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terça-feira, 19 de agosto de 2014

O lado obscuro das redes sociais que leva ao ódio

A morte do candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), na manhã da última quarta-feira, em acidente aéreo na cidade de Santos, trouxe à tona, novamente, o lado mais obscuro das redes sociais. Piadas inoportunas e teorias conspiratórias, que fazem corar até o tomate mais maduro. E que provocam asco em todos aqueles que fazem dessas redes – Facebook e Twitter, as mais utilizadas – ferramentas diárias de trabalho para levar informação correta e diversão sadia a seguidores e amigos. E àqueles que compartilham desse propósito. Em muitos comentários e postagens, relatos com alto teor de preconceito se seguiram durante todo o dia, inclusive expressando desejos de que o acidente tivesse ocorrido com esse ou aquele outro candidato. Dilma Rousseff (PT) e o tucano Aécio Neve foram lembrados como merecedores da tragédia, no lugar do ex-governador de Pernambuco. Como se isso resolvesse os problemas do País ou tornasse a vida dessas pessoas mais agradáveis. Postura lamentável de quem leva a decência a nível zero, chafurdando na lama escura do ódio. Extrema pobreza de espírito.

Nosso lado oculto

Sempre que tenho oportunidade – e essa é de triste coincidência – trato desse assunto, porque entendo que a comunicação e as informações que circulam a cada segundo nas redes sociais são armas perigosas, quando não utilizadas de forma criteriosa. Expõem uma aura sombria do ser humano, quando ele se dispõe a navegar pelas águas turvas da intolerância.  

Exposição gratuita

A tragédia de Campos e uma infinidade de outras tragédias – compartilhadas diariamente – expostas ao escárnio que acompanha muitos perfis de redes sociais, são apenas um exemplo da falta de caráter de seus proprietários. E, que ao se expressarem dessa forma, denotam apenas desrespeito, sem perceber que estão zombado de si próprios. Expondo-se ao ridículo.

Opinião e escárnio
E tudo isso não tem nada a ver com a liberdade de expressão. Muito menos com o direito à opinião. Principalmente daqueles que estão acostumados à danosa prática da arrogância. Tem, sim, muito a ver com consciência de cada um, em buscar a informação e transmiti-la de forma correta. A desgraça alheia não é diversão. Muito menos pretexto para buscar sorrisos. Justamente onde deveria haver lágrimas.

Prática necessária
Nesse processo, entretanto, defendo o direito a esses detratores em continuar se expondo nas redes, para que possamos conhecê-los e as suas ideias. Só assim, com a trincheira adversária exposta é que a legião contrária à maledicência e à mediocridade, poderá se contrapor. Não numa guerra entre o bem e o mal, mas o embate produtivo, para que cada vez mais vozes se levantem contra os injuriosos. 

Próximo capítulo...
Passados os primeiros dias dessa verdadeira comoção nacional, os caminhos precisam ser retraçados para que não se perca o foco na busca pelo futuro do País. E passa, efetivamente, por decisões políticas pontuais e interesses partidários, embora o momento exija mais que isso. Enquanto não vem a definição, pela continuidade ou não do projeto político de Eduardo Campos, não há uma conclusão, por tão óbvia que possa parecer.   

Que venha o dia 19
A partir da próxima terça-feira, saem os galãs do horário nobre e entram os protagonistas da política nas emissoras de rádio e TV. Sem mocinhos e nem bandidos. Espera-se também, que não haja bolinha de papel.

A falta e o aumento
Por aqui a água foi a personagem da semana. Pela primeira vez, e publicamente, a concessionária Odebrecht Ambiental admitiu a possibilidade de racionamento no mesmo dia em que anunciava alta extra de tarifa. O primeiro anúncio, que tudo indicava não seria levado a público, é um alerta à população pelo seu uso racional e desmonta a teoria, até então defendida com unhas e dentes, que essa longa estiagem não afetaria o abastecimento em Limeira; o segundo, que ninguém esperava ou desejava, foi o do aumento tarifário extraordinário de 6,38%, a partir de janeiro de 2015. E que vai com certeza impactar no bolso do contribuinte, como todo aumento para custeio de serviços públicos, embora no caso de Limeira seja privado.

Está bem sinalizado

Como o assunto ainda é água, desta vez daquela decorrente de fortes chuvas – que há muito não acontecem - o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, SAAE, pede aos motoristas atenção à sinalização – que está valendo desde ontem – no entorno do Tiro de Guerra. Tudo em decorrência das obras de preparação e construção de uma bacia de detenção (piscinão), na pista de atletismo existente no local e desativada temporariamente. É interessante que essa sinalização seja respeitada e que se evite trafegar pelas ruas próximas, para agilização dessas obras e para que sejam evitados eventuais transtornos. E não há como alegar desconhecimento, uma vez que faixas e placas estão sendo instaladas no local.

Obra imprescindível
Essa deve ser a grande obra – e a mais importante também – da atual administração. E, assim que concluída, evitará as consequências das tradicionais enchentes em toda aquela região e, principalmente, na baixada do Mercado Modelo, o “Mercadão”, e que tantos prejuízos trouxeram (e trazem) a moradores e comerciantes lá instalados. Nesse caso ninguém poderá negar a omissão do poder público.

Pergunta rápida

Por que as teorias conspiratórias aguçam tanto o imaginário do ser humano?

Lembrando Tirica...

... pior que tá, não fica. Essa é a situação do transporte público em Limeira que, conforme esta Gazeta publicou na última sexta-feira, deve ter dobrado o repasse da verba pública municipal (subsídio), após o primeiro ano de vigência. Na mesma edição, a manchete mostrava a condenação da Viação Limeirense por danos morais, justamente pelo mau atendimento ao usuário. No caso, uma cadeirante. Ora, se o subsídio vai dobrar, as concessionárias também podem aumentar o investimento em melhorias com a devida fiscalização do poder público. E denúncia após denúncia, o mais interessado, o usuário, não sente impactos positivos no serviço. E tudo continua como antes. E o usuário...

Nota curtíssima
Se o transporte público fosse um time de futebol, já teriam mudado o técnico.

Frase da semana

“Sensação de que a morte bate na porta errada”. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na última quarta-feira em Santos. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 15.

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