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domingo, 7 de junho de 2015

O custo benefício vale o que se paga hoje?



Um novo aumento nas tarifas do transporte público em Limeira acaba de ser aprovado. E entra em vigor a partir de hoje. Não tão pesado como o da água, mas mesmo assim um reajuste de 13,3% (escalonados em outras modalidades também), conforme noticiou com exclusividade na última quarta-feira esta Gazeta, é pesado demais para o usuário. Não que o sistema não necessite de reajustes periódicos. É preciso recompor os custos, disso ninguém tem dúvida, afinal é uma atividade empresarial e, como tal, precisa ganhar também. Antes, entretanto, é preciso avaliar o custo benefício desse preço. O serviço atende às necessidades daqueles que diariamente se utilizam do transporte público em Limeira? A concessionária – por enquanto, com exclusividade nos serviços – tem garantido as linhas e horários como deveria, além da comodidade que a população merece? Quem pode responder a essas perguntas é o próprio usuário, que não aparenta estar contente com o serviço. Mesmo com a renovação da frota e menor índice de quebra dos veículos, muitas linhas continuam superlotadas e nem sempre no horário, que é o que mais irrita  quem depende dos ônibus diariamente.

Todos irão ganhar
O que a população quer, na realidade, é uma melhor contrapartida da concessionária na prestação do serviço. Mesmo porque, quanto melhor e mais eficiente for esse serviço, mais usuários começarão a se valer dele e, consequentemente, o próprio trânsito, hoje caótico com a quantidade de veículos que trafegam pelas ruas da cidade, terá uma melhora considerável. Mais gente nos ônibus, menos carros nas ruas.

Uma contrapartida
O que não se admite e ainda ocorre – e até com certa frequência – é que se cobrem preços de países avançados e os serviços continuem sendo de subdesenvolvidos. Ainda recentemente esta Gazeta mostrou, em números oficiais da prefeitura, a redução no número de pessoas transportadas, que é o que encarece o sistema. Pode cobrar, sim, mas servir com eficiência é o mínimo esperado.

É hora de usufruir
Vale lembrar, também, que junho é um mês dedicado a muitos aumentos de tarifas públicas. Isso sem contar com a carga tributária, que o contribuinte já pagou até aqui, nos primeiros cinco meses. Ou seja, está na hora de usufruir então daquilo que desembolsou, já que até o mês de maio ganhamos para pagar impostos e taxas. E se somos nós que geramos todos esses recursos, eles precisam ser bem aplicados.

E a conta da luz...
E mais um aumento que pode precipitar outros, está em curso. O novo reajuste da tarifa de energia elétrica, que pode elevar em até 8,9% o preço pago pelas indústrias na área de abrangência da concessionária Elektro. Será discutido em audiência pública e valerá a partir de agosto. Que ela virá, e agora somado ao da água, ninguém tem dúvida. E pode provocar mais um efeito em cadeia. É preciso atenção.

E se a moda pegar
Essa é inédita e numa análise mais aprofundada, uma medida perfeita. Estou falando do sequestro de verbas públicas para custear tratamento médico a pacientes que tiveram ganho de causa na Justiça, mas a ordem não foi cumprida. Neste caso o juiz é Adilson Araki Ribeiro, da Vara da Fazenda Pública, e a ré a prefeitura de Limeira.

O caminho da dor
Como esta Gazeta mesmo já noticiou, que dezenas de ordens judiciais nesse sentido são descumpridas pela prefeitura, nada mais justo do que meter as mãos nas trancas dos cofres públicos e tomar o dinheiro. Além de garantir que o paciente tenha seu tratamento ou medicamentos necessários, é também uma medida educativa. Oxalá – nossa que palavra antiga! – outras medidas nesse sentido sejam tomadas.

Às barras da lei
Por falar em inquéritos abertos, ações já concretizadas e em andamento, o governo Hadich coleciona investigações, que devem ser recordes em se tratando do Poder Executivo. Ou como diria aquele conhecido ex-presidente, “nunca antes na história desse município” ...

Os acertos... e erros
Ao mesmo tempo em que se propõe ações acertadas e de grande benefício público, como a implantação de semáforos na rotatória do Barroca Funda, que faz a ligação entre bairros pela Lauro Correa da Silva – e como já fez com a do Viaduto Antônio Feres – a Secretaria de Mobilidade não consegue engrenar uma sincronização no sistema semafórico central. A cada dia que passa a situação fica mais caótica e longe de uma solução. Só quem enfrenta diariamente o problema sabe como é.

Uma mexida certa
Outra medida que a secretaria, comandada por Andrea Júlia tomou, e quem em princípio poderia parecer estranha, mas também foi acertada, foi a mudança de preferencial na Rotatória da Pedra, no anel viário, que dá acesso ao câmpus da FCA-Unicamp. Alguns motoristas ainda não respeitam, mas com o tempo aprendem. Quem ainda não entendeu, basta utilizar aquele trecho para perceber como melhorou.

Teimosia perigosa
A presidente Dilma Rousseff e seu partido, o PT, precisam sair do marasmo do “tudo está bem, tudo está legal” e fincar os pés no chão. Escrevi sobre isso no meu artigo da terça-feira (A crise de arrogância que assola o PT) e volto a repetir. O governo federal não está enxergando um palmo adiante do nariz e se deixando levar pela chantagem do PMDB, de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Virou refém e agora será difícil sair.

Rumo à derrocada 
É a mesma teimosia que desarticulou e desacreditou o PT limeirense, que não enxerga que seu ciclo de governo, com Paulo Hadich, já encerrou faz tempo. O apoio incondicional ao prefeito levou o partido à ruína. Nas próximas eleições não repetirá o desempenho de 2012 e será colocado a escanteio pelo próprio Hadich. Alguém duvida disso?

Pergunta rápida
Reforma política ou simplesmente reforma do Eduardo Cunha?

E dez anos depois
Ontem completaram-se dez anos da famosa entrevista do então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), à Folha de S. Paulo, em que revelava o esquema de propina no governo federal que ficou conhecido como o “mensalão”). De lá para cá, outros 11 casos de corrupção, conforme listou o portal UOL na última sexta-feira, marcaram a vida nacional. Vamos a eles: mensalão tucano, máfia dos sanguessugas, Operação Satiagraha, atos secretos do Senado, mensalão do Dem, Caso Erenice Guerra, escândalo do Ministério dos Transportes, Carlinhos Cachoeira, Máfia do ISS, cartel do Metrô de SP e Operação Lava Jato.

Nota curtíssima
Romário costuma dizer que o Pelé de boca fechada é um poeta. Acertou mais uma vez.

Frase da semana
“É hora de ficar quietinho”. Do ex-jogador e capitão da seleção do penta, Cafu, sobre o pedido de Ronaldo Fenômeno para que Marco Polo Del Nero renuncie à CBF.  Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 5.

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