros graves. Na quarta-feira um exemplo típico: a queda dos prédios no Rio de Janeiro. Bastaram as primeiras informações, que as redes sociais começaram a escancarar uma tragédia sem precedentes com mortes anunciadas. Foi automático e instantâneo. Não havia fontes seguras ainda, mas estava lá. Fervilhando em situações inconclusas. A imagem era a única informação.

A notícia na hora
E em tempos de comunicação instantânea, fica difícil saber quem chegou primeiro. O furo jornalístico virou questão de segundos, mas a informação detalhada, com a devida checagem de fontes e levantamentos do fato acontecido, ainda fica com o papel impresso - que deve caminhar na esteira das próprias redes sociais - um complemento sólido e analítico da notícia. A notícia é velha. A informação deve ser nova.

O difícil controle
Como fica impossível controlar - e em hipótese alguma deve se cogitar nisso em tempos de liberdade de expressão do pensamento - o critério seletivo vai ficar cada vez mais com a capacidade humana da assimilação e entendimento do que está acontecendo. Daquilo que vai divulgar. E nas consequências do que pode representar um verbo mal colocado. Uma afirmação sem fundamento. Refletir é preciso.

Direito... e dever
Se a cada direito corresponde um dever, na mesma proporção a cada informação corresponde a responsabilidade de sua correção. É assim que deve funcionar.

Existem as regras
Sem atropelos e respeitando prazos regimentais e trâmites legais. É assim que Silvio Félix da Silva (PDT), prefeito afastado de Limeira, deve agir com relação à investigação que está sendo conduzida na Câmara por uma Comissão Processante (CP) contra ele. Ao procurar o presidente do Legislativo, Raul Nilsen Filho (PMDB), conforme foi postado pelo próprio vereador em seu Facebook, é desrespeitar a CP. Não adianta ele querer falar na Câmara, a todos os vereadores. São apenas 5 que o investigam e é a eles que deve ser feita sua defesa. À própria comissão que o investiga. Não sei onde Félix está querendo chegar. Se é desespero de causa ou tentantiva de fazer com que os vereadores cometam algum deslize, com potencial para que a CP seja anulada. Fica a dúvida.

Pergunta rápida
O prefeito afastado, Silvio Félix da Silva, estaria dando "expediente" no Paço Municipal?

Mais um descaso
A manchete desta Gazeta de sexta-feira, sobre as rachaduras e interdição em alça do Viaduto Antonio Feres (antigo viaduto da Ford) é o retrato puro e simple do descaso do poder público com o dinheiro do contribuinte. Do cidadão que paga em dias seus impostos. As fotos mostradas na reportagem é de entristecer, em especial por saber do montante ali investido (quase R$ 4 milhões) e dois anos depois acontecer isso. O erro deverá ser corrigido, porém a conta, novamente, quem pagará, é o cidadão. Somos todos nós, que vamos pagar pela segunda vez. Um retrabalho desnecessário se a obra fosse bem feita.

Se você quer ler
Hoje vou com uma obra literária mais pesada e tensa. Trata-se de Ensaio sobre a Cegueira, do escritor português José Saramago, lançado em 1995. Na obra, Saramago mostra, através, as reacções do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono. Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e preconceito. Ele próprio teria dito que é um livro para o leitor sofrer, assim como ele sofreu ao escrevê-lo. Ele trata a cegueira como contagiosa, uma epidemia mesmo, a partir de um personagem que está num semáforo e é socorrido pelas demais, formando uma cadeia sucessiva dessa cegueira. São 310 páginas para a mais pura reflexão.

Eu Recomendo!
Domingo é dia de diversão. Por isso vou recomendar hoje uma comédia das mais engraçadas que assisti. Só para rir mesmo. Trata-se de Debi & Lóide - Dois Idiotas em Apuros (Dumb and Dumber, EUA-1994). Traz no elenco um impagável Jim Carrey, no papel de Lloyd Christmas, e Jeff Daniels, como Harrry Dunne, além de Lauren Holly, Mike Starr, Charles Rocket, Karen Duffy, Felton Perry, Teri Garr e Hank Brandt. O filme conta a história de dois homens extremamente estúpidos. Quando Lloyd leva até o aeroporto uma bela mulher que vai para Aspen, ele acredita que ela perdeu uma mala, mas na verdade a esqueceu no saguão. Na havia uma grande soma para pagar o resgate do marido da mulher, mas Lloyd a recupera e tenta lhe entregar, quando convence Harry para irem até Aspen para devolver o dinheiro e na viagem se envolvem em várias confusões, além da perseguição pelos seqüestradores.

Frase da semana
"Não posso responder sobre terceiros". Do prefeito afastado, Silvio Félix, referindo-se sobre membros de sua família, durante depoimento à CP na Câmara. Na Gazeta, quinta-feira, 26.

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