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terça-feira, 23 de junho de 2015

Um debate que precisa ser retomado


Muito bem lembrado pelo jornalista Rafael Sereno, desta Gazeta, em seu perfil no Facebook, o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalistas completou, no último dia 17, seis anos. Data em que, no ano de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF), então presidido por Gilmar Mendes, desobrigava da necessidade de diploma de nível superior para jornalistas. O que facilitou a qualquer pessoa acesso ao registro profissional no Ministério do Trabalho. Mendes, relator do recurso interposto por uma entidade sindical patronal e pelo Ministério Público Federal (MPF), em seu voto, avaliou que “a formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”. Foi seguido por oito colegas de toga e teve um voto contrário, o de Marco Aurélio Mello, com o seguinte argumento: “penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral”. Foi coerente, uma vez que não é a partir de um simples registro regulamentar, que qualquer outro profissional estará apto a exercer o jornalismo. Que não é simplesmente saber escrever, opinar ou comentar, através das mídias hoje disponíveis (e as redes sociais alavancaram essas oportunidades), que credencia um advogado, médico, engenheiro - ou outro profissional - a ser chamado de jornalista. Vou me ater a esses exemplos.
Foi feliz, Rafael Sereno, em perguntar, em sua postagem, "no que o jornalismo melhorou de lá para cá, com o fim da exigência do diploma?". Afirmo, sem medo de errar, que não melhorou. E nem piorou. Mesmo porque os jornalistas, que atuam nas redações continuam sendo os diplomados, salvo exceções daqueles que já militam na imprensa e conhecem todos os seus meandros. E é nesse ponto que o debate se estreita. Para o exercício do jornalismo, de dedicação exclusiva, é preciso conhecimento específico, que só uma faculdade pode proporcionar. Gilmar Mendes foi pelo senso comum, o do argumento simplista da boa escrita e do discernimento de ideias. Apenas isto. Mas e as técnicas necessárias para trabalhar em uma Redação, que requerem habilidades necessárias ao correto exercício profissional? O conhecer sobre o funcionamento de todas as etapas para a produção de uma notícia e suas implicações práticas, legais e, principalmente, éticas? Na faculdade de medicina, de direito, engenharia ou de outra profissão regulamentada, não se ensina isso. Assim como em uma faculdade de jornalismo não se ensina a receitar, defender acusados ou fazer plantas de casas. etc., etc.
É preciso saber distinguir todas as competências e dar o devido e merecido respeito a cada carreira profissional e à formação que ela exige. O debate que se seguiu à postagem do jornalista foi muito interessante e dá a proporção do desconhecimento da maioria das pessoas, quanto à atividade em questão. O senso comum, como escrevi acima, acaba propiciando todos esses erros de interpretação. Os mesmos e absurdos erros que levaram a maioria dos ministros do STF a votar favoravelmente à argumentação de Mendes. Ser jornalista não é apenas saber ordenar sujeito, verbo e predicado dentro de uma frase. Uma expressão mal posta, uma vírgula ou uma afirmação inconsequente podem ser mais letais que um bisturi, uma defesa processual ou cálculo estrutural.
Muito bem lembrado pelo jornalista Rafael Sereno, desta Gazeta, em seu perfil no Facebook, o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalistas completou, no último dia 17, seis anos. Data em que, no ano de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF), então presidido por Gilmar Mendes, desobrigava da necessidade de diploma de nível superior para jornalistas. O que facilitou a qualquer pessoa acesso ao registro profissional no Ministério do Trabalho. Mendes, relator do recurso interposto por uma entidade sindical patronal e pelo Ministério Público Federal (MPF), em seu voto, avaliou que “a formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”. Foi seguido por oito colegas de toga e teve um voto contrário, o de Marco Aurélio Mello, com o seguinte argumento: “penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral”. Foi coerente, uma vez que não é a partir de um simples registro regulamentar, que qualquer outro profissional estará apto a exercer o jornalismo. Que não é simplesmente saber escrever, opinar ou comentar, através das mídias hoje disponíveis (e as redes sociais alavancaram essas oportunidades), que credencia um advogado, médico, engenheiro - ou outro profissional - a ser chamado de jornalista. Vou me ater a esses exemplos.
Foi feliz, Rafael Sereno, em perguntar, em sua postagem, "no que o jornalismo melhorou de lá para cá, com o fim da exigência do diploma?". Afirmo, sem medo de errar, que não melhorou. E nem piorou. Mesmo porque os jornalistas, que atuam nas redações continuam sendo os diplomados, salvo exceções daqueles que já militam na imprensa e conhecem todos os seus meandros. E é nesse ponto que o debate se estreita. Para o exercício do jornalismo, de dedicação exclusiva, é preciso conhecimento específico, que só uma faculdade pode proporcionar. Gilmar Mendes foi pelo senso comum, o do argumento simplista da boa escrita e do discernimento de ideias. Apenas isto. Mas e as técnicas necessárias para trabalhar em uma Redação, que requerem habilidades necessárias ao correto exercício profissional? O conhecer sobre o funcionamento de todas as etapas para a produção de uma notícia e suas implicações práticas, legais e, principalmente, éticas? Na faculdade de medicina, de direito, engenharia ou de outra profissão regulamentada, não se ensina isso. Assim como em uma faculdade de jornalismo não se ensina a receitar, defender acusados ou fazer plantas de casas. etc., etc.
É preciso saber distinguir todas as competências e dar o devido e merecido respeito a cada carreira profissional e à formação que ela exige. O debate que se seguiu à postagem do jornalista foi muito interessante e dá a proporção do desconhecimento da maioria das pessoas, quanto à atividade em questão. O senso comum, como escrevi acima, acaba propiciando todos esses erros de interpretação. Os mesmos e absurdos erros que levaram a maioria dos ministros do STF a votar favoravelmente à argumentação de Mendes. Ser jornalista não é apenas saber ordenar sujeito, verbo e predicado dentro de uma frase. Uma expressão mal posta, uma vírgula ou uma afirmação inconsequente podem ser mais letais que um bisturi, uma defesa processual ou cálculo estrutural.
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Muito bem lembrado pelo jornalista Rafael Sereno, desta Gazeta, em seu perfil no Facebook, o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalistas completou, no último dia 17, seis anos. Data em que, no ano de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF), então presidido por Gilmar Mendes, desobrigava da necessidade de diploma de nível superior para jornalistas. O que facilitou a qualquer pessoa acesso ao registro profissional no Ministério do Trabalho. Mendes, relator do recurso interposto por uma entidade sindical patronal e pelo Ministério Público Federal (MPF), em seu voto, avaliou que “a formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”. Foi seguido por oito colegas de toga e teve um voto contrário, o de Marco Aurélio Mello, com o seguinte argumento: “penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral”. Foi coerente, uma vez que não é a partir de um simples registro regulamentar, que qualquer outro profissional estará apto a exercer o jornalismo. Que não é simplesmente saber escrever, opinar ou comentar, através das mídias hoje disponíveis (e as redes sociais alavancaram essas oportunidades), que credencia um advogado, médico, engenheiro - ou outro profissional - a ser chamado de jornalista. Vou me ater a esses exemplos.
Foi feliz, Rafael Sereno, em perguntar, em sua postagem, "no que o jornalismo melhorou de lá para cá, com o fim da exigência do diploma?". Afirmo, sem medo de errar, que não melhorou. E nem piorou. Mesmo porque os jornalistas, que atuam nas redações continuam sendo os diplomados, salvo exceções daqueles que já militam na imprensa e conhecem todos os seus meandros. E é nesse ponto que o debate se estreita. Para o exercício do jornalismo, de dedicação exclusiva, é preciso conhecimento específico, que só uma faculdade pode proporcionar. Gilmar Mendes foi pelo senso comum, o do argumento simplista da boa escrita e do discernimento de ideias. Apenas isto. Mas e as técnicas necessárias para trabalhar em uma Redação, que requerem habilidades necessárias ao correto exercício profissional? O conhecer sobre o funcionamento de todas as etapas para a produção de uma notícia e suas implicações práticas, legais e, principalmente, éticas? Na faculdade de medicina, de direito, engenharia ou de outra profissão regulamentada, não se ensina isso. Assim como em uma faculdade de jornalismo não se ensina a receitar, defender acusados ou fazer plantas de casas. etc., etc.
É preciso saber distinguir todas as competências e dar o devido e merecido respeito a cada carreira profissional e à formação que ela exige. O debate que se seguiu à postagem do jornalista foi muito interessante e dá a proporção do desconhecimento da maioria das pessoas, quanto à atividade em questão. O senso comum, como escrevi acima, acaba propiciando todos esses erros de interpretação. Os mesmos e absurdos erros que levaram a maioria dos ministros do STF a votar favoravelmente à argumentação de Mendes. Ser jornalista não é apenas saber ordenar sujeito, verbo e predicado dentro de uma frase. Uma expressão mal posta, uma vírgula ou uma afirmação inconsequente podem ser mais letais que um bisturi, uma defesa processual ou cálculo estrutural.
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