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domingo, 5 de maio de 2013

Assustador, sim. Surpresa, não. Má gestão

Não me lembro, na história dos últimos 30 anos das administrações públicas em Limeira, de um número de obras paradas tão grande assim. São, ao todo, 32 em andamento. Outras nove estão paralisadas e já consumiram R$ 7.251,345,22, sendo que algumas nem perspectivas de retomada têm. E nesse caso, até os mais críticos sabem que, há quatro meses no governo, Paulo Hadich (PSB), não tem muito o que fazer a não ser reestudá-las, para dar uma sequência definitiva a elas; ou então simplesmente abandoná-las. Essa segunda alternativa é ruim para o próprio Município, porém, se se mostrarem inviáveis ou desnecessárias, não há muito o que fazer. Essas informações constam de elucidativa matéria da jornalista Daíza Lacerda, publicada nesta Gazeta no último dia 30 de abril e que mostra a proporção desses números, em levantamento da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, que respondeu questionamento do vereador José Roberto Bernardo (PSD), o Zé da Mix. Irregularidades, distrato com empresas vencedoras de licitação, estão entre os motivos das paralisações e revisões dos projetos executados.

Aterrissou bem antes
Desse total, a que mais vem consumindo recursos e está paralisada por irregularidades apresentadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), é a do aeroporto, que ganhou marketing político excessivo, durante o governo de Silvio Félix da Silva (PDT), que previa uma obra grandiosa, um exemplo para a região e até agora não saiu do solo. Literalmente. Félix fez uma aterrissagem forçada do poder.

Decolagem garantida
Essa é apenas uma das citações da reportagem, que mostra quão profundo foi o buraco deixado à frente do novo prefeito. O aeroporto, que é de importância estratégica para o Município, deve ter suas obras retomadas após a solução das pendências expostas pelo TCE. Mas já custou R$ 3,6 milhões, somente com obras de pavimentação da pista de pouso e decolagens, e também da pista de táxi.

Números do descaso
Para se fazer uma avaliação mais apurada dessas informações obtidas pelo vereador Zé da Mix, não financeira, que essa está mais que calculada, se pegarmos o número de obras paradas, herdadas da gestão passada (não se conta aqui os dez meses da administração do vice-prefeito em exercício, à época, Orlando José Zovico), podemos apurar 1,2 obra parada para cada ano da administração Félix - sete ao todo, pois ele foi apeado do poder no final do penúltimo ano seu segundo mandato - e muitas delas apenas de impacto midiático e eleitoreira. Se o pedetista não tivesse sido cassado e pela popularidade que desfrutava naquele período, conseguisse eleger seu sucessor, esses números e valores aumentariam sem o conhecimento público.

Para pensar e refletir
É o resultado da má gestão da administração pública, quando se coloca a política e os interesses pessoais acima dos realmente necessários ao município, no afã de angariar mais popularidade e, dessa forma, garantir a continuidade de um projeto de poder.

Do discurso à prática
Se o bom administrador público é aquele que consegue governar nas adversidades, é hora de Paulo Hadich e seu staff mostrarem que estão dispostos a isso e dar uma resposta, através de ações práticas e retomadas de algumas dessas obras (não só do aerporto), em especial a da Praça do Museu. Então, com 120 dias de administração, está na hora de parar com os discursos e ir direto à prática.

Em casa de ferreiro
Já que o assunto é administração pública, então é preciso falar um pouco da cidade de Piracicaba. Teve à frente do Executivo, por oito anos, o tucano Barjas Negri, que conseguiu eleger seu sucessor, Gabriel Ferrato. Agora pasmem, o setor mais carente do município e alvo de reclamações da população é o da saúde. Em tempo: Barjas chegou a ser ministro da Saúde do governo FHC. Então, tá.

Impossível entender 
Na última quarta-feira fiz uma rápida estada em São Pedro. E quem trafega pela rodovia Geraldo de Barros (SP 304, que liga Piracicaba a Águas de São Pedro e São Pedro), sente o descaso do governo estadual para com aquela pista. De tráfego intenso, ligando polos termal e turístico, a via parece mais um queijo suíço. Inclusive no trecho já duplicado, que liga Piracicaba ao distrito de Artemis. São comuns, até demais, acidentes com mortes naquela estrada.

Será que agora vai?
Só agora, no último dia 13 de abril, foi publicado no Diário Oficial do Estado o edital de concorrência para duplicação do restante da pista. Serão cerca de 10 km de duplicação, e outros 9 de recuperação da pavimentação e de acostamentos. Valor da obra, mais de R$ 60 milhões e prazo de 12 meses para conclusão, assim que forem analisadas as propostas, para posterior escolha da empresa vencedora, para então marcar o início dessas obras. Lembrete: Piracicaba, Águas de São Pedro e São Pedro tiveram, pelo menos nos últimos oito anos, prefeitos tucanos.

Pergunta rápida
Qual será a próxima moção de repúdio a ser apresentada na Câmara de Limeira?

Uma triste realidade
Já há quem aponte, entre juristas, políticos e analistas, que o julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão do PT, começa a fazer água. Os recursos apresentados pelos condenados - direito constitucional a qualquer cidadão - podem travar o andamento no cumprimento das penas de prisão. Já há dúvidas, também, se os condenados serão presos ou não. Coisas do Brasil...

Nota curtíssima
Não acredito que a briga entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal tenha chegado ao fim.

Frase da semana
"Cada macaco no seu galho". Do ex-presidente Lula, sobre crise entre o Congresso e o STF. Quinta-feira, dia 2, no UOL Notícias.

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