Pages

terça-feira, 21 de maio de 2013

Caiu na rede? Nem sempre é peixe

Apesar de me expor com perfis em três redes sociais, o Orkut (se alguém ainda se lembra dele), Twitter e Facebook, nunca acreditei na segurança das senhas. Das páginas superprotegidas das instituições financeiras e de tudo o que trafega pela web de forma indiscriminada e aleatorimente à minha, à sua e à nossa vontade. Podem até me chamar de antigo, mas não faço transações de quaisquer natureza em sites bancários e nem mais compras pela internet com cartões de crédito - continuo fazendo-as, sim, mas através de boletos - por uma decepção, que felizmente não custou muito dinheiro, porque o sistema de segurança do banco com o qual trabalho me avisou antes, devido ao meu perfil de consumo e transações até então realizadas. Apenas a dor de cabeça com idas e vindas ao banco.
E não é preciso navegar muito, para saber o quanto nossa vida está sendo invadida e nem mesmo temos conhecimento disso. E, quando o temos, já é tarde demais. Um conversa confidencial, uma indiscrição ou imprudência verbais e pronto. Lá estamos nós na rede, através das chamadas postagens que se tornam virais, aquelas que se espalham rapidamente e aos milhões de cliques, como mostrou Ryan Holiday, em seu livro "Acredite, estou mentindo - confissões de um manipular das mídias", recentemente lançado no Brasil, o qual que recomendo à leitura. O livro - e suas histórias - vale uma leitura atenta, enquanto temos nossa privacidade sob ameaça. Acercar-se de cautela é a única alternativa para não cair na exposição inadequada na rede mundial de computadores.
O mais recente exemplo vem de uma pesquisa sobre o acesso dos governos a dados privados do cidadão; e um segundo, após um bug num dos aplicativos de segurança em rede de encontros sexuais "entre amigos" - o Bang with friends - ferramenta utilizada pelo Facebook, que está constrangendo muita gente, devido ao furo no sistema descoberto na semana passada por um jornal americano e veiculado como notícia. O que era para ser sigiloso e exclusivo - de alcova, mesmo - caiu no acesso fácil de seus usuários, revelando quem queria "transar" como quem. Cada um que se explique para os que copartilharam de seus desejos e fantasias. Aos interessados, a revista IstoÉ desta semana trouxe a matéria, com os "causos" brasileiros - e identificados - dessa verdadeira armadilha virtual.
O primeiro citado é mais sério e preocupante. Postado na Folha-Online de ontem, trata-se um estudo coordenado pelo Center for Democracy and Technology, baseado em Washington, que mostra como governos de todo o mundo podem ter acesso a dados confidenciais oferecidos por clientes a empresas privadas. E como cada órgão ou entidade governamental podem deles se utilizar e das mais diferentes formas. O autor do capítulo brasileiro é o professor de Direito da FGV-RJ, Bruno Magrani. A bibilhotagem fica por conta da Anatel, através da rede de telefonia celular. E, pela internet, num acordo firmando entre Polícia Federal, Ministério Público, Facebook e Google, garante agilidade em processos e quebras de sigilos. Ninguém vai deixar de acessar a web, porque o estrago já está feito. Basta saber o que compartilhar.

0 comentários: