Não há quem não aposte, hoje, no caos para 2015. Há otimistas. Mas estes são sufocados pela voracidade dos pessimistas, que de hora em hora bate em tudo quanto é tecla para desenhar os mais obscuros cenários possíveis. Tanto na política quanto na economia. A grande mídia, que dá vez e voz aos pregoeiros da ingovernabilidade, não garante o mesmo espaço a quem ainda acredita numa saída possível e na retomada do processo natural da vida após as eleições de outubro. Nem tudo está tão ruim que não possa melhorar e nem tão cômodo, que não possa piorar. Talvez essa seja a perspectiva do governo federal em contrapartida ao recado que a oposição quer passar. Ambos estão corretos e errados ao mesmo tempo. O governo, a quem cumpre a obrigação de mostrar boa vontade e ações concretas; e a própria oposição, que não enxerga nada além do 26 de outubro e pretende (isso fica claro pelas reações de seus representantes) estender até onde puder o segundo turno do pleito eleitoral presidencial. E não falo em terceiro turno, não. Que não existe. Apenas ouso acreditar nas minhas próprias percepções para entender esse movimento de continuidade do que já passou. E pela forma como aconteceu, ainda não foi digerido pela derrota, que expõe essa indisposição. É o continuar arrotando a própria azia.
É fato que o ano que se aproxima, e está a poucas horas de seu parto, não será nada fácil. Para ninguém. A questão política, que expus acima, é apenas uma das características a ser discutida em meio a tempestade que está por vir. Se depender de alguns será o verdadeiro dilúvio, mas não de água e sim de petróleo, que há alguns meses jorra manchando a imagem de uma das mais sólidas empresas do País, a Petrobras. Criou-se o estigma do “petrolão” – numa alusão ao mensalão petista, que já foi também dos tucanos – através dos sucessivos escândalos na administração da estatal, que veio à tona durante o processo eleitoral. Isso porque já se sabia do problema – e ele estava criado – muito antes de tudo acontecer. O falecido jornalista Paulo Francis já alertava lá atrás, ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso à frente da Presidência da República, que se extraía muito mais do que apenas óleo das plataformas e torres de prospecção. Agora virou mote para descredenciar o futuro. E não há nada de errado nessa previsão, se o próprio governo não assumir o problema e fizer um expurgo completo na direção da empresa, se quiser retomar a credibilidade. Teimosia é de que o País menos precisa neste momento, em que a presidente Dilma Rousseff (PT) está prestes a assumir seu segundo mandato.
E se as expectativas políticas não são boas e a economia está em frangalhos, independentemente de quem faça esse prognóstico, só há uma maneira de aliviar essa pressão. Trabalho sério, obstinado, e condução técnica do novo mandato, porém, sem deixar a política se desvalorizar. E se deteriorar. Dentro do papel que cabe a cada um, os opositores vão continuar no caminho que lhes foram determinados. É assim que funciona. E a situação precisa trilhar o seu, para que a população tenha uma jornada sem sobressaltos. Pelo sim e pelo não, a prática é bem diferente da teoria, mas é ela quem dita o que vamos ter em 2015, para que 2014 seja apenas o ano passado.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
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