Não dá para encerrar uma semana e iniciar outra sem lembrar dos tristes episódios envolvendo os vereadores Nilton Santos (PRB) e André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB), que transformaram o Plenário da Câmara numa verdadeira lavanderia de roupa suja. Tudo por conta do projeto que reduziu os descontos aos vereadores faltosos. Tigrão foi um dos signatários da proposta e acabou votando contra ela, que se indispôs o vereador-pastor. Daí para a troca de insultos foi apenas um empurrãozinho. A exaltação era visível de ambos os lados, e ninguém conseguia parar a troca de ofensas entre os dois vereadores. Até que a sessão foi suspensa pelo presidente em exercício, o vereador Luisinho da Casa Kühl (PSDB). Sem contar que houve “puxão de orelhas” naqueles que assinaram o projeto, e depois votaram contrários. A questão, entretanto, não é essa. Vale lembrar que tanto Nilson Santos como Tigrão trocaram insultos públicos, em plena sessão, e mereceriam, no mínimo, um voto de censura pública. E não dá nem para descaracterizar certa falta de decoro dos dois.
Resposta esperada
Dado a gravidade do momento, e com a devida isenção, penso que a Mesa Diretora, bem como o presidente da Casa, vereador Ronei Martins (PT), deveriam puxar o coro por uma punição aos dois “brigões”. A Corregedoria do Poder Legislativo está lá para isso. E nada melhor que uma ação exemplar, para apagar um pouco a falta de interesse da bancada situacionista em penalizar também seus pares.
Em medidas iguais
É imprescindível que essa Corregedoria, comandada pelo vereador José Eduardo Monteiro Júnior, o Jú Negão (PSB), que é governista – inclusive do próprio partido do prefeito Paulo Hadich – mostre que está acima de interesses partidários e de bancada, o que até agora não aconteceu. E tome como exemplo o caso do vereador Raul Nilsen Filho (PMDB), que, apesar de tudo, teve vistas grossas.
Instrumentos legais
Mesmo a discussão e o descontentamento do público presente ao auditório da Câmara, para acompanhar a sessão, não dão o direito, a quem quer que seja, de ofender esse ou aquele vereador, como fez um cidadão, que pediu para que as “meninas parassem de brigar”. Nesse caso sou, sim, favorável a uma ação, dentro da lei, contra esse “agressor”, que também deveria conhecer seus limites perante a instituição.
Para respeitar. E...
...ser respeitado. É sempre bom lembrar que, como cidadãos e eleitores, temos todo o direito de mostrar nossa desilusão com a classe política, através de cobranças e críticas. O que não se pode é, a pretexto de ideologias e ou siglas partidárias, partir para xingamentos, como se vê comumente pelas redes sociais. Há um limite estipulado pelo bom senso, e respeito é sempre bom e não faz mal a ninguém. Apenas engrandece.
Estar de olho neles
Amanhã acontece mais uma sessão ordinária na Câmara Municipal. E nada melhor que se preste atenção nas atitudes de cada vereador. O cidadão precisa acompanhar a cotidiano dos seus políticos e exigir respeito com seu voto.
Boas ideias existem
Querer e ter vontade política em fazer são o suficiente para pôr em prática qualquer ideia. E a prova disso foi dada na semana que passou. Na quinta-feira a Secretaria Municipal da Saúde anunciou uma parceria com a Santa Casa de Limeira, através do Hospital Ensino, para levar formandos até as unidades do Programa Saúde da Família (PSF). Isso nada mais é do que um projeto de humanização da medicina, que está seletiva em demasia. E uma oportunidade de dar conhecimento a esses futuros profissionais (15 ao todo) na carreira que abraçaram. Terão suas atividades monitoradas pelos médicos das unidades e estarão restritos a procedimentos específicos de aprendizado.
E que tenha sucesso
Trata-se de um proposta extremamente interessante e, se der os resultados esperados, com certeza trará melhoras ao sistema da saúde pública municipal. Levar o médico aonde há necessidade e falta dele para o atendimento da população, especialmente nos bairros, é de grande importância. Além de mostrar que a medicina é muito mais que consultórios elegantes com ar- condicionado. Enfim, vamos esperar os resultados.
Sem comemorações
Amanhã, 31 de março, o golpe militar que afundou o País numa sanguinária ditadura – só não pior que a da argentina de Jorge Rafael Videla – e governou o Brasil por 21 anos, completa 50 anos. Sem bolo. Mas com muitas velas, que devem ser acesas em honra aos mortos e desaparecidos vítimas da exceção e dos porões do regime. Mais que isso, é preciso um outro tipo de comemoração: a liberdade, conquistada às custas de muito sangue. Tenho muita esperança de que a história ainda vai mostrar tudo o que aconteceu entre 1964 e 1985, para que não volte a acontecer. Só não podemos esquecê-la.
Pergunta rápida
Por que os semáforos do Centro não funcionam durante o dia como funcionam à noite?
E o STF acertou
O relator do julgamento do mensalão tucano mineiro no STF, ministro Luís Carlos Barroso, foi muito feliz em seus argumentos e sua decisão – que foi acompanhada pela maioria, menos o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa – ao devolver o julgamento do ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) à primeira instância. Como cabe a quem não tem mais foro privilegiado, e como deveria ter acontecido no mensalão do PT. Gostaria, particularmente, de ver o mesmo peso e a mesma medida nesse caso, mas não dá para não julgar tecnicamente. O que Barroso fez e Barbosa não. Os pesos e medidas deveriam ter sido aplicados lá atrás.
Nota curtíssima
A decisão do STF, em relação a Azeredo, dará muito mais munição política ao PT.
Silêncio cúmplice
Ao contrário do que se viu - e muito se leu – quando do julgamento dos embargos infringentes a favor de alguns réus do mensalão, a decisão do STF de agora, de devolver à primeira instância a ação contra o ex-deputado e ex-governador mineiro tucano, não provocou a mesma ira nas redes sociais e nem sequer fez cócegas na mídia. Para quem se aprofunda nas teorias midiáticas e no papel da imprensa, vê-se nítida e claramente uma certa manipulação nas informações. É fato. É concreto, basta ver os exemplos e nenhuma contestação daqueles que silenciaram por completo.
Frase da semana
“Os tucanos gostam de ser guiados pela mídia”. Do jornalista Altamiro Borges, durante debate sobre a democratização da mídia, realizado na Câmara Municipal de Limeira. Na terça-feira, 25.
segunda-feira, 31 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
Puxão de orelhas
Vou contrariar o senso comum para concordar com o puxão de orelhas que o vereador Ronei Martins (PT), presidente da Câmara, deu nos seus pares na sessão da última segunda-feira, por conta de uma votação para reduzir o desconto por falta parlamentar.
Perdeu o crédito
Atendendo à ampla maioria dos vereadores, na hora da votação, alguns que foram signatários do documento acabaram votando “não”, contrariando o próprio posicionamento inicial. Quem não assinou – e Ronei foi um deles – não tinha obrigação do voto favorável. Quem assinou, porém, deu mostras de que não merece a mínima confiança, pelo gesto dúbio.
Correção de rota
Particularmente, entendo que o projeto está correto. Afinal, descontos dessa natureza devem ser proporcionais aos dias faltosos. Qualquer outro entendimento está fora da realidade. Todos os pedidos de benefícios, agora, com certeza, serão analisados com lupa.
Maniqueísmos...
Há uma nítida tentativa na Câmara, hoje, de jogar a opinião pública contra jornalistas e a imprensa, de uma maneira geral. Gesto grotesco e que dá mostras da falta de preparo político de parlamentares. E de quem não é capaz de conviver com a democracia e o contraditório.
É muito dinheiro
Não é o melhor momento para anunciar gastos de R$ 5,2 milhões com publicidade, como fez a Prefeitura, contorme matéria publicada por esta Gazeta ontem. A saúde pública mereceria mais atenção neste momento, com um tomógrafo de mais de R$ 1 milhão parado e possibilidade de encerramento das atividades do Laboratório Municipal de análises clínicas.
A última de hoje
Mais um secretário municipal é exonerado. Nivaldo Menezes, que ocupava a pasta da Cultura, Turismo e Eventos, dá lugar a Gláucia Bilatto. Reflexos, talvez (???) das trapalhadas do carnaval, entre outras deficiências, no gerenciamento da cultura. Em pouco menos de 15 meses, é a 7ª baixa no primeiro escalão. Cada vez mais complicado...
Vou contrariar o senso comum para concordar com o puxão de orelhas que o vereador Ronei Martins (PT), presidente da Câmara, deu nos seus pares na sessão da última segunda-feira, por conta de uma votação para reduzir o desconto por falta parlamentar.
Perdeu o crédito
Atendendo à ampla maioria dos vereadores, na hora da votação, alguns que foram signatários do documento acabaram votando “não”, contrariando o próprio posicionamento inicial. Quem não assinou – e Ronei foi um deles – não tinha obrigação do voto favorável. Quem assinou, porém, deu mostras de que não merece a mínima confiança, pelo gesto dúbio.
Correção de rota
Particularmente, entendo que o projeto está correto. Afinal, descontos dessa natureza devem ser proporcionais aos dias faltosos. Qualquer outro entendimento está fora da realidade. Todos os pedidos de benefícios, agora, com certeza, serão analisados com lupa.
Maniqueísmos...
Há uma nítida tentativa na Câmara, hoje, de jogar a opinião pública contra jornalistas e a imprensa, de uma maneira geral. Gesto grotesco e que dá mostras da falta de preparo político de parlamentares. E de quem não é capaz de conviver com a democracia e o contraditório.
É muito dinheiro
Não é o melhor momento para anunciar gastos de R$ 5,2 milhões com publicidade, como fez a Prefeitura, contorme matéria publicada por esta Gazeta ontem. A saúde pública mereceria mais atenção neste momento, com um tomógrafo de mais de R$ 1 milhão parado e possibilidade de encerramento das atividades do Laboratório Municipal de análises clínicas.
A última de hoje
Mais um secretário municipal é exonerado. Nivaldo Menezes, que ocupava a pasta da Cultura, Turismo e Eventos, dá lugar a Gláucia Bilatto. Reflexos, talvez (???) das trapalhadas do carnaval, entre outras deficiências, no gerenciamento da cultura. Em pouco menos de 15 meses, é a 7ª baixa no primeiro escalão. Cada vez mais complicado...
terça-feira, 25 de março de 2014
Fiasco. A resposta da democracia
Em que pese o fisiologismo político desenfreado que corre por este País, em um toma lá dá cá, que vem de longe e assombra governo após governo, desde o retorno das eleições diretas presidenciais. Dos fichas-sujas, que mancham a política nacional e do alto índice de corrupção que não escolhe cor ideológica e nem sigla partidária, não há mais espaço para aventureiros nesta jovem democracia brasileira. E sempre que alguém levantar alguma bandeira contra a liberdade e as garantias individuais, invocando, mesmo que de forma saudosista, o retorno à ditadura ou a tomada do poder à força e longe dos preceitos republicanos e constitucionais, estará fadado a um humilhante fracasso. Desses de enfiar o rabinho no meio das pernas, como se diz na gíria popular e ficar bem quietinho num canto escuro qualquer, esperando essa vontade passar.
Marcada para o último dia 22, como a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade II (quem não se lembra da primeira, há exatos 50 anos, que jogou o Brasil na mais sanguinária ditadura de sua história), com direito a convocação pelas redes sociais, acabou marcada por um estrondoso fiasco, ao reunir 7 manifestantes no Obelisco do Ibirapuera, para levar carta aos militares, na sede do Comando da 2ª Região Militar, pedindo justamente o retorno aos chamados anos de chumbo. E, note-se, que o mesmo direito que a democracia garantiu a esses admiradores e saudosistas da ditadura, foi tirado daqueles que se manifestavam contra ao início do regime militar, lá em março de 1964. E, como consequência, levou boa parte de seus líderes e seguidores à tortura e morte nos porões dos órgãos da repressão que se iniciava à época. E é, por isso, que sempre afirmo e reafirmo, quando escrevo sobre esse tema, que a melhor forma de conhecer os inimigos da democracia é deixar que eles se manifestem. O adversário visível, palpável, é mais fácil de derrotar principalmente no campo das ideias.
E foram derrotados, vergonhosamente derrotados sem a necessidade de perseguições, prisões, tortura e mortes. Foram derrotados pelos próprios argumentos, de fazer corar até mesmo Hitler ou Mussolini, ao tentar reescrever uma história, que ninguém vai apagar e muito menos deseja esquecer. E pelo descaramento em propor um novo golpe de estado, para moralizar a Nação. A restauração da verdade, que hoje expõe comandantes e comandados das atrocidades cometidas, sobre os 21 anos de domínio da farda e do coturno, em muito contribui, também, para que essas ideologias não encantem mais ninguém.
Grandes vítimas da restrição da liberdade de expressão durante o regime militar – embora muitos deles tenham apoiado o golpe, em princípio – os meios de comunicação praticamente ignoraram o protesto e pouco – quase nenhum - espaço deram para os seus idealizadores. Mais uma prova de que a democracia faz muito bem ao País e não permitirá novas aventuras que possam comprometer todas as conquistas dos brasileiros, após a saída dos generais do poder. E a melhor resposta para isso foi esse fiasco, que reuniu não quatro, mas sete cavaleiros de um novo apocalipse. Somam-se aos primeiros – peste, guerra, fome e morte – mais três: ignorância, intolerância e arrogância.
Marcada para o último dia 22, como a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade II (quem não se lembra da primeira, há exatos 50 anos, que jogou o Brasil na mais sanguinária ditadura de sua história), com direito a convocação pelas redes sociais, acabou marcada por um estrondoso fiasco, ao reunir 7 manifestantes no Obelisco do Ibirapuera, para levar carta aos militares, na sede do Comando da 2ª Região Militar, pedindo justamente o retorno aos chamados anos de chumbo. E, note-se, que o mesmo direito que a democracia garantiu a esses admiradores e saudosistas da ditadura, foi tirado daqueles que se manifestavam contra ao início do regime militar, lá em março de 1964. E, como consequência, levou boa parte de seus líderes e seguidores à tortura e morte nos porões dos órgãos da repressão que se iniciava à época. E é, por isso, que sempre afirmo e reafirmo, quando escrevo sobre esse tema, que a melhor forma de conhecer os inimigos da democracia é deixar que eles se manifestem. O adversário visível, palpável, é mais fácil de derrotar principalmente no campo das ideias.
E foram derrotados, vergonhosamente derrotados sem a necessidade de perseguições, prisões, tortura e mortes. Foram derrotados pelos próprios argumentos, de fazer corar até mesmo Hitler ou Mussolini, ao tentar reescrever uma história, que ninguém vai apagar e muito menos deseja esquecer. E pelo descaramento em propor um novo golpe de estado, para moralizar a Nação. A restauração da verdade, que hoje expõe comandantes e comandados das atrocidades cometidas, sobre os 21 anos de domínio da farda e do coturno, em muito contribui, também, para que essas ideologias não encantem mais ninguém.
Grandes vítimas da restrição da liberdade de expressão durante o regime militar – embora muitos deles tenham apoiado o golpe, em princípio – os meios de comunicação praticamente ignoraram o protesto e pouco – quase nenhum - espaço deram para os seus idealizadores. Mais uma prova de que a democracia faz muito bem ao País e não permitirá novas aventuras que possam comprometer todas as conquistas dos brasileiros, após a saída dos generais do poder. E a melhor resposta para isso foi esse fiasco, que reuniu não quatro, mas sete cavaleiros de um novo apocalipse. Somam-se aos primeiros – peste, guerra, fome e morte – mais três: ignorância, intolerância e arrogância.
domingo, 23 de março de 2014
Omissão do poder público. Crime inafiançável
Um povo sem memória. Um povo sem história. Este foi o título do artigo que escrevi nesta coluna na última terça-feira (http://colunatextoecontexto.blogspot.com.br/2014/03/um-povo-sem-memoria-um-povo-sem-historia.html) e peço licença aos leitores para retomar o assunto, que não se esgota em si mesmo. Agora a notícia que choca, para dar continuidade a este debate. “Sem apoio há 2 anos, conselho pode parar”. A referência é ao Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Limeira (Condephali) e foi denúncia publicada nesta Gazeta, na última quinta-feira, em matéria da jornalista Renata Reis. É um triste retrato proporcionado pela omissão do poder público, que não dá o devido apoio profissional e logístico para que o Conselho possa atuar. O próprio Condephali é quem anuncia a paralisação das atividades, através de ofício ao Ministério Público (MP) e ao Poder Executivo, assinado por sua presidente, a arquiteta Juliana Binotti Pereira Scariato. Um descaso que vem desde a administração anterior.
Personagem central
E é justamente o poder público quem tem a maior responsabilidade sobre as ações de preservação desse patrimônio e o que menos faz nesse sentido. Não é exclusividade de Limeira, mas se espalha pela falta de vontade política. Está certa a arquiteta e presidente do Confephali em denunciar mais esse descaso, inclusive oficiando ao MP, que vem sendo o grande executor da inoperância de agentes públicos.
O chão como destino
Há um temor – e com bastante fundamento – que essa omissão do Poder Executivo acabe por dar o mesmo destino a imóveis sem tombamento, mas que estão no rol da história limeirense, a tantos outros que foram para o chão, como citou Juliana: a Machina São Paulo; casarões na área central e outros quase destruídos, como o Casarão do Tatu. Todos eles de valor histórico, social e econômico.
A iniciativa privada...
...como exemplo do interesse preservacionista deveria servir de estímulo ao poder público, que renega ações dessa natureza. O casarão onde hoje está o Espaço Cultural Engep, restaurado por iniciativa de empresários, quase foi demolido segundo a presidente do Condephali. Mas foi salvo a tempo. Enquanto isso, processos de tombamento estão parados sem que seja acesa uma luz no fim desse túnel.
Alguém tem dúvida?
Fica muito claro que há total falta de sintonia entre a necessidade, a realidade que se está agora expondo, e o interesse numa solução. Ora, se há falta de atenção aos serviços básicos que um governo deve servir à população, como saúde e educação, só para citar dois dos mais criticados, não se deve esperar, muita preocupação se a história arquitetônica do Município está sendo demolida sem dó. Será que é tão difícil assim?
Manifesto positivo
Parece que a prefeitura resolveu assumir seu papel. A Secretaria de Planejamento enviou nota à Gazeta – publicada na sexta-feira – afirmando que está aberta ao diálogo. Então, é aguardar a prática.
Na direção correta
Despertar o interesse de crianças para a atividade política é garantir a formação de cidadãos mais conscientes e, por que não afirmar também, de políticos mais engajados e alinhados com a ética e o interesse social. E nunca é tarde para começar; A iniciativa da Câmara Municipal, através da Escola Legislativa Paulo Freire, em criar uma cartilha focada nesse público, para levar a ele os conhecimentos sobre atividades parlamentares e da própria instituição, é louvável. Na quinta-feira o presidente da Casa, Ronei Martins (PT), lançou a cartilha “Por Dentro da Câmara” destinada a estudantes entre 5 e 13 anos. Contribuição importante na formação política desses jovens.
Uma causa nobre
O projeto é arrojado e, com certeza, receberá críticas daqueles que gostam de fomentar a descrença em vez de contribuir para a conscientização, tão importante para o futuro político do País. É uma ação que merece elogios e precisa ganhar o devido espaço e conquistar o interesse de todos. E independe, neste momento, de coloração partidária ou viés ideológico. É uma causa que todos deveriam abraçar. Até mesmo os críticos.
Na Petrobras, não
No cenário nacional a semana que passou também foi de muita controvérsia, acusações e defesas. E a Petrobrás pautou as discussões. Até mesmo FHC voltou à ribalta e se postou contrário a uma CPI para investigar a estatal brasileira. Ele destoou de todo o seu partido. Foi uma postura que sem dúvida se voltou mais ao efeito do que à causa. Porém, deixou uma dúvida: uma investigação aprofundada na Petrobras poderia ser risco a seu governo também? Ninguém vai ficar sabendo. É, a curiosidade poderia matar o gato.
Pergunta rápida
Qual será o custo político que o PT terá que pagar por compor com o governo Hadich?
Está sem goleiro
A nova rodada da pesquisa do Ibope sobre a corrida presidencial no Brasil, a primeira de 2014, continua indicando Dilma reeleita em primeiro turno em todos os cenários. Seja contra o tucano Aécio Neves, o socialista Eduardo Campos e a ex-verde, Marina Silva. E numa simulação de segundo turno, a atual presidente venceria os três, só que Marina seria mais bem votada que os outros dois. Os índices se mantiveram iguais ao de novembro. Intenção é intenção e voto é voto, como diria um jogador de futebol. Só que o gol está cada vez mais livre para a petista. Se ela vai marcar é outra história.
Nota curtíssima
O mensalão, o do PT, está definitivamente fora da pauta do PSDB. É o efeito Azeredo.
Não foi desta vez
Para quem esperava pelo contrário, acabou não acontecendo. O prefeito Paulo Hadich (PSB) e seu vice, Lima (PT) não tiveram seus diplomas cassados, conforme pedia Lusenrique Quintal em ação por abuso de poder. Foram, porém, multados de 20.000 Ufirs (cerca de R$ 21.182). Comemoração discreta pelos lados da prefeitura e novo recurso por parte de Quintal, derrotado nas urnas por Hadich que, com certeza, não vai desistir de sua empreitada. Agora está nas mãos do TRE, que pode mudar essa decisão. A pendenga no tapetão está longe de terminar. E 2016 não está tão longe assim.
Frase da semana
“Jogaram ela que nem bicho”. De Alexandre Fernandes da Silva, marido de Claudia Silva Ferreira, arrastada por uma viatura da PM no RJ, após ser baleada e colocada no porta-malas. Segunda-feira, 17. No UOL Notícias-Cotidiano.
Personagem central
E é justamente o poder público quem tem a maior responsabilidade sobre as ações de preservação desse patrimônio e o que menos faz nesse sentido. Não é exclusividade de Limeira, mas se espalha pela falta de vontade política. Está certa a arquiteta e presidente do Confephali em denunciar mais esse descaso, inclusive oficiando ao MP, que vem sendo o grande executor da inoperância de agentes públicos.
O chão como destino
Há um temor – e com bastante fundamento – que essa omissão do Poder Executivo acabe por dar o mesmo destino a imóveis sem tombamento, mas que estão no rol da história limeirense, a tantos outros que foram para o chão, como citou Juliana: a Machina São Paulo; casarões na área central e outros quase destruídos, como o Casarão do Tatu. Todos eles de valor histórico, social e econômico.
A iniciativa privada...
...como exemplo do interesse preservacionista deveria servir de estímulo ao poder público, que renega ações dessa natureza. O casarão onde hoje está o Espaço Cultural Engep, restaurado por iniciativa de empresários, quase foi demolido segundo a presidente do Condephali. Mas foi salvo a tempo. Enquanto isso, processos de tombamento estão parados sem que seja acesa uma luz no fim desse túnel.
Alguém tem dúvida?
Fica muito claro que há total falta de sintonia entre a necessidade, a realidade que se está agora expondo, e o interesse numa solução. Ora, se há falta de atenção aos serviços básicos que um governo deve servir à população, como saúde e educação, só para citar dois dos mais criticados, não se deve esperar, muita preocupação se a história arquitetônica do Município está sendo demolida sem dó. Será que é tão difícil assim?
Manifesto positivo
Parece que a prefeitura resolveu assumir seu papel. A Secretaria de Planejamento enviou nota à Gazeta – publicada na sexta-feira – afirmando que está aberta ao diálogo. Então, é aguardar a prática.
Na direção correta
Despertar o interesse de crianças para a atividade política é garantir a formação de cidadãos mais conscientes e, por que não afirmar também, de políticos mais engajados e alinhados com a ética e o interesse social. E nunca é tarde para começar; A iniciativa da Câmara Municipal, através da Escola Legislativa Paulo Freire, em criar uma cartilha focada nesse público, para levar a ele os conhecimentos sobre atividades parlamentares e da própria instituição, é louvável. Na quinta-feira o presidente da Casa, Ronei Martins (PT), lançou a cartilha “Por Dentro da Câmara” destinada a estudantes entre 5 e 13 anos. Contribuição importante na formação política desses jovens.
Uma causa nobre
O projeto é arrojado e, com certeza, receberá críticas daqueles que gostam de fomentar a descrença em vez de contribuir para a conscientização, tão importante para o futuro político do País. É uma ação que merece elogios e precisa ganhar o devido espaço e conquistar o interesse de todos. E independe, neste momento, de coloração partidária ou viés ideológico. É uma causa que todos deveriam abraçar. Até mesmo os críticos.
Na Petrobras, não
No cenário nacional a semana que passou também foi de muita controvérsia, acusações e defesas. E a Petrobrás pautou as discussões. Até mesmo FHC voltou à ribalta e se postou contrário a uma CPI para investigar a estatal brasileira. Ele destoou de todo o seu partido. Foi uma postura que sem dúvida se voltou mais ao efeito do que à causa. Porém, deixou uma dúvida: uma investigação aprofundada na Petrobras poderia ser risco a seu governo também? Ninguém vai ficar sabendo. É, a curiosidade poderia matar o gato.
Pergunta rápida
Qual será o custo político que o PT terá que pagar por compor com o governo Hadich?
Está sem goleiro
A nova rodada da pesquisa do Ibope sobre a corrida presidencial no Brasil, a primeira de 2014, continua indicando Dilma reeleita em primeiro turno em todos os cenários. Seja contra o tucano Aécio Neves, o socialista Eduardo Campos e a ex-verde, Marina Silva. E numa simulação de segundo turno, a atual presidente venceria os três, só que Marina seria mais bem votada que os outros dois. Os índices se mantiveram iguais ao de novembro. Intenção é intenção e voto é voto, como diria um jogador de futebol. Só que o gol está cada vez mais livre para a petista. Se ela vai marcar é outra história.
Nota curtíssima
O mensalão, o do PT, está definitivamente fora da pauta do PSDB. É o efeito Azeredo.
Não foi desta vez
Para quem esperava pelo contrário, acabou não acontecendo. O prefeito Paulo Hadich (PSB) e seu vice, Lima (PT) não tiveram seus diplomas cassados, conforme pedia Lusenrique Quintal em ação por abuso de poder. Foram, porém, multados de 20.000 Ufirs (cerca de R$ 21.182). Comemoração discreta pelos lados da prefeitura e novo recurso por parte de Quintal, derrotado nas urnas por Hadich que, com certeza, não vai desistir de sua empreitada. Agora está nas mãos do TRE, que pode mudar essa decisão. A pendenga no tapetão está longe de terminar. E 2016 não está tão longe assim.
Frase da semana
“Jogaram ela que nem bicho”. De Alexandre Fernandes da Silva, marido de Claudia Silva Ferreira, arrastada por uma viatura da PM no RJ, após ser baleada e colocada no porta-malas. Segunda-feira, 17. No UOL Notícias-Cotidiano.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Só para variar...
...mais uma ocorrência contra o meio ambiente em Limeira. Desta vez uma empresa e um motel despejavam efluentes e resíduos – sólidos também – em área de manancial, no bairro dos Loiolas. Do motel, muito preservativo usado e etc., etc., etc.. É preciso pôr aviso nos quartos: “por favor senhores clientes, lugar de camisinha usada é no cesto do lixo”.
Para estatística
Este é o sexto crime contra a natureza detectado pelo Pelotão Ambiental da GCM em pouco mais de um mês. Ainda bem que a água que o limeirense consome é bem tratada.
O mau exemplo
Muito triste a posição dos vereadores, na sessão ordinária da Câmara Municipal, na última segunda-feira, por tentar jogar o pessoal do esporte radical, principalmente da Associação Delta, contra a imprensa por causa do Dia do Alpinista. Está na hora de muitos vereadores aprenderem a contextualizar críticas. Só que levam pelo lado pessoal. Eles se fazem de vítimas.
Que fique claro
Ninguém na mídia é contra homenagens e nem homenageados. Há, porém, uma crítica ao excesso dessas proposituras, enquanto há problemas sérios a serem resolvidos. E pelos discursos do vereador Aloízio Andrade (PT), dá-se a impressão de que Limeira é o primeiro município no ranking das melhores cidades do mundo. Menos, vereador, menos.
Muito lero-lero
Entre debates, a defesa acalorada dos alpinistas e o desagravo ao vereador petista, foram mais de 30 minutos de sessão. Depois é a imprensa que é nefasta.
A última de hoje
Democratização da mídia. É o novo tema a ser debatido pela Escola Legislativa Paulo Freire, da Câmara Municipal de Limeira. Palestrantes, os jornalistas Altamiro Borges, que edita o Blog do Miro, e do ex-global Luiz Carlos Azenha, que editava o blog Viamundo. Dia 25. Terça-feira, às 19h. No Plenário Vereador Vitório Bortolan. Em meio às críticas dos vereadores à imprensa limeirense, dará uma boa discussão.
...mais uma ocorrência contra o meio ambiente em Limeira. Desta vez uma empresa e um motel despejavam efluentes e resíduos – sólidos também – em área de manancial, no bairro dos Loiolas. Do motel, muito preservativo usado e etc., etc., etc.. É preciso pôr aviso nos quartos: “por favor senhores clientes, lugar de camisinha usada é no cesto do lixo”.
Para estatística
Este é o sexto crime contra a natureza detectado pelo Pelotão Ambiental da GCM em pouco mais de um mês. Ainda bem que a água que o limeirense consome é bem tratada.
O mau exemplo
Muito triste a posição dos vereadores, na sessão ordinária da Câmara Municipal, na última segunda-feira, por tentar jogar o pessoal do esporte radical, principalmente da Associação Delta, contra a imprensa por causa do Dia do Alpinista. Está na hora de muitos vereadores aprenderem a contextualizar críticas. Só que levam pelo lado pessoal. Eles se fazem de vítimas.
Que fique claro
Ninguém na mídia é contra homenagens e nem homenageados. Há, porém, uma crítica ao excesso dessas proposituras, enquanto há problemas sérios a serem resolvidos. E pelos discursos do vereador Aloízio Andrade (PT), dá-se a impressão de que Limeira é o primeiro município no ranking das melhores cidades do mundo. Menos, vereador, menos.
Muito lero-lero
Entre debates, a defesa acalorada dos alpinistas e o desagravo ao vereador petista, foram mais de 30 minutos de sessão. Depois é a imprensa que é nefasta.
A última de hoje
Democratização da mídia. É o novo tema a ser debatido pela Escola Legislativa Paulo Freire, da Câmara Municipal de Limeira. Palestrantes, os jornalistas Altamiro Borges, que edita o Blog do Miro, e do ex-global Luiz Carlos Azenha, que editava o blog Viamundo. Dia 25. Terça-feira, às 19h. No Plenário Vereador Vitório Bortolan. Em meio às críticas dos vereadores à imprensa limeirense, dará uma boa discussão.
terça-feira, 18 de março de 2014
Um povo sem memória. Um povo sem história
Enquanto a especulação imobiliária e o apego material consomem as origens de um povo,
transformando-as apenas em registros escritos para constar em apêndices históricos descritivos, vão privando as gerações futuras de conhecerem e interagirem com seu próprio passado. E isso não é desabafo de saudosista e nem tão pouco expressão que possa contrariar as expectativas do progresso, da evolução social, econômica e tecnológica, que hoje correm a uma velocidade inimaginável de um polo ao outro do Planeta. Trata-se de uma constatação de atos e fatos, que levam à degeneração do patrimônio, histórico e arquitetônico principalmente, que está intimamente inserido no dia a dia de cada um de nós, e que se perdem aos poucos, por falta de conscientização e pouca ação de autoridades nesse sentido.
Esta Gazeta trouxe, na edição do último domingo, uma confirmação do que relatei acima, em matéria da jornalista Daíza Lacerda (Tombamento de Imóveis Permanece Pendente), sobre a falta de tombamento definitivo de cerca de 36 imóveis históricos, que já têm proteção legal para isso, contemplada pelo Plano Diretor, revisado entre 2007 e 2008. Todos os processos estão empacados. Na falta de interesse dos próprios proprietários e na burocracia do poder público municipal, que repete uma conhecida ladainha, sempre que questionado.
Preservar um imóvel de interesse histórico, em área nobre, por exemplo, contraria muitos interesses. Em especial o da especulação imobiliária, como eu apontei no início desta análise, que não tem limite para sua ambição e o dos proprietários, pela sua sobrevalorização. São entraves que só podem ser resolvidos com vontade política e, principalmente, com a preocupação preservacionista, que não significa, como muitos pensam e afirmam, obstáculo ao desenvolvimento. Cultuar a história e tudo o que dela advém pode, sim, alavancar o crescimento de outras regiões, como alvos de investimentos, sem que se tenha que demolir um casarão para edificação de uma nova construção. O que promove, inclusive, a descentralização urbanística e o desafogo de áreas, pela concentração populacional ou comercial.
A Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, é um exemplo dessa descaracterização histórica. Símbolo do progresso da capital do Estado, não sobrou sequer um desses casarões ao longo de seu trajeto. E o simples fato de falar em tombamento, à noite e na surdina, as máquinas demoliam um a um desses imóveis. Será que não poderiam conviver harmoniosamente no local? O interesse financeiro diz que não; a memória se transforma em amnésia.
Para concluir, história e progresso podem conviver, sim, de forma harmônica. E temos dois exemplos positivos de ações que mostram que o poder público pode, sim, interferir nesse processo. No final dos anos 1980 e início dos 1990, o então prefeito Paulo D’Andréa desapropriou o Palacete Levy e em 2004, Pejon “comprou” o prédio das indústrias Prada. Dois ícones da história limeirense. Caso isso não tivesse acontecido, ambos estariam no chão. Muita gente com dinheiro no bolso e as gerações futuras privadas de conhecer esses dois belos monumentos.
transformando-as apenas em registros escritos para constar em apêndices históricos descritivos, vão privando as gerações futuras de conhecerem e interagirem com seu próprio passado. E isso não é desabafo de saudosista e nem tão pouco expressão que possa contrariar as expectativas do progresso, da evolução social, econômica e tecnológica, que hoje correm a uma velocidade inimaginável de um polo ao outro do Planeta. Trata-se de uma constatação de atos e fatos, que levam à degeneração do patrimônio, histórico e arquitetônico principalmente, que está intimamente inserido no dia a dia de cada um de nós, e que se perdem aos poucos, por falta de conscientização e pouca ação de autoridades nesse sentido.
Esta Gazeta trouxe, na edição do último domingo, uma confirmação do que relatei acima, em matéria da jornalista Daíza Lacerda (Tombamento de Imóveis Permanece Pendente), sobre a falta de tombamento definitivo de cerca de 36 imóveis históricos, que já têm proteção legal para isso, contemplada pelo Plano Diretor, revisado entre 2007 e 2008. Todos os processos estão empacados. Na falta de interesse dos próprios proprietários e na burocracia do poder público municipal, que repete uma conhecida ladainha, sempre que questionado.
Preservar um imóvel de interesse histórico, em área nobre, por exemplo, contraria muitos interesses. Em especial o da especulação imobiliária, como eu apontei no início desta análise, que não tem limite para sua ambição e o dos proprietários, pela sua sobrevalorização. São entraves que só podem ser resolvidos com vontade política e, principalmente, com a preocupação preservacionista, que não significa, como muitos pensam e afirmam, obstáculo ao desenvolvimento. Cultuar a história e tudo o que dela advém pode, sim, alavancar o crescimento de outras regiões, como alvos de investimentos, sem que se tenha que demolir um casarão para edificação de uma nova construção. O que promove, inclusive, a descentralização urbanística e o desafogo de áreas, pela concentração populacional ou comercial.
A Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, é um exemplo dessa descaracterização histórica. Símbolo do progresso da capital do Estado, não sobrou sequer um desses casarões ao longo de seu trajeto. E o simples fato de falar em tombamento, à noite e na surdina, as máquinas demoliam um a um desses imóveis. Será que não poderiam conviver harmoniosamente no local? O interesse financeiro diz que não; a memória se transforma em amnésia.
Para concluir, história e progresso podem conviver, sim, de forma harmônica. E temos dois exemplos positivos de ações que mostram que o poder público pode, sim, interferir nesse processo. No final dos anos 1980 e início dos 1990, o então prefeito Paulo D’Andréa desapropriou o Palacete Levy e em 2004, Pejon “comprou” o prédio das indústrias Prada. Dois ícones da história limeirense. Caso isso não tivesse acontecido, ambos estariam no chão. Muita gente com dinheiro no bolso e as gerações futuras privadas de conhecer esses dois belos monumentos.
domingo, 16 de março de 2014
O que vale para um, deveria valer para todos
Uma instituição se conhece pelas decisões de seus agregados. Quando é um órgão público – e político – é de se esperar, sempre, atitudes convenientes e que dosem suas ações, sem que sobrem benefícios para uns e o peso do estatuto para outros. Deve primar pela isonomia. E a Câmara Municipal de Limeira também se enquadra nessa definição. O Legislativo Municipal, apesar das divergências partidárias, deveria ser um exemplo nesse tipo de comportamento. Em alguns casos, entretanto, peca pelo exercício que ficou célebre em suposta frase atribuída a Getúlio Vargas: “para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei”. E não há argumento que prove em contrário. Que desminta esse princípio corporativo. E os exemplos vêm dessa prática, desde as “saidinhas” dos vereadores Aloízio Andrade (PT) e André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB), que se utilizaram de veículo oficial para fins particulares, até a cassação de Edmilson Gonçalves (PSDB) e, agora, a censura a Júlio César Pereira dos Santos, o dr. Júlio (DEM) e José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD).
Pela cor do partido
Infelizmente não é isso, entretanto, que a corporação Câmara Municipal tem mostrado e demonstrado pelas suas práticas. Aloízio e Tigrão passaram incólumes. Edmilson teve seu mandato cassado e, agora, o dr. Júlio e Zé da Mix recebem censura pública, proposta pelo corregedor José Eduardo Monteiro Júnior, o Jú Negão (PSB). Novamente opta por enxergar o “inimigo”, por estar na trincheira oposta.
Exemplo necessário
A questão aqui posta não é o da presunção da inocência ou prova da culpa. Se ambos erraram, a punição foi aplicada. O que se discute é a não aplicação do rigor da lei – ou do estatuto interno da Casa – nos casos envolvendo os dois vereadores da situação. E por mais que tenham se justificado, também erraram e deveriam ser punidos à época. O que não ocorreu. O corporativismo falou mais alto.
Um dever de ofício
Sempre que for preciso, é nossa primeira obrigação, como jornalistas – e analistas – mostrar as duas faces da mesma moeda. A crítica nunca é deliberada (a não ser quando há interesse político direto), mas um instrumento democrático necessário à correção de rotas, que muitas vezes entram por atalhos espinhosos. E esses atalhos podem confundir a opinião pública, levando-a ao perigoso e odioso jogo da manipulação política.
Será que agora vai?
Desde que tomou posse, a administração de Paulo Hadich (PSB) vem sendo cobrada para que apresente uma agenda positiva, que é sempre bem-vinda. E que faça frente às críticas que vem recebendo, muitas delas por conveniência política, e dê, finalmente, uma cara ao seu governo. O anúncio da vinda de novas empresas para Limeira, ocorrida em coletiva na última quinta-feira, é um bom começo. Pode ser um contra-ataque sutil.
Há tempo de sobra
Como sempre escrevo em minha coluna, o tempo ainda joga favoravelmente a Hadich. Só que é preciso ações concretas nesse sentido. E anunciar investimentos é oportuno para apagar o fogo. Sem trocadilhos.
Direito e cidadania
Desde a publicação da informação que o programa Mais Médicos estaria enviando para Limeira a primeira médica cubana, houve um misto de reações curiosas. Principalmente – e sempre elas – pelas redes sociais. Muitas por desconhecimento e outras por puro ranço ideológico. Independentemente da nacionalidade do profissional, se for competente e atender aos requisitos básicos de sua vinda, a saúde pública só tem a ganhar. Ela não vem para tomar o lugar de profissionais locais, muitos dos quais jamais deixariam seus consultórios ou planos de saúde para atender em UBSs nos bairros periféricos, que têm os mesmos direitos à saúde que qualquer outro cidadão.
Xenofobia. Nunca
Que a saúde pública é carente de profissionais e principalmente de infraestrutura adequada, não é novidade para ninguém. E essa não é uma cobrança exclusiva dos opositores do programa do governo federal. É uma necessidade óbvia da população. Espera-se, no mínimo, civilidade e respeito ao ser humano por parte de todos. Que os exemplos deprimentes da chegada dos primeiros profissionais não se repitam em Limeira.
Nem lá, nem aqui
Por falar em xenofobia, a Ambev retirou do ar a propaganda do guaraná da Antárctica, no qual o jogador Neymar ensinava estrangeiros a pedi-lo, com apelidos de “cão chupando manga”, “filhote de cruz credo” entre outros. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, Conar, entendeu que houve bullying com estrangeiros. O Brasil também protestou contra as camisetas da Adidas, incentivando o turismo sexual durante a copa. Se vale para eles, tem que valer para nós também.
Pergunta rápida
Quando os vereadores perceberão que é preciso legislar mais e homenagear menos?
Cassa...não cassa
Com a recomendação do Ministério Público Eleitoral pelo arquivamento da denúncia, a juíza da eleitoral Daniela Mie Murata Barrichello, da 66ª Zona Eleitoral deve tornar pública nas próximas horas a sentença sobre a ação de Quintal contra Hadich, que pede a cassação do diploma do atual prefeito. O clima de mistério no ar deve estar tirando o sono dos integrantes das partes envolvidas. Há quem afirme que a sentença já está assinada. Só que ninguém quer acender o pavio do rojão primeiro, para desencadear a bateria de fogos. Mesmo porque qualquer que seja a decisão, cabe recurso.
Nota curtíssima
Ao assinar a censura a dr. Júlio e Zé da Mix, Ronei despreza sua própria história.
Para um; para outro
Qualquer notificação - e posterior punição - a motoristas de vans escolares, que não estejam legais e com as vistorias necessárias em ordem, é um direito do poder público. Afinal das contas estamos falando em milhares de crianças que são transportadas todos os dias das escolas para seus lares e vice-versa. Não custa questionar o outro lado também: será que os valores cobrados para essa regularização não são abusivos? E fonte de engorda do erário? Segurança é fundamental. Como as condições de trabalho.
Frase da semana
“Espero que me recebam bem". Da médica cubana Yusimy Gómez Cabrera, que chegou a Limeira pelo Programa Mais Médicos, para o PSF do Nossa Senhora das Dores. Sexta-feira, 14. Na Gazeta de Limeira.
Pela cor do partido
Infelizmente não é isso, entretanto, que a corporação Câmara Municipal tem mostrado e demonstrado pelas suas práticas. Aloízio e Tigrão passaram incólumes. Edmilson teve seu mandato cassado e, agora, o dr. Júlio e Zé da Mix recebem censura pública, proposta pelo corregedor José Eduardo Monteiro Júnior, o Jú Negão (PSB). Novamente opta por enxergar o “inimigo”, por estar na trincheira oposta.
Exemplo necessário
A questão aqui posta não é o da presunção da inocência ou prova da culpa. Se ambos erraram, a punição foi aplicada. O que se discute é a não aplicação do rigor da lei – ou do estatuto interno da Casa – nos casos envolvendo os dois vereadores da situação. E por mais que tenham se justificado, também erraram e deveriam ser punidos à época. O que não ocorreu. O corporativismo falou mais alto.
Um dever de ofício
Sempre que for preciso, é nossa primeira obrigação, como jornalistas – e analistas – mostrar as duas faces da mesma moeda. A crítica nunca é deliberada (a não ser quando há interesse político direto), mas um instrumento democrático necessário à correção de rotas, que muitas vezes entram por atalhos espinhosos. E esses atalhos podem confundir a opinião pública, levando-a ao perigoso e odioso jogo da manipulação política.
Será que agora vai?
Desde que tomou posse, a administração de Paulo Hadich (PSB) vem sendo cobrada para que apresente uma agenda positiva, que é sempre bem-vinda. E que faça frente às críticas que vem recebendo, muitas delas por conveniência política, e dê, finalmente, uma cara ao seu governo. O anúncio da vinda de novas empresas para Limeira, ocorrida em coletiva na última quinta-feira, é um bom começo. Pode ser um contra-ataque sutil.
Há tempo de sobra
Como sempre escrevo em minha coluna, o tempo ainda joga favoravelmente a Hadich. Só que é preciso ações concretas nesse sentido. E anunciar investimentos é oportuno para apagar o fogo. Sem trocadilhos.
Direito e cidadania
Desde a publicação da informação que o programa Mais Médicos estaria enviando para Limeira a primeira médica cubana, houve um misto de reações curiosas. Principalmente – e sempre elas – pelas redes sociais. Muitas por desconhecimento e outras por puro ranço ideológico. Independentemente da nacionalidade do profissional, se for competente e atender aos requisitos básicos de sua vinda, a saúde pública só tem a ganhar. Ela não vem para tomar o lugar de profissionais locais, muitos dos quais jamais deixariam seus consultórios ou planos de saúde para atender em UBSs nos bairros periféricos, que têm os mesmos direitos à saúde que qualquer outro cidadão.
Xenofobia. Nunca
Que a saúde pública é carente de profissionais e principalmente de infraestrutura adequada, não é novidade para ninguém. E essa não é uma cobrança exclusiva dos opositores do programa do governo federal. É uma necessidade óbvia da população. Espera-se, no mínimo, civilidade e respeito ao ser humano por parte de todos. Que os exemplos deprimentes da chegada dos primeiros profissionais não se repitam em Limeira.
Nem lá, nem aqui
Por falar em xenofobia, a Ambev retirou do ar a propaganda do guaraná da Antárctica, no qual o jogador Neymar ensinava estrangeiros a pedi-lo, com apelidos de “cão chupando manga”, “filhote de cruz credo” entre outros. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, Conar, entendeu que houve bullying com estrangeiros. O Brasil também protestou contra as camisetas da Adidas, incentivando o turismo sexual durante a copa. Se vale para eles, tem que valer para nós também.
Pergunta rápida
Quando os vereadores perceberão que é preciso legislar mais e homenagear menos?
Cassa...não cassa
Com a recomendação do Ministério Público Eleitoral pelo arquivamento da denúncia, a juíza da eleitoral Daniela Mie Murata Barrichello, da 66ª Zona Eleitoral deve tornar pública nas próximas horas a sentença sobre a ação de Quintal contra Hadich, que pede a cassação do diploma do atual prefeito. O clima de mistério no ar deve estar tirando o sono dos integrantes das partes envolvidas. Há quem afirme que a sentença já está assinada. Só que ninguém quer acender o pavio do rojão primeiro, para desencadear a bateria de fogos. Mesmo porque qualquer que seja a decisão, cabe recurso.
Nota curtíssima
Ao assinar a censura a dr. Júlio e Zé da Mix, Ronei despreza sua própria história.
Para um; para outro
Qualquer notificação - e posterior punição - a motoristas de vans escolares, que não estejam legais e com as vistorias necessárias em ordem, é um direito do poder público. Afinal das contas estamos falando em milhares de crianças que são transportadas todos os dias das escolas para seus lares e vice-versa. Não custa questionar o outro lado também: será que os valores cobrados para essa regularização não são abusivos? E fonte de engorda do erário? Segurança é fundamental. Como as condições de trabalho.
Frase da semana
“Espero que me recebam bem". Da médica cubana Yusimy Gómez Cabrera, que chegou a Limeira pelo Programa Mais Médicos, para o PSF do Nossa Senhora das Dores. Sexta-feira, 14. Na Gazeta de Limeira.
quinta-feira, 13 de março de 2014
Mais uma vez...
...a Secretaria de Transportes anuncia, conforme mostrou a Gazeta de ontem, que os agentes de trânsito, os “laranjinhas”, passarão por reciclagem profissional para “educação no trânsito”. Que bom. Ouço essa lenga-lenga, se não me falha a memória, desde que a função foi criada, com pompa e muitas fotos, lá em 2008, pelo então alcaide Silvio Félix (PDT).
Sou “otoridade”
Com seus indefectíveis óculos escuros, quando aparecem, estão sempre de bloco nas mãos, prontos para multar. Só não sei se a determinação vem de seus superiores hierárquicos, ou se se abate sobre eles a síndrome do pequeno poder. A única educação que entendem é com a caneta na mão. Há, com certeza, exceções.
É fogo no mato
Alguém pode até acreditar que haja incêndio criminoso em grandes áreas cultiváveis. E que os responsáveis são sempre inocentes. Desculpem-me, se não faço parte desse grupo de crédulos. Órgãos ambientais oficiais, estaduais ou federais, são meros acessórios de multas.
De lira na mão
Na última segunda-feira, quando toda aquela fumaça tomou os ares de Limeira, houve até quem se lembrasse, pelas redes sociais, do imperador Nero. Aquele que tocou fogo em Roma.
Autossuficiente
A estiagem, ao que tudo indica, está indo embora. Durante todo o período de seca, enquanto municípios faziam campanhas maciças para o não desperdício de água, não vi nada parecido por aqui. “Vendê-la” como mero produto de consumo é, de fato, o que importa. O futuro, ora, é apenas o futuro. Quando ele chegar discutiremos o assunto.
Fora dos eixos
O grande problema do governo Dilma Rousseff, hoje, tem nome: Guido Mantega.
A última de hoje
Também estou no rol daqueles que criticam a Copa do Mundo no Brasil. Penso, também, que isso deveria ter sido discutido lá atrás. Mas não tenho nenhuma dúvida de que os que mais a criticam, e a seus gastos astronômicos, serão os primeiros da fila nos estádios “padrão Fifa”.
...a Secretaria de Transportes anuncia, conforme mostrou a Gazeta de ontem, que os agentes de trânsito, os “laranjinhas”, passarão por reciclagem profissional para “educação no trânsito”. Que bom. Ouço essa lenga-lenga, se não me falha a memória, desde que a função foi criada, com pompa e muitas fotos, lá em 2008, pelo então alcaide Silvio Félix (PDT).
Sou “otoridade”
Com seus indefectíveis óculos escuros, quando aparecem, estão sempre de bloco nas mãos, prontos para multar. Só não sei se a determinação vem de seus superiores hierárquicos, ou se se abate sobre eles a síndrome do pequeno poder. A única educação que entendem é com a caneta na mão. Há, com certeza, exceções.
É fogo no mato
Alguém pode até acreditar que haja incêndio criminoso em grandes áreas cultiváveis. E que os responsáveis são sempre inocentes. Desculpem-me, se não faço parte desse grupo de crédulos. Órgãos ambientais oficiais, estaduais ou federais, são meros acessórios de multas.
De lira na mão
Na última segunda-feira, quando toda aquela fumaça tomou os ares de Limeira, houve até quem se lembrasse, pelas redes sociais, do imperador Nero. Aquele que tocou fogo em Roma.
Autossuficiente
A estiagem, ao que tudo indica, está indo embora. Durante todo o período de seca, enquanto municípios faziam campanhas maciças para o não desperdício de água, não vi nada parecido por aqui. “Vendê-la” como mero produto de consumo é, de fato, o que importa. O futuro, ora, é apenas o futuro. Quando ele chegar discutiremos o assunto.
Fora dos eixos
O grande problema do governo Dilma Rousseff, hoje, tem nome: Guido Mantega.
A última de hoje
Também estou no rol daqueles que criticam a Copa do Mundo no Brasil. Penso, também, que isso deveria ter sido discutido lá atrás. Mas não tenho nenhuma dúvida de que os que mais a criticam, e a seus gastos astronômicos, serão os primeiros da fila nos estádios “padrão Fifa”.
terça-feira, 11 de março de 2014
Dilma versus PMDB. Façam as suas apostas
A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu a paciência com o PMDB e está enquadrando o partido e confrontando suas lideranças, que nada mais fazem pelo País do que mamar nas gordas tetas do poder há muito tempo. E vem de longe esse domínio peemedebista, a agremiação política mais forte no Poder Legislativo, que vende seu apoio em troca de cargos. Ao não conseguir sair de forma satisfatória em eleições executivas principalmente para governar grandes estados ou com candidatos fortes à Presidência da República – vive à sombra do Planalto desde 1984 – o partido se agarra à única tábua de salvação que lhe sobra: sua força parlamentar.
Se o PMDB, que já teve Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Mário Covas e até o próprio Fernando Henrique Cardoso, entre outras lideranças, inclusive figuras proeminentes do próprio PT – o antigo MDB foi quem confrontou a ditadura a partir dos anos 1970 pela via institucional – hoje vive à custa da força de velhos coronéis no Nordeste, como os senadores José Sarney e Renan Calheiros e de bufões como os deputados Eduardo Cunha, líder do partido, e Henrique Alves, presidente da Câmara. E de sua ampla maioria nas duas casas de Leis, o que lhe garante o suposto direito de chantagear aqueles que deles precisam, como é o caso do executivo federal.
Se Lula foi mais condescendente, e com carisma e liderança levava os peemedebistas em banho-maria, Dilma, com seu estilo de gerentona, vai de encontro aos interesses e sanha que o PMDB tem de estar sempre por cima. E dá canseira até naqueles que “estão” a seu lado, como é o caso do vice-presidente da República e presidente licenciado da sigla, Michel Temer, que há muito perdeu o controle sobre seus pares.
Esse PMDB fisiológico, que está desestabilizando as forças na Câmara e no Senado e atraindo a ira do Palácio do Planalto, é herança de uma antiga liderança paulista, o falecido Orestes Quércia, que foi eleito senador da República derrotando o candidato da ditadura militar, vindo depois a se tornar governador de São Paulo, quando fez o partido rachar, surgindo então o PSDB, que levou as melhores lideranças políticas da época, já descontentes com os desvios que os quercistas vinham impondo ao partido.
E é justamente esse PMDB, que chegou ao poder com Sarney presidente – só ficou de fora durante o breve período de Fernando Collor no Planalto, cuja queda se deu pela falta de uma base parlamentar sólida sem a maioria peemedebista – que mostra suas garras. Esteve com Itamar Franco, que assumiu após o impeachment do “caçador de marajás” e de lá não saiu mais, compondo com FHC e Lula, levando a vice-presidência com Dilma. Preterido na reforma ministerial, agora articula uma espécie de chantagem, que não encontra eco nas intenções da presidente. Das duas uma, ou Dilma enquadra definitivamente o partido ou está cavando sua própria sepultura, ao permitir racha na base aliada justamente em ano eleitoral. A primeira hipótese me parece, no momento, a mais próxima de acontecer. Pelo próprio fisiologismo peemedebista.
Se o PMDB, que já teve Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Mário Covas e até o próprio Fernando Henrique Cardoso, entre outras lideranças, inclusive figuras proeminentes do próprio PT – o antigo MDB foi quem confrontou a ditadura a partir dos anos 1970 pela via institucional – hoje vive à custa da força de velhos coronéis no Nordeste, como os senadores José Sarney e Renan Calheiros e de bufões como os deputados Eduardo Cunha, líder do partido, e Henrique Alves, presidente da Câmara. E de sua ampla maioria nas duas casas de Leis, o que lhe garante o suposto direito de chantagear aqueles que deles precisam, como é o caso do executivo federal.
Se Lula foi mais condescendente, e com carisma e liderança levava os peemedebistas em banho-maria, Dilma, com seu estilo de gerentona, vai de encontro aos interesses e sanha que o PMDB tem de estar sempre por cima. E dá canseira até naqueles que “estão” a seu lado, como é o caso do vice-presidente da República e presidente licenciado da sigla, Michel Temer, que há muito perdeu o controle sobre seus pares.
Esse PMDB fisiológico, que está desestabilizando as forças na Câmara e no Senado e atraindo a ira do Palácio do Planalto, é herança de uma antiga liderança paulista, o falecido Orestes Quércia, que foi eleito senador da República derrotando o candidato da ditadura militar, vindo depois a se tornar governador de São Paulo, quando fez o partido rachar, surgindo então o PSDB, que levou as melhores lideranças políticas da época, já descontentes com os desvios que os quercistas vinham impondo ao partido.
E é justamente esse PMDB, que chegou ao poder com Sarney presidente – só ficou de fora durante o breve período de Fernando Collor no Planalto, cuja queda se deu pela falta de uma base parlamentar sólida sem a maioria peemedebista – que mostra suas garras. Esteve com Itamar Franco, que assumiu após o impeachment do “caçador de marajás” e de lá não saiu mais, compondo com FHC e Lula, levando a vice-presidência com Dilma. Preterido na reforma ministerial, agora articula uma espécie de chantagem, que não encontra eco nas intenções da presidente. Das duas uma, ou Dilma enquadra definitivamente o partido ou está cavando sua própria sepultura, ao permitir racha na base aliada justamente em ano eleitoral. A primeira hipótese me parece, no momento, a mais próxima de acontecer. Pelo próprio fisiologismo peemedebista.
domingo, 9 de março de 2014
Todo cuidado é pouco se a fonte não for idônea
Barriga: notícia falsa, sem base, resultante de informação sem fundamento, inidônea. Termo antigo e muito usado até hoje nos meios de comunicação. Trata-se mesmo de um jargão profissional corrente no ambiente jornalístico e, invariavelmente, vem acompanhado de muita desconfiança, quando se comete um ato falho dessa natureza. Dar uma barriga é o mesmo que dizer que tal jornalista mostrou incompetência, ao não apurar minuciosamente a informação que compartilhou. Que tornou pública na mídia, hoje não mais restrita a jornais diários e outros tipos de periódicos impressos, ou emissoras de rádio e TV. As redes sociais avançaram muito nesse patamar e impulsionam essa informação a um nível quase impossível de controlar. Como canal aberto, essas redes amplamente democráticas são compartilhadas não só por profissionais da comunicação, mas por qualquer cidadão – e difícil não imaginar de outra forma – que tenha acesso à internet, via computadores pessoais, celulares, tablets e assim por diante. A fonte da notícia nem sempre é idônea.
Uma isca mordida
Por que essa introdução a uma teoria jornalística? É simples, na semana que passou, mais precisamente na quarta-feira de cinzas, correu às redes sociais – e se espalhou feito fogo em grama seca - que o carnaval popular de Limeira, o Carnafolia, havia sido interrompido por ordem judicial, devido ao som alto, denunciado por vizinhos do Centro Municipal de Eventos. O fogo virou incêndio.
E quem comprou...
Como começou? Qual foi a fonte dessa informação? É evidente, não apareceu. Dos muitos que compartilharam a publicação – que era falsa e sem fundamento – alguns até tentaram se retratar, quando veio à tona a verdade. Ávidos por transformar a situação em fato político, não apuraram como deveriam e acabaram se envolvendo na estratégia de quem disseminou o fato. E ficou bem quietinho...
Pensar duas vezes
Do ponto de vista técnico, para quem não está acostumado ao ambiente das redações, o exemplo foi bastante oportuno e pode, sem dúvida, transformar-se em lição, para evitar futuras “barrigas”, embora o cidadão comum não seja obrigado a conhecer as regras do bom jornalismo. Exercer a responsabilidade, entretanto, é um dever inerente àqueles que prezam pela ética. Mesmo que haja interesse político, a correção deve permanecer.
Defesa necessária
Quando a fase não é boa, até o que não se deve é cobrado. Por conta do despejo da área dos fundos do Edifício Prada, sede da prefeitura, na manhã da última quinta-feira, 6, viu-se, novamente, uma avalanche irresponsável de críticas à atual administração, como se ela fosse a grande culpada pelo imbróglio que teve início na administração Silvio Félix (PDT), envolvendo aluguel da área despejada, que acabou não sendo pago.
Perdendo a razão
É uma grande estupidez esse tipo de comportamento por parte de alguns grupos e pessoas, que não conseguem enxergar mais nada adiante do nariz, do que o simples ódio camuflado de jogo político.
Consciência crítica
Vamos ao que de fato interessa. Sou um crítico ferrenho da atual administração, mas não posso me cegar perante fatos que apontam em outra direção. Não tenho procuração – e nem aceitaria uma – para defender o governo municipal, sob quaisquer aspectos. Não é preciso um enorme exercício de inteligência, entretanto, para entender que o buraco é muito mais fundo do que imaginamos. Quando foi aprovado o Plano Diretor na administração Félix, reclassificando a área dada em troca no negócio feito em 2004, pelo então prefeito José Carlos Pejon, à época no PSDB, simplesmente derrubou por terra o interesse comercial da Cia Prada naquele local. Os ânimos se acirraram.
Vale uma reflexão
Se a área despejada foi locada pela Prefeitura em 2007 e nenhum aluguel foi pago desde então, é fácil buscar a raiz do problema, que foi agravado justamente quando a Cia Prada percebeu que não poderia se utilizar da área permutada, na antiga garagem municipal, ou parte dela, transformada em área de proteção ambiental (APP). Não se pode creditar esse problema, portanto, ao atual governo, como querem seus inimigos.
A história mantida
Sempre destaquei, e vou continuar destacando como imensamente positiva à própria história de Limeira, a atitude do então prefeito José Carlos Pejon em adquirir para os próprios municipais, o Edifício Prada. Um monumento que deve ser preservado a todo custo, pelo que representa e pelo que representou ao desenvolvimento do Município. Se isso não tivesse ocorrido, já teria, com certeza, virado pó pela especulação imobiliária.
Pergunta rápida
Qual é, hoje, a real situação em que se encontra o aterro sanitário de Limeira?
Militares na política
General Augusto Heleno, aquele que comandou a missão brasileira no Haiti. Protógenes Queiroz, deputado pelo PCdoB-SP e que ficou conhecido no comando da Operação Satiagraha, quando era delegado da Polícia Federal. Marcos Pontes, tenente-coronel da Aeronáutica (hoje na reserva) e primeiro astronauta brasileiro na Estação Espacial Internacional e, evidentemente, ele, o deputado federal carioca Jair Bolsonaro (PP). O que essas figuras têm em comum. Todos eles estão na luta para a criação do Partido Militar Brasileiro. É um direito, desde que respeitem também o direito dos outros.
Nota curtíssima
A melhor forma de conhecer seu adversário é dar a ele a liberdade de expressão.
Evolução truncada
O século XXI – e todos os seus avanços – não chegou para muita gente. Impressiona como há pessoas que esbanjam preconceito, não conseguem assimilar a diversidade social, cultural, ideológica e, principalmente, vivem de estereótipos. São adeptos da eterna guerra sem vencedores entre Ocidente e Oriente, e não admitem que cristãos e muçulmanos convivam pacificamente. Parece que usam tapa, peça utilizada em mulas, que não permitem que olhem para os lados. Apenas numa única direção.
Frase da semana
"Como político, é um bom magistrado. Como magistrado, é um bom político". Do presidente do PT, Rui Falcão, sobre o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF. Sexta-feira, 7. Na Folha de S. Paulo.
Uma isca mordida
Por que essa introdução a uma teoria jornalística? É simples, na semana que passou, mais precisamente na quarta-feira de cinzas, correu às redes sociais – e se espalhou feito fogo em grama seca - que o carnaval popular de Limeira, o Carnafolia, havia sido interrompido por ordem judicial, devido ao som alto, denunciado por vizinhos do Centro Municipal de Eventos. O fogo virou incêndio.
E quem comprou...
Como começou? Qual foi a fonte dessa informação? É evidente, não apareceu. Dos muitos que compartilharam a publicação – que era falsa e sem fundamento – alguns até tentaram se retratar, quando veio à tona a verdade. Ávidos por transformar a situação em fato político, não apuraram como deveriam e acabaram se envolvendo na estratégia de quem disseminou o fato. E ficou bem quietinho...
Pensar duas vezes
Do ponto de vista técnico, para quem não está acostumado ao ambiente das redações, o exemplo foi bastante oportuno e pode, sem dúvida, transformar-se em lição, para evitar futuras “barrigas”, embora o cidadão comum não seja obrigado a conhecer as regras do bom jornalismo. Exercer a responsabilidade, entretanto, é um dever inerente àqueles que prezam pela ética. Mesmo que haja interesse político, a correção deve permanecer.
Defesa necessária
Quando a fase não é boa, até o que não se deve é cobrado. Por conta do despejo da área dos fundos do Edifício Prada, sede da prefeitura, na manhã da última quinta-feira, 6, viu-se, novamente, uma avalanche irresponsável de críticas à atual administração, como se ela fosse a grande culpada pelo imbróglio que teve início na administração Silvio Félix (PDT), envolvendo aluguel da área despejada, que acabou não sendo pago.
Perdendo a razão
É uma grande estupidez esse tipo de comportamento por parte de alguns grupos e pessoas, que não conseguem enxergar mais nada adiante do nariz, do que o simples ódio camuflado de jogo político.
Consciência crítica
Vamos ao que de fato interessa. Sou um crítico ferrenho da atual administração, mas não posso me cegar perante fatos que apontam em outra direção. Não tenho procuração – e nem aceitaria uma – para defender o governo municipal, sob quaisquer aspectos. Não é preciso um enorme exercício de inteligência, entretanto, para entender que o buraco é muito mais fundo do que imaginamos. Quando foi aprovado o Plano Diretor na administração Félix, reclassificando a área dada em troca no negócio feito em 2004, pelo então prefeito José Carlos Pejon, à época no PSDB, simplesmente derrubou por terra o interesse comercial da Cia Prada naquele local. Os ânimos se acirraram.
Vale uma reflexão
Se a área despejada foi locada pela Prefeitura em 2007 e nenhum aluguel foi pago desde então, é fácil buscar a raiz do problema, que foi agravado justamente quando a Cia Prada percebeu que não poderia se utilizar da área permutada, na antiga garagem municipal, ou parte dela, transformada em área de proteção ambiental (APP). Não se pode creditar esse problema, portanto, ao atual governo, como querem seus inimigos.
A história mantida
Sempre destaquei, e vou continuar destacando como imensamente positiva à própria história de Limeira, a atitude do então prefeito José Carlos Pejon em adquirir para os próprios municipais, o Edifício Prada. Um monumento que deve ser preservado a todo custo, pelo que representa e pelo que representou ao desenvolvimento do Município. Se isso não tivesse ocorrido, já teria, com certeza, virado pó pela especulação imobiliária.
Pergunta rápida
Qual é, hoje, a real situação em que se encontra o aterro sanitário de Limeira?
Militares na política
General Augusto Heleno, aquele que comandou a missão brasileira no Haiti. Protógenes Queiroz, deputado pelo PCdoB-SP e que ficou conhecido no comando da Operação Satiagraha, quando era delegado da Polícia Federal. Marcos Pontes, tenente-coronel da Aeronáutica (hoje na reserva) e primeiro astronauta brasileiro na Estação Espacial Internacional e, evidentemente, ele, o deputado federal carioca Jair Bolsonaro (PP). O que essas figuras têm em comum. Todos eles estão na luta para a criação do Partido Militar Brasileiro. É um direito, desde que respeitem também o direito dos outros.
Nota curtíssima
A melhor forma de conhecer seu adversário é dar a ele a liberdade de expressão.
Evolução truncada
O século XXI – e todos os seus avanços – não chegou para muita gente. Impressiona como há pessoas que esbanjam preconceito, não conseguem assimilar a diversidade social, cultural, ideológica e, principalmente, vivem de estereótipos. São adeptos da eterna guerra sem vencedores entre Ocidente e Oriente, e não admitem que cristãos e muçulmanos convivam pacificamente. Parece que usam tapa, peça utilizada em mulas, que não permitem que olhem para os lados. Apenas numa única direção.
Frase da semana
"Como político, é um bom magistrado. Como magistrado, é um bom político". Do presidente do PT, Rui Falcão, sobre o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF. Sexta-feira, 7. Na Folha de S. Paulo.
quinta-feira, 6 de março de 2014
Lições da folia...
A chuva do sábado atrapalhou os desfiles de carnaval em várias cidades. Foi muito forte, como a que ocorreu aqui em Limeira. Isso, entretanto, não exime a má organização da folia limeirense. Verbas liberadas apenas na semana dos festejos de Momo, sem “avenida” própria...
...que ninguém...
...aprende mesmo. Ora, é preciso que as escolas de samba locais também façam um “mea culpa” e assumam parte dessa desorganização. As agremiações têm o ano inteiro para promoções e arrecadação de dinheiro. Não podem se valer apenas da verba oficial. Que o dinheiro público caia no colo e está tudo certo.
Se é dessa forma
Há uma maneira simples, fácil e até mesmo econômica de acabar com essa bagunça. Que não se tenha mais carnaval de rua (ou seria de pavilhão?) em Limeira. Ponto final.
Calendário cheio
O carnaval se foi. Logo mais tem a Páscoa – feriadão que começa na Sexta-Feira Santa e se estenderá até a segunda-feira, dia de Tiradentes. Depois a Copa do Mundo, entre junho e julho. Em outubro haverá eleições, que podem – ou não – ser decididas em segundo turno. Depois é novembro e 2014 se foi.
Saber diferenciar
A vida pública não tem nada a ver com a privada. Isto é, com a vida particular. Desde que o agente público não se utilize do cargo e facilidades que a função lhe permita para garantir benesses, ele pode ter sua vida particular, independentemente do que faça ou deixe de fazer. Vejo muitos críticos associar as duas coisas numa só, como se não houvesse vida, além da pública. Isso não é crítica. É burrice.
Mulheres da mídia
Começa hoje, no Shopping Nações, a exposição do repórter fotográfico desta Gazeta, JB Anthero, com 30 mulheres jornalistas, que atuam ou atuaram em Limeira. Até o final do mês.
A última de hoje
A carnaval está virando reduto do estilo – se que é um – sertanejo universitário. As marchinhas estão desaparecendo, dando lugar a um tipo de música que não tem nada com a folia. Como disse Alceu Valença, é jabá das grandes emissoras de rádio. Ele está certo.
A chuva do sábado atrapalhou os desfiles de carnaval em várias cidades. Foi muito forte, como a que ocorreu aqui em Limeira. Isso, entretanto, não exime a má organização da folia limeirense. Verbas liberadas apenas na semana dos festejos de Momo, sem “avenida” própria...
...que ninguém...
...aprende mesmo. Ora, é preciso que as escolas de samba locais também façam um “mea culpa” e assumam parte dessa desorganização. As agremiações têm o ano inteiro para promoções e arrecadação de dinheiro. Não podem se valer apenas da verba oficial. Que o dinheiro público caia no colo e está tudo certo.
Se é dessa forma
Há uma maneira simples, fácil e até mesmo econômica de acabar com essa bagunça. Que não se tenha mais carnaval de rua (ou seria de pavilhão?) em Limeira. Ponto final.
Calendário cheio
O carnaval se foi. Logo mais tem a Páscoa – feriadão que começa na Sexta-Feira Santa e se estenderá até a segunda-feira, dia de Tiradentes. Depois a Copa do Mundo, entre junho e julho. Em outubro haverá eleições, que podem – ou não – ser decididas em segundo turno. Depois é novembro e 2014 se foi.
Saber diferenciar
A vida pública não tem nada a ver com a privada. Isto é, com a vida particular. Desde que o agente público não se utilize do cargo e facilidades que a função lhe permita para garantir benesses, ele pode ter sua vida particular, independentemente do que faça ou deixe de fazer. Vejo muitos críticos associar as duas coisas numa só, como se não houvesse vida, além da pública. Isso não é crítica. É burrice.
Mulheres da mídia
Começa hoje, no Shopping Nações, a exposição do repórter fotográfico desta Gazeta, JB Anthero, com 30 mulheres jornalistas, que atuam ou atuaram em Limeira. Até o final do mês.
A última de hoje
A carnaval está virando reduto do estilo – se que é um – sertanejo universitário. As marchinhas estão desaparecendo, dando lugar a um tipo de música que não tem nada com a folia. Como disse Alceu Valença, é jabá das grandes emissoras de rádio. Ele está certo.
terça-feira, 4 de março de 2014
Se falta fiscalização, sobra comemoração
Interessante. Curioso. Elucidativo e talvez o mais fiel retrato das preocupações que envolvem o trabalho dos vereadores limeirenses na busca por notoriedade, ao tentarem agradar a determinado setor profissional ou segmento social. Tudo para manter na mídia seus representantes. Mesmo que por uma exposição desnecessária de imagem. Por vaidade mesmo.
Defino assim o excelente texto da jornalista Érica Samara da Silva, em reportagem publicada por esta Gazeta, em manchete, no último domingo (‘Falta’ calendário para datas criadas pelos vereadores), que mostra o exagero - em meio a muitos acertos - de homenagens desnecessárias, proporcionadas pela Câmara Municipal. Celebrações que, apesar de serem transformadas em leis, muitas delas jamais saem do papel à prática, mesmo porque não há datas nesse calendário (já tomadas por tantas comemorações), que fica reduzido a poucos dias. Inclusive quantificadas pela jornalista, com números e porcentagens, que beiram ao delírio. Mas são reais e matematicamente delimitadas. Oficiais. São dados públicos e não há como escondê-los. E não há contestação possível, perante tantas evidências.
Os números representam uma explosão desses projetos a partir dos anos 2000, 143 leis nos últimos 14 anos contra apenas 14, desde 1956 quando foi criada a primeira até 1999. E dão mostras do que um Legislativo submisso ao Executivo pode fazer. Ou deixa de fazer. Principalmente a partir de 2005, quando o prefeito Silvio Félix (PDT) teve as rédeas da Casa nas mãos, e agora com Paulo Hadich (PSB), muito mais forte ainda nesse domínio e com folga na maioria entre os situacionistas, pouco se vê de fiscalização aos atos do Poder Executivo, função primeira dos vereadores. Assim como as legislaturas anteriores foram cobradas por essa submissão (garantindo carta branca ao prefeito), a atual, agora com 21 eleitos, também deixa a desejar e esquece-se que a população a qual representam tem interesses distintos e outras prioridades – como saúde, educação, segurança, habitação, para citar algumas – que acabam sendo substituídas por dias e semanas comemorativas, que pouco representam para a vocação do Município.
Ninguém é contra que se preste homenagens e nem mesmo que se instituam semanas de conscientização sobre temas de momento e também de interesse social. O que se questiona é a perda de tempo que isso acarreta. E, muitas vezes, podem até ser utilizadas para acobertar às reais deficiências da administração pública. À ineficácia da máquina política, tão danosa aos anseios de toda a comunidade. Pois quando um legislador se preocupa em criar o dia internacional do homem, do skatista, do alpinista, da pesca, da família afro-brasileira (já não existe o Dia da Consciência Negra?) entre tantos outros inusitados, por que não dizer pitorescos, a melhoria no transporte público anda devagar, faltam remédios na rede pública, as vagas em creches não atendem à demanda e aí por diante. Só para citar as maiores críticas da população, transformadas cotidianamente e matérias jornalísticas e divulgadas pelos meios de comunicação. Consciência e respeito não se instituem por lei.
Defino assim o excelente texto da jornalista Érica Samara da Silva, em reportagem publicada por esta Gazeta, em manchete, no último domingo (‘Falta’ calendário para datas criadas pelos vereadores), que mostra o exagero - em meio a muitos acertos - de homenagens desnecessárias, proporcionadas pela Câmara Municipal. Celebrações que, apesar de serem transformadas em leis, muitas delas jamais saem do papel à prática, mesmo porque não há datas nesse calendário (já tomadas por tantas comemorações), que fica reduzido a poucos dias. Inclusive quantificadas pela jornalista, com números e porcentagens, que beiram ao delírio. Mas são reais e matematicamente delimitadas. Oficiais. São dados públicos e não há como escondê-los. E não há contestação possível, perante tantas evidências.
Os números representam uma explosão desses projetos a partir dos anos 2000, 143 leis nos últimos 14 anos contra apenas 14, desde 1956 quando foi criada a primeira até 1999. E dão mostras do que um Legislativo submisso ao Executivo pode fazer. Ou deixa de fazer. Principalmente a partir de 2005, quando o prefeito Silvio Félix (PDT) teve as rédeas da Casa nas mãos, e agora com Paulo Hadich (PSB), muito mais forte ainda nesse domínio e com folga na maioria entre os situacionistas, pouco se vê de fiscalização aos atos do Poder Executivo, função primeira dos vereadores. Assim como as legislaturas anteriores foram cobradas por essa submissão (garantindo carta branca ao prefeito), a atual, agora com 21 eleitos, também deixa a desejar e esquece-se que a população a qual representam tem interesses distintos e outras prioridades – como saúde, educação, segurança, habitação, para citar algumas – que acabam sendo substituídas por dias e semanas comemorativas, que pouco representam para a vocação do Município.
Ninguém é contra que se preste homenagens e nem mesmo que se instituam semanas de conscientização sobre temas de momento e também de interesse social. O que se questiona é a perda de tempo que isso acarreta. E, muitas vezes, podem até ser utilizadas para acobertar às reais deficiências da administração pública. À ineficácia da máquina política, tão danosa aos anseios de toda a comunidade. Pois quando um legislador se preocupa em criar o dia internacional do homem, do skatista, do alpinista, da pesca, da família afro-brasileira (já não existe o Dia da Consciência Negra?) entre tantos outros inusitados, por que não dizer pitorescos, a melhoria no transporte público anda devagar, faltam remédios na rede pública, as vagas em creches não atendem à demanda e aí por diante. Só para citar as maiores críticas da população, transformadas cotidianamente e matérias jornalísticas e divulgadas pelos meios de comunicação. Consciência e respeito não se instituem por lei.
domingo, 2 de março de 2014
Caiu na rede? Pode acreditar, é um candidato
Que os candidatos a cargos eletivos descobriram o uso das redes sociais como mobilizadores da opinião pública, ninguém mais duvida. Se em 2010 os então presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), travaram uma “briga” virtual das mais interessantes pelo Twitter, agora em 2014 o Facebook ditará o tom das campanhas pela internet. E como território livre da legislação eleitoral, porém, não do Código Penal, os candidatos já investem pesado nessas plataformas, inclusive no Twitter, novamente, e os gastos deverão ser da ordem de R$ 35 a R$ 40 milhões, com profissionais especializados. Isso sem contar com a mobilização de militantes¸ que há muito já estão desfilando as caras e as propostas de seus candidatos preferidos. Dizem os experts que a comunicação virtual poderá eleger, ou não, um candidato, se utilizada de forma adequada, que faça chegar aos eleitores, como forma de apresentação de cada um dos postulantes ao governo federal e aos estaduais, sem contar também com todos aqueles que disputam cargos legislativos.
Com moderação
Como escrevi na abertura desta coluna, fica claro que, por estar livres das leis que regem o processo eleitoral, as redes sociais ficam, na ausência de uma legislação específica para a internet, à mercê do Código de Processo Penal – que prevê crimes de calúnia, injúria e difamação – e que poderá ser acionado em casos de abuso. Como se vê, diariamente, nas postagens de alguns mais exaltados.
Deve pegar geral
E os provedores de internet, bem como as empresas que controlam essas redes de comunicação virtual, também não estão livres de sanções legais, se infringirem artigos da legislação vigente que tipifiquem os crimes previstos, como os que citei acima. Se é difícil controlar a militância, os responsáveis por esse segmento de campanha precisam controlar os mais afoitos, para evitar danos às campanhas.
O exemplo atual
Só para ilustrar essa análise, a Gazeta trouxe, em sua edição de sexta-feira, 28, uma medida cautelar impetrada pela Câmara Municipal contra um perfil no Facebook, o Limeira Amada, provavelmente falso, ou um “fake”, como se diz na gíria do internauta, para identificar o autor da página, que vem desfilando, há um mês, conteúdo difamatório contra a instituição. Ainda na sexta, o perfil não estava mais disponível.
Doença crônica...
O anonimato é sempre um ato de extrema covardia. Esconde sempre um crítico – ou criminoso, mesmo - que não tem coragem de mostrar a cara para dizer e escrever o que pensa, e prefere se ocultar por trás desses “fakes”. E, com o início de período eleitoral, esse tipo de ação tende a ganhar força. Apesar de falso, normalmente conta com a simpatia de muita gente, que acaba por abastecer o conteúdo conforme seu interesse.
Ficam as pegadas
Ao apagar qualquer página ou perfil, no Facebook, o usuário apenas o retira do ar, deixando de torná-lo público, mas os dados continuam sendo administrados pela rede e podem ser acessados a qualquer momento.
Fora de controle?
A GCM e o Pelotão Ambiental flagraram, em um mês, cinco crimes ambientais praticados contra nascentes e cursos d’água, que são represados aleatoriamente para suprir propriedades particulares. Um índice bastante alto, que indica uma total despreocupação – talvez até desconhecimento – com as consequências de atitudes dessa natureza. O trato egoísta do ser humano com a natureza impressiona. A falta de consciência ambiental deve, sim, alertar as autoridades e nelas incutir cada vez mais a noção de vigilância. O Planeta, que tem respondido com dureza à degradação do meio ambiente, dá sinais de paciência esgotada. As mudanças climáticas são exemplo disso.
Parece ter ardido
Diz o ditado que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Parece que agora começa a arder, também, nos outros olhos. A absolvição, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para oito condenados na Ação Penal 470, o mensalão do PT, do crime de quadrilha, não repercutiu nas redes sociais, quando do início do julgamento, como grande espetáculo midiático que foi e fez a oposição, em especial o PSDB, vibrar com cada condenação.
Explicação óbvia
Sem a mesma repercussão que teve o mensalão petista, o mensalão mineiro também está na berlinda agora. Com o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que renunciou ao mandato para evitar constrangimentos ao presidenciável Aécio Neves e tentar se livrar da exposição pública no STF. Após o anúncio da absolvição, o silêncio nas redes foi sepulcral. Na vidraça, os próprios tucanos que comemoram, desta vez ficaram quietos.
Pergunta rápida
Onde está a isonomia da Corregedoria da Câmara nos casos Zé da Mix e Ronei?
Devo, não nego...
...pago quando puder. Esse é o lema adotado pelo PSDB, que foi sacudido, na semana passada, por uma incômoda ação judicial por dívida de campanha. O marqueteiro Luiz Gonzales cobra, na Justiça, R$ 8,7 milhões ainda referentes à campanha presidencial do tucano José Serra, em 2010. O próprio partido reconhece que é devedor, mas agora está preocupado com outra campanha, a do presidenciável Aécio Neves. Gonzales não está na jogada, mas ainda tem outro crédito com o tucanato: parte da dívida da campanha de 2006, do então concorrente ao Planalto, Geraldo Alckmin. Para um partido que tem o discurso afinado com o choque de gestão, esse descontrole interno é preocupante.
Nota curtíssima
O silêncio, às vezes, é muito mais barulhento do que a explosão de cem bombas.
A festa dos ratos
A saída, quase certa, do ministro-presidente Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) está provocando alvoroço entre os condenados do mensalão. Se já ganharam a absolvição pelo crime de quadrilha, em voto da maioria dos ministros em Plenário, agora estão na expectativa da defecção de Barbosa, para tentarem anular o julgamento. Em que pese todo o tom político do julgamento, se isso acontecer, será a desmoralização do Judiciário. Barbosa deve mesmo partir para a carreira política.
Frase da semana
“É uma tarde triste para o STF”. Do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, questionando a absolvição de condenados do mensalão do crime de quadrilha. Quinta-feira, 27. Na Folha de S. Paulo.
Com moderação
Como escrevi na abertura desta coluna, fica claro que, por estar livres das leis que regem o processo eleitoral, as redes sociais ficam, na ausência de uma legislação específica para a internet, à mercê do Código de Processo Penal – que prevê crimes de calúnia, injúria e difamação – e que poderá ser acionado em casos de abuso. Como se vê, diariamente, nas postagens de alguns mais exaltados.
Deve pegar geral
E os provedores de internet, bem como as empresas que controlam essas redes de comunicação virtual, também não estão livres de sanções legais, se infringirem artigos da legislação vigente que tipifiquem os crimes previstos, como os que citei acima. Se é difícil controlar a militância, os responsáveis por esse segmento de campanha precisam controlar os mais afoitos, para evitar danos às campanhas.
O exemplo atual
Só para ilustrar essa análise, a Gazeta trouxe, em sua edição de sexta-feira, 28, uma medida cautelar impetrada pela Câmara Municipal contra um perfil no Facebook, o Limeira Amada, provavelmente falso, ou um “fake”, como se diz na gíria do internauta, para identificar o autor da página, que vem desfilando, há um mês, conteúdo difamatório contra a instituição. Ainda na sexta, o perfil não estava mais disponível.
Doença crônica...
O anonimato é sempre um ato de extrema covardia. Esconde sempre um crítico – ou criminoso, mesmo - que não tem coragem de mostrar a cara para dizer e escrever o que pensa, e prefere se ocultar por trás desses “fakes”. E, com o início de período eleitoral, esse tipo de ação tende a ganhar força. Apesar de falso, normalmente conta com a simpatia de muita gente, que acaba por abastecer o conteúdo conforme seu interesse.
Ficam as pegadas
Ao apagar qualquer página ou perfil, no Facebook, o usuário apenas o retira do ar, deixando de torná-lo público, mas os dados continuam sendo administrados pela rede e podem ser acessados a qualquer momento.
Fora de controle?
A GCM e o Pelotão Ambiental flagraram, em um mês, cinco crimes ambientais praticados contra nascentes e cursos d’água, que são represados aleatoriamente para suprir propriedades particulares. Um índice bastante alto, que indica uma total despreocupação – talvez até desconhecimento – com as consequências de atitudes dessa natureza. O trato egoísta do ser humano com a natureza impressiona. A falta de consciência ambiental deve, sim, alertar as autoridades e nelas incutir cada vez mais a noção de vigilância. O Planeta, que tem respondido com dureza à degradação do meio ambiente, dá sinais de paciência esgotada. As mudanças climáticas são exemplo disso.
Parece ter ardido
Diz o ditado que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Parece que agora começa a arder, também, nos outros olhos. A absolvição, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para oito condenados na Ação Penal 470, o mensalão do PT, do crime de quadrilha, não repercutiu nas redes sociais, quando do início do julgamento, como grande espetáculo midiático que foi e fez a oposição, em especial o PSDB, vibrar com cada condenação.
Explicação óbvia
Sem a mesma repercussão que teve o mensalão petista, o mensalão mineiro também está na berlinda agora. Com o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que renunciou ao mandato para evitar constrangimentos ao presidenciável Aécio Neves e tentar se livrar da exposição pública no STF. Após o anúncio da absolvição, o silêncio nas redes foi sepulcral. Na vidraça, os próprios tucanos que comemoram, desta vez ficaram quietos.
Pergunta rápida
Onde está a isonomia da Corregedoria da Câmara nos casos Zé da Mix e Ronei?
Devo, não nego...
...pago quando puder. Esse é o lema adotado pelo PSDB, que foi sacudido, na semana passada, por uma incômoda ação judicial por dívida de campanha. O marqueteiro Luiz Gonzales cobra, na Justiça, R$ 8,7 milhões ainda referentes à campanha presidencial do tucano José Serra, em 2010. O próprio partido reconhece que é devedor, mas agora está preocupado com outra campanha, a do presidenciável Aécio Neves. Gonzales não está na jogada, mas ainda tem outro crédito com o tucanato: parte da dívida da campanha de 2006, do então concorrente ao Planalto, Geraldo Alckmin. Para um partido que tem o discurso afinado com o choque de gestão, esse descontrole interno é preocupante.
Nota curtíssima
O silêncio, às vezes, é muito mais barulhento do que a explosão de cem bombas.
A festa dos ratos
A saída, quase certa, do ministro-presidente Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) está provocando alvoroço entre os condenados do mensalão. Se já ganharam a absolvição pelo crime de quadrilha, em voto da maioria dos ministros em Plenário, agora estão na expectativa da defecção de Barbosa, para tentarem anular o julgamento. Em que pese todo o tom político do julgamento, se isso acontecer, será a desmoralização do Judiciário. Barbosa deve mesmo partir para a carreira política.
Frase da semana
“É uma tarde triste para o STF”. Do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, questionando a absolvição de condenados do mensalão do crime de quadrilha. Quinta-feira, 27. Na Folha de S. Paulo.
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