... mas garantir o diálogo aberto e franco. Conviver
com a diversidade, que além de diferente, significa multiplicidade, não é
fácil. É, entretanto, democrático e necessário à própria evolução do ser
humano, que tem a obrigação de respeitar as diferenças e as discussões que elas
implicam. Sempre que se tenta impor uma única vertente – a imposição de uma
ideologia, de uma crença religiosa, opção sexual ou política – o caminho é
perigoso. Revela-se autoritário e, acima de tudo, compromete qualquer relação
de racionalidade, que é a característica principal do homem. Opinar, discutir,
apresentar argumentos coerentes e relevantes não é impor, mas levar
transparência às ações, que determinam o avanço da civilização. E, cá entre
nós, civilidade não significa sobreposição do mais forte sobre o mais fraco.
Nem daquele que se julga intelectualmente mais capaz sobre a falta de
conhecimento e ignorância de seus semelhantes. A Constituição garante todas
essas liberdades. E garante, principalmente, o direito em pensar de maneira
diferente, como um dos significados da diversidade, conforme iniciei este
texto.
É a opção que conta
E um dos temas que vem ganhando destaque em todas as mídias nesses últimos tempos trata da discussão de gênero, que envolve a sexualidade do ser humano. O masculino e o feminino se confundindo e abrindo o debate sobre o direito da opção sexual, independentemente do gênero. O direito claro à homossexualidade, que engloba tanto homens quanto mulheres em novas descobertas.
A crença e a ciência
E isso existe desde que o homem se conhece como homem, lá das suas origens, sejam elas pelo Criacionismo, a versão religiosa do surgimento da humanidade; ou pela Teoria da Evolução, a versão científica e, nesse caso e opinião pessoal minha, a mais coerente. Afinal, pensar no homem como um pedaço de barro soprado divinamente e a mulher extraída da costela desse homem, não faz sentido algum.
Diferença e pecado
Toda essa introdução é necessária, por que se percebe, atualmente, que as várias vertentes religiosas do Cristianismo, estão forçando uma discussão para além das fronteiras da racionalidade. Ora, ninguém nega – e nem pode – o direito de religiosos, sejam eles bispos, padres ou pastores, católicos ou evangélicos, debaterem essa questão sob a ótica da fé que professam. Mas com respeito justamente às diferenças.
Vai esquentar logo
E a Gazeta antecipou o debate em Limeira, ao mostrar, com exclusividade, documento do bispo diocesano, dom Vilson Dias, enviado à Câmara, conclamando os vereadores a proibirem que a discussão da ideologia de gênero chegue à rede municipal, através do Plano Municipal de Educação. Como instituição, a Igreja tem o direito de se manifestar, mas não pode obrigar que a crença prevaleça à laicidade.
Momento perigoso
E, nesse caso, para encerrar essas primeiras considerações, não é só a Igreja Católica, apenas, que está tentando fazer papel de Estado – na história já houve essa confusão e não deu certo – mas as crenças de confissão evangélicas também. E até com mais violência e intolerância ainda. A liberdade de escolha não pode aceitar essa tutela.
Uma luz que brilha
Na contramão do obscurantismo e da censura, um sopro de liberdade foi protagonizado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana que passou. Por unanimidade, foi julgada inconstitucional a censura prévia às biografias não autorizadas. Uma pendenga que se arrastava por mero interesse financeiro de pessoas públicas, que não queriam ter suas histórias contadas. Mesmo sendo públicas.
O melhor exemplo
Longe de ainda ter um fim, a pendenga judicial entre o cantor Roberto Carlos e seu biógrafo (não autorizado, ainda), o jornalista Paulo Cesar de Araújo, foi quem iniciou o debate sobre a questão, agora definida e sacramentada pelo STF. É a luz da razão contra o obscurantismo da opressão.
Acessibilidade? Tá!
Por falar em opressão, se alguém engoliu a explicação daquela esdrúxula barreira que separa o auditório do Plenário da Câmara, eu não. Apesar do obstáculo, mostrado na sexta-feira por esta Gazeta, em foto na primeira página, parece-me que não é ele que vai conter as manifestações próximas e futuras, que com certeza virão. Espero, também, que não seja essa a intenção do presidente da Casa, Nilton Santos (PRB). Vamos aguardar, então, pelos próximos obstáculos.
O povo que se lixe
Há, infelizmente, uma tendência cada vez maior de isolamento dos políticos com a sociedade. Principalmente daqueles em cargos eletivos que, do alto de sua arrogância, julgam-se acima de tudo e de todos. E fazem do corporativismo a sua essência. Das tribunas, e narizes empinados, fazem de seus mandatos esteio de sua vida privada. E as necessidades do povo... Bem, ficam para as promessas das próximas eleições.
Às esporas. E bicos
Tudo mais do mesmo. E sem choro nem vela. A aliança do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), com o PSDB, pela maioridade penal, representa bem os interesses do senador mineiro Aécio Neves, que tenta fazer de tudo para enfraquecer seu maior rival, um outro tucano e dentro de seu próprio partido: o governador Geraldo Alckmin, cuja proposta para o tema me parece a mais acertada e coerente. O ninho tucano está mais para rinha de briga de galos. Quero dizer, tucanos. Os pássaros, logico.
De tremer as bases
Sinceramente, se há alguém que me dá medo é esse tal de Eduardo Cunha. Integrante da “bancada da fé” e com apoio da “bancada da bala”, faltam-lhe só asas próprias para voar. Parece-me que ele pode emprestá-las dos tucanos. Vixe!
Pergunta rápida
Por que a crença religiosa quer sempre se sobrepor à ciência?
Bola murcha e cia
As revelações sobre os escândalos no futebol, via Fifa e confederações continentais, não param de surpreender. O prisioneiro José Maria Marin alega idade e saúde debilitada em sua solicitação de prisão domiciliar. Lá na Suíça. Engraçado é que aqui ele nunca alegou essas questões, mesmo quando embolsou uma simples medalha de atleta... Agora se descobriu que escondeu da Receita Federal um apartamento de luxo nos EUA.Valor: U$ 2,5 milhões. Por aqui o discípulo de Marin, Marco Polo Del Nero, manipula para ter “amigo” em CPI. Se diz não ter culpa de nada, por que a preocupação?
Nota curtíssima
Pizzolato faz greve de fome na Itália. Está treinando para comer a “quentinha” no Brasil?
Frase da semana
“O grande problema do mundo é que os idiotas têm muitas certezas e os espertos muitas dúvidas”. Do humorista Gregório Duvivier, um dos criadores do Porta dos Fundos. Na IstoÉ. Quinta-feira, 10.
É a opção que conta
E um dos temas que vem ganhando destaque em todas as mídias nesses últimos tempos trata da discussão de gênero, que envolve a sexualidade do ser humano. O masculino e o feminino se confundindo e abrindo o debate sobre o direito da opção sexual, independentemente do gênero. O direito claro à homossexualidade, que engloba tanto homens quanto mulheres em novas descobertas.
A crença e a ciência
E isso existe desde que o homem se conhece como homem, lá das suas origens, sejam elas pelo Criacionismo, a versão religiosa do surgimento da humanidade; ou pela Teoria da Evolução, a versão científica e, nesse caso e opinião pessoal minha, a mais coerente. Afinal, pensar no homem como um pedaço de barro soprado divinamente e a mulher extraída da costela desse homem, não faz sentido algum.
Diferença e pecado
Toda essa introdução é necessária, por que se percebe, atualmente, que as várias vertentes religiosas do Cristianismo, estão forçando uma discussão para além das fronteiras da racionalidade. Ora, ninguém nega – e nem pode – o direito de religiosos, sejam eles bispos, padres ou pastores, católicos ou evangélicos, debaterem essa questão sob a ótica da fé que professam. Mas com respeito justamente às diferenças.
Vai esquentar logo
E a Gazeta antecipou o debate em Limeira, ao mostrar, com exclusividade, documento do bispo diocesano, dom Vilson Dias, enviado à Câmara, conclamando os vereadores a proibirem que a discussão da ideologia de gênero chegue à rede municipal, através do Plano Municipal de Educação. Como instituição, a Igreja tem o direito de se manifestar, mas não pode obrigar que a crença prevaleça à laicidade.
Momento perigoso
E, nesse caso, para encerrar essas primeiras considerações, não é só a Igreja Católica, apenas, que está tentando fazer papel de Estado – na história já houve essa confusão e não deu certo – mas as crenças de confissão evangélicas também. E até com mais violência e intolerância ainda. A liberdade de escolha não pode aceitar essa tutela.
Uma luz que brilha
Na contramão do obscurantismo e da censura, um sopro de liberdade foi protagonizado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana que passou. Por unanimidade, foi julgada inconstitucional a censura prévia às biografias não autorizadas. Uma pendenga que se arrastava por mero interesse financeiro de pessoas públicas, que não queriam ter suas histórias contadas. Mesmo sendo públicas.
O melhor exemplo
Longe de ainda ter um fim, a pendenga judicial entre o cantor Roberto Carlos e seu biógrafo (não autorizado, ainda), o jornalista Paulo Cesar de Araújo, foi quem iniciou o debate sobre a questão, agora definida e sacramentada pelo STF. É a luz da razão contra o obscurantismo da opressão.
Acessibilidade? Tá!
Por falar em opressão, se alguém engoliu a explicação daquela esdrúxula barreira que separa o auditório do Plenário da Câmara, eu não. Apesar do obstáculo, mostrado na sexta-feira por esta Gazeta, em foto na primeira página, parece-me que não é ele que vai conter as manifestações próximas e futuras, que com certeza virão. Espero, também, que não seja essa a intenção do presidente da Casa, Nilton Santos (PRB). Vamos aguardar, então, pelos próximos obstáculos.
O povo que se lixe
Há, infelizmente, uma tendência cada vez maior de isolamento dos políticos com a sociedade. Principalmente daqueles em cargos eletivos que, do alto de sua arrogância, julgam-se acima de tudo e de todos. E fazem do corporativismo a sua essência. Das tribunas, e narizes empinados, fazem de seus mandatos esteio de sua vida privada. E as necessidades do povo... Bem, ficam para as promessas das próximas eleições.
Às esporas. E bicos
Tudo mais do mesmo. E sem choro nem vela. A aliança do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), com o PSDB, pela maioridade penal, representa bem os interesses do senador mineiro Aécio Neves, que tenta fazer de tudo para enfraquecer seu maior rival, um outro tucano e dentro de seu próprio partido: o governador Geraldo Alckmin, cuja proposta para o tema me parece a mais acertada e coerente. O ninho tucano está mais para rinha de briga de galos. Quero dizer, tucanos. Os pássaros, logico.
De tremer as bases
Sinceramente, se há alguém que me dá medo é esse tal de Eduardo Cunha. Integrante da “bancada da fé” e com apoio da “bancada da bala”, faltam-lhe só asas próprias para voar. Parece-me que ele pode emprestá-las dos tucanos. Vixe!
Pergunta rápida
Por que a crença religiosa quer sempre se sobrepor à ciência?
Bola murcha e cia
As revelações sobre os escândalos no futebol, via Fifa e confederações continentais, não param de surpreender. O prisioneiro José Maria Marin alega idade e saúde debilitada em sua solicitação de prisão domiciliar. Lá na Suíça. Engraçado é que aqui ele nunca alegou essas questões, mesmo quando embolsou uma simples medalha de atleta... Agora se descobriu que escondeu da Receita Federal um apartamento de luxo nos EUA.Valor: U$ 2,5 milhões. Por aqui o discípulo de Marin, Marco Polo Del Nero, manipula para ter “amigo” em CPI. Se diz não ter culpa de nada, por que a preocupação?
Nota curtíssima
Pizzolato faz greve de fome na Itália. Está treinando para comer a “quentinha” no Brasil?
Frase da semana
“O grande problema do mundo é que os idiotas têm muitas certezas e os espertos muitas dúvidas”. Do humorista Gregório Duvivier, um dos criadores do Porta dos Fundos. Na IstoÉ. Quinta-feira, 10.
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