Pages

domingo, 9 de março de 2014

Todo cuidado é pouco se a fonte não for idônea

Barriga: notícia falsa, sem base, resultante de informação sem fundamento, inidônea. Termo antigo e muito usado até hoje nos meios de comunicação. Trata-se mesmo de um jargão profissional corrente no ambiente jornalístico e, invariavelmente, vem acompanhado de muita desconfiança, quando se comete um ato falho dessa natureza. Dar uma barriga é o mesmo que dizer que tal jornalista mostrou incompetência, ao não apurar minuciosamente a informação que compartilhou. Que tornou pública na mídia, hoje não mais restrita a jornais diários e outros tipos de periódicos impressos, ou emissoras de rádio e TV. As redes sociais avançaram muito nesse patamar e impulsionam essa informação a um nível quase impossível de controlar. Como canal aberto, essas redes amplamente democráticas são compartilhadas não só por profissionais da comunicação, mas por qualquer cidadão – e difícil não imaginar de outra forma – que tenha acesso à internet, via computadores pessoais, celulares, tablets e assim por diante. A fonte da notícia nem sempre é idônea.

Uma isca mordida
Por que essa introdução a uma teoria jornalística? É simples, na semana que passou, mais precisamente na quarta-feira de cinzas, correu às redes sociais – e se espalhou feito fogo em grama seca - que o carnaval popular de Limeira, o Carnafolia, havia sido interrompido por ordem judicial, devido ao som alto, denunciado por vizinhos do Centro Municipal de Eventos. O fogo virou incêndio.

E quem comprou...
Como começou? Qual foi a fonte dessa informação? É evidente, não apareceu. Dos muitos que compartilharam a publicação – que era falsa e sem fundamento – alguns até tentaram se retratar, quando veio à tona a verdade. Ávidos por transformar a situação em fato político, não apuraram como deveriam e acabaram se envolvendo na estratégia de quem disseminou o fato. E ficou bem quietinho... 

Pensar duas vezes
Do ponto de vista técnico, para quem não está acostumado ao ambiente das redações, o exemplo foi bastante oportuno e pode, sem dúvida, transformar-se em lição, para evitar futuras “barrigas”, embora o cidadão comum não seja obrigado a conhecer as regras do bom jornalismo. Exercer a responsabilidade, entretanto, é um dever inerente àqueles que prezam pela ética. Mesmo que haja interesse político, a correção deve permanecer.

Defesa necessária
Quando a fase não é boa, até o que não se deve é cobrado. Por conta do despejo da área dos fundos do Edifício Prada, sede da prefeitura, na manhã da última quinta-feira, 6, viu-se, novamente, uma avalanche irresponsável de críticas à atual administração, como se ela fosse a grande culpada pelo imbróglio que teve início na administração Silvio Félix (PDT), envolvendo aluguel da área despejada, que acabou não sendo pago.

Perdendo a razão

É uma grande estupidez esse tipo de comportamento por parte de alguns grupos e pessoas, que não conseguem enxergar mais nada adiante do nariz, do que o simples ódio camuflado de jogo político.

Consciência crítica
Vamos ao que de fato interessa. Sou um crítico ferrenho da atual administração, mas não posso me cegar perante fatos que apontam em outra direção. Não tenho procuração – e nem aceitaria uma – para defender o governo municipal, sob quaisquer aspectos. Não é preciso um enorme exercício de inteligência, entretanto, para entender que o buraco é muito mais fundo do que imaginamos. Quando foi aprovado o Plano Diretor na administração Félix, reclassificando a área dada em troca no negócio feito em 2004, pelo então prefeito José Carlos Pejon, à época no PSDB, simplesmente derrubou por terra o interesse comercial da Cia Prada naquele local. Os ânimos se acirraram.

Vale uma reflexão
Se a área despejada foi locada pela Prefeitura em 2007 e nenhum aluguel foi pago desde então, é fácil buscar a raiz do problema, que foi agravado justamente quando a Cia Prada percebeu que não poderia se utilizar da área permutada, na antiga garagem municipal, ou parte dela, transformada em área de proteção ambiental (APP).  Não se pode creditar esse problema, portanto, ao atual governo, como querem seus inimigos. 

A história mantida

Sempre destaquei, e vou continuar destacando como imensamente positiva à própria história de Limeira, a atitude do então prefeito José Carlos Pejon em adquirir para os próprios municipais, o Edifício Prada. Um monumento que deve ser preservado a todo custo, pelo que representa e pelo que representou ao desenvolvimento do Município. Se isso não tivesse ocorrido, já teria, com certeza, virado pó pela especulação imobiliária.  

Pergunta rápida
Qual é, hoje, a real situação em que se encontra o aterro sanitário de Limeira?

Militares na política
General Augusto Heleno, aquele que comandou a missão brasileira no Haiti. Protógenes Queiroz, deputado pelo PCdoB-SP e que ficou conhecido no comando da Operação Satiagraha, quando era delegado da Polícia Federal. Marcos Pontes, tenente-coronel da Aeronáutica (hoje na reserva) e primeiro astronauta brasileiro na Estação Espacial Internacional e, evidentemente, ele, o deputado federal carioca Jair Bolsonaro (PP). O que essas figuras têm em comum. Todos eles estão na luta para a criação do Partido Militar Brasileiro. É um direito, desde que respeitem também o direito dos outros.

Nota curtíssima
A melhor forma de conhecer seu adversário é dar a ele a liberdade de expressão.

Evolução truncada
O século XXI – e todos os seus avanços – não chegou para muita gente. Impressiona como há pessoas que esbanjam preconceito, não conseguem assimilar a diversidade social, cultural, ideológica e, principalmente, vivem de estereótipos. São adeptos da eterna guerra sem vencedores entre Ocidente e Oriente, e não admitem que cristãos e muçulmanos convivam pacificamente. Parece que usam tapa, peça utilizada em mulas, que não permitem que olhem para os lados. Apenas numa única direção.

Frase da semana

"Como político, é um bom magistrado. Como magistrado, é um bom político". Do presidente do PT, Rui Falcão, sobre o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF. Sexta-feira, 7. Na Folha de S. Paulo.

0 comentários: