Começa hoje a propaganda obrigatória para as eleições 2014. Seguindo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o horário eleitoral gratuito, através das emissoras de rádio e TV, vai adiantar ou atrasar um pouco a grade dos programas tradicionais. Tudo para acomodar os 25 minutos diários pela manhã e outro igual período à noite, que terão que ceder à Justiça Eleitoral, para mostrar o que os candidatos têm a dizer e quais são suas intenções, caso sejam eleitos. O “blá-bla-blá” que todos já conhecem, mas que há, sim, influência efetiva na escolha final do voto. E aqueles que explorarem bem o tempo que lhes cabe, para passar o melhor “recado”, com certeza, ganharão preciosos pontos na corrida eleitoral, cuja largada foi dada tão logo terminaram as apurações de 2010. Sem contar o tempo, que partidos e respectiva coligação terão à sua disposição. E, também, os números de cada pesquisa eleitoral para ditar o ritmo dos programas até a chegada do dia de apertar os botõezinhos nas urnas eletrônicas.
E nem uma grande comoção nacional, como foi a trágica morte em acidente aéreo do ex-governador do Pernambuco, Eduardo Campos, candidato do PSB ao Palácio do Planalto, consegue parar o tempo que passa a correr a partir de hoje. Um acontecimento que sem dúvida mudará o panorama político, que vinha se desenvolvendo até o último dia 13, quando o avião em que estava caiu na cidade de Santos, no Litoral Sul paulista. Campos era o terceiro na corrida presidencial, apesar de ter na candidata a vice, Marina Silva, um capital eleitoral considerável com o qual saiu das eleições de 2010, até então não transferido a ele. O cenário, entretanto, parece ter mudado repentinamente. Nem bem os corpos haviam sido resgatados, o Instituto Datafolha saiu a campo para uma nova coleta, agora tendo justamente a vice encabeçando a chapa. Isso sem ter ainda seu nome oficializado pela legenda, o que deve ocorrer amanhã. O bom senso, entretanto, fez com que o próprio Datafolha adiasse a publicação dos novos números para depois do sepultamento de Campos e das outras vítimas, que ocorreu no último domingo.
Ontem, entretanto, lá estava a pesquisa, nas páginas da Folha de S. Paulo, e com alterações interessantíssimas. E nada agradáveis, nem para a petista Dilma Rousseff (PT), menos ainda para Aécio Neves, do PSDB. A candidata à reeleição manteve seu patamar inalterado, assim como o senador mineiro. O que se viu, entretanto, foi numa ascensão espetacular da ex-senadora do PT e candidata do PV em 2010, ultrapassar numericamente o tucano. É o cansaço de boa parte do eleitorado com a polarização PT-PSDB dos últimos anos.
Uma leitura efetiva, sem paixões partidárias, da pesquisa Datafolha à corrida presidencial publicada ontem, revela o que todos esperavam, mas tinham medo até em pensar: Marina Silva. Se ela se manterá nesse patamar ou não, é preciso aguardar um pouco mais. Dilma se recupera em alguns pontos, e Aécio aparece atrás de Marina, em empate técnico quase cravado. A diferença é que, se Marina entrar no páreo, Aécio terá que escolher alguém para bater. Se bater em Dilma e deixar Marina, há um risco sério de que a neossocialista vá aproveitando as beiradas. Se bater em Marina e deixar Dilma, o tamanho do tempo de exposição da petista no horário eleitoral, se bem aproveitado, será quase fatal. Se bater nas duas juntas, vai passar a campanha inteira fazendo isso. Se ficar o bicho come, se correr parece que o bicho pega. Até mesmo para a atual presidente, que seria derrotada por Marina num eventual segundo-turno. O jogo está apenas começando. Só que agora para valer.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
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