Pages

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A ordem de fatores que alteram o resultado

Programa de governo, compromissos e promessas. Essa deveria ser a sequência lógica de todo projeto político a partir da qual se desenvolve o processo eleitoral, para definir os caminhos que um país deve tomar no período em que estiver valendo os mandatos eletivos. Em qualquer nível hierárquico de poder. Do vereador ao presidente da República. Só que não é bem assim. O que deveria vir em primeiro lugar acaba ficando por último e o que é mais cruel ainda para com uma nação, às vezes nem chega ao papel. Nem mesmo em teoria – que deveria preceder a prática – e muito menos ao conhecimento do maior interessado: o cidadão, que perde o protagonismo que lhe cabe ao ir às urnas sem saber o que pensa ou pretende o candidato que escolheu. Sobram-lhe apenas as promessas de campanha, às quais todos já poderiam estar vacinados. Imunizados por consecutivas e recorrentes decepções. Vai na esperança de que alguma coisa mude, mas acaba surpreendido pelo mesmo de sempre. E sem conteúdo programático não há compromisso a ser assumido. O projeto discursivo sobressai, embaralhando a capacidade mental dos eleitores. E, infelizmente, é nisso que apostam os aspirantes aos cargos em disputa.
O tempo corre rápido e até o momento nenhum dos candidatos que estarão com suas fotos nas urnas eletrônicas em outubro, apresentaram nada. Não se conhece nenhuma proposta que possa dar o devido destino ao futuro do País. E, quando indagados, acabam generalistas e sem foco. Fruto da falta de competências específicas, para que possam transformar em prática aquilo que pregam. Mostram qual maquiagem pretendem usar sem, no entanto, apresentarem um rosto que seria o mais adequado e servirá de modelo. Neste caso não se diferencia partido político ou ideologia. Estão no mesmo barco só que remando em direções opostas, o que não deixa a embarcação se mover para nenhuma direção.
Ficam amarrados na construção de projetos, com ênfase nas causas, mas sem levar em conta as consequências. Repetem-se erros históricos, que a própria história já provou o contrário, mas não abrem mão em continuar apostando na falta de percepção do eleitorado para um único objetivo. Um projeto próprio de poder.
Situação e oposição se digladiam publicamente – através da mídia e redes sociais, estas mais utilizadas por militantes e simpatizantes – sem se importar com o que estão passando de bom. Em vez de construírem uma imagem duradoura e que se fixem por si mesmas, preferem desconstruir a do outro. As escolhas se reduzem a nada e têm uma tendência a piorar, com a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, com início marcado para o próximo dia 19. Por isso, é preciso ficar atento. Corrigir os erros do passado, consertar com o acerto no presente, para que o futuro não seja apenas um caminho de volta. Uma coisa é certa, ouviremos muitas promessas. E mais uma vez ninguém assumirá compromisso algum e muito menos apresentará um programa factível. Alguém duvida disso?

0 comentários: