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terça-feira, 12 de outubro de 2010

E que venha dia 31!

Foi dada a largada para o segundo turno das eleições presidenciais. Na última sexta-feira Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) reestrearam no horário eleitoral gratuito na rádio e TV. Agora só os dois, depois que o fenômeno Marina Silva (PV) conseguiu o que parecia improvável: estender o embate político por pouco mais de duas dezenas e meia de dias. Se por um lado frustrou as hostes petistas e a vontade do presidente Lula e deu alento a uma fragmentada oposição, ditada nos seus rumos pelo personalismo egocêntrico do candidato peessedebista, por outro consolidou a via democrática brasileira ao proporcionar a oportunidade de um debate mais acentuado entre as duas forças preponderantes no primeiro turno.
É preciso, agora, que os dois candidatos entendam o recado deixado pela terceira via e partam para uma discussão programática mais sólida e focada nos problemas nacionais ainda não apresentados de forma categórica ao eleitor. Que tragam, à luz de suas feições ideológicas, o que está faltando às discussões, que no primeiro tempo do jogo ficaram concentradas na troca de farpas - para ser bastante polido - entre a situação e a oposição. E ao jogo sujo das denúncias vazias, que ganhavam cada vez mais força com a proximidade do pleito.
Ambos, Dilma e Serra, devem se despir desse passado ainda quente, e mostrar para que, de fato, vieram. E por que chegaram ao confronto final como vencedores. Nesse processo é preciso levar em consideração, que a candidata petista chegou por suas próprias forças e o candidato tucano com a inestimável ajuda da Verde Marina. Se Dilma venceu, mas não levou; Serra recebeu de bandeja uma nova oportunidade de garantir a realização de seu grande sonho: ser presidente da República. É por isso que a relevância de um debate sadio vale mais que a intolerância e as baixezas da sujeira política, que todos nós sabemos de onde vêm, mas nunca tem um remetente conhecido, porém com destinatário de endereço certo.
Daqui até dia 31 de outubro serão 19 dias de oportunidades garantidas para que nós, eleitores, conheçamos de fato dois perfis distintos na forma de ser e agir - porém iguais na origem - e escolhamos um deles para gerir os destinos do Brasil nos próximos 4 anos. Tanto Dilma quanto Serra precisam honrar esse tempo.

Antonio Claudio Bontorim

1 comentários:

Patricia Menezes Pereira disse...

Os candidatos possuem a mesma química para ludibriar "alguns" eleitores,pois propostas práticas e imediatas não são abordadas,apenas objetivos platônicos.