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terça-feira, 2 de junho de 2015

A crise de arrogância que assola o PT


O Partido dos Trabalhadores (PT) está passando por uma crise sem precedentes na história política brasileira. De novidade e esperança, quando foi fundado lá no início dos anos 80 e com muitas estrelas intelectuais e políticas, que apostaram nas propostas da sigla, além dos próprios trabalhadores, então comandados por Luiz Inácio da Silva, o Lula, o PT começa a sofrer uma deserção, ainda velada, de alguns de seus ilustres membros. Outros, após a saída de Marta Suplicy, virão. E deve, ao longo desse período de incertezas e desmandos de sua direção, perder mais força ainda. Apesar de se manter no topo, no comando da Presidência da República e alguns governos em importantes estados brasileiros, o partido precisa urgentemente se repensar. Ainda há quadros para isso, mas é preciso expurgar a desconfiança que se abateu sobre ele, até mesmo de eleitores ferrenhos e árduos defensores de suas propostas, que começam a sentir certo desestímulo pelos rumos tomados e a falta de interesse em punir de forma exemplar, os que deixam os caminhos certos para se enveredar pelos lamaçais da corrupção. Há, sim, que se pensar no direito à defesa de qualquer acusado, que diz que todos são inocentes até que se prove em contrário, mas é preciso entender que à menor suspeita, a necessidade de afastamento imediato do envolvido – ou envolvidos – se torna premente.
O discurso corporativista vem sendo o grande erro do PT. Não pode ficar à mercê de um pensamento único em torno de uma pureza que não existe mais e tentar livrar os “companheiros” na base da falácia. Em várias oportunidades, e neste momento principalmente, o partido perdeu-se e vem se perdendo nas teorias conspiratórias (que é um hábito corriqueiro e praticado por todos, indistintamente), que não servem para nada a não ser para aumentar a desconfiança e as suspeitas. Sempre que um partido, ou o político, não encontra explicação para atitudes nada republicanas de seus militantes ou desmandos daqueles que têm cargos eletivos, apela-se para tais teorias. A culpa é sempre da oposição e dos partidos adversários. Não se faz, nunca, exame de consciência ou autoavaliação, para buscar, entender e aceitar os próprios erros, tentando corrigi-los.
A presidente reeleita, Dilma Rousseff, que deveria ser o esteio do próprio partido e com ele se identificar, tem pautado sua conduta em ações e medidas que nada lembram o PT. Aquele da sua fundação e como ficou conhecido.

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