Pages

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Um problema sem solução. Desrespeito público

Um dos grandes desafios - senão o maior e que centraliza a maioria das reclamações dos usuários - da nova administração que se avizinha é o transporte público urbano. Setor ainda "desconhecido" pela falta de transparência nas informações, que as empresas concessionárias disponibilizam sobre seus próprios negócios e gestão, não há um dia sequer que não chegue um protesto às redações dos meios de comunicação, que reproduzem a insatisfação popular, que hoje é real na vida de mais de 80 mil usuários. Serviços mal prestados, com atrasos em muitas linhas e falta de investimento também no conforto do passageiro, que é obrigado a aguardar o ônibus do intinerário em abrigos mal dimensionados, que pouco protegem do sol ou da chuva. Investimento que deveria partir das próprias empresas, que têm um contrato a respeitar com o poder concedente e uma satisfação a dar ao seu maior cliente, que é o sempre maltratado usuário. Espera-se da nova gestão municipal, que se inicia em janeiro, pulso firme, muita coragem e competência para fazer valer sua posição, perante as operadores do transporte público urbano.

Muito por fazer
E vem de longe a insatisfação com esse serviço. O próprio prefeito cassado, Silvio Félix (PDT), quando secretário dos Transportes do governo Paulo D'Andréa, conseguiu quebrar um paradigma, ao derrubar um monopólio que vinha de longe. E foi só (e dá a impressão que foi casual) o que aconteceu. A expectativa de que com mais uma empresa a concorrência melhoraria a qualidade no setor, não se concretizou.

Ausência clara
E agora, passados mais de 20 anos daquela primeira e grande transformação, tudo voltou ao que era antes. E a insatisfação aumentou ainda mais, porque o poder público não fiscalizou como deveria. Deixou ao livre-arbítrio das concessionárias as melhorias, que não vieram. E se vieram, ninguém sentiu. A despeito de muitos anúncios oficiais e poses para fotografias, a verdade é que o segmento ainda deixa a desejar.

Que fim levou?
Pelo menos não se pode criticar a ausência do Poder Legislativo nessa briga, com um grupo de vereadores, promovendo audiências públicas e colhendo informações para apontar as deficiências e prospectar sugestões de melhorias do setor. Preocupação que não fez eco aos ouvidos do Executivo, que enfiou goela abaixo dos usuários uma mudança estrutural, com terminal e tudo o mais, que só tem provocado críticas. Embora acredite que é falta de costume, falta uma integração maior entre as linhas no próprio terminal. E um estudo competente para obter melhores resultados.

A fé renovada
A maior deficiência, entretanto, em todo setor público, em especial do Poder Executivo, é saber ouvir a voz que vem do povo e entender suas aspirações. As decisões acabam sempre sendo unilaterais e, na maioria das vezes, longe dos interesses da população. Espera-se que seja diferente a partir de janeiro. As expectativas positivas estão à mesa. Resta agora aos futuros administradores e legisladores entenderem esse recado. Aliás, a esperança de novos tempos está e sempre vai estar presente na consciência popular.

Leitura errada
Só para exemplificar esse tópico acima, tomo como referência o caso de alguns vereadores, que depositavam confiança extrema ao então prefeito (hoje cassado) e não ouviram o clamor popular, nem souberam ler nas provas do Ministério Público a expressão da verdade, que a cada dia se tornava mais forte e resistente às mentiras até então contadas. Tiveram uma reação popular à altura de suas ações: votações que não os reconduziram ao cargo. É a sabedoria popular dando o troco à irresponsabilidade política.  

O não aprender
Alguns aprendem fácil as lições. Outros têm um pouco de dificuldade, mas aprendem. E  há aqueles que não aprendem nunca, cegados pela arrogância de se suporem inatingíveis perante julgamentos públicos, amparados por uma eterna sensação de impunidade. Não há mais espaço para esse tipo de político. Embora ainda resistam.

Pergunta rápida
A vereadora não reeleita Iraciara Bassetto (PV) reassumirá sua função como procuradora do município?

O lobo perde o...
...pelo, mas não perde a mania. A oposição política se arrepiou após o operador do mensalão (e que receberá a maior pena) Marcos Valério, ter citado Lula e o ex-ministro Palocci  em depoimentos, na tentativa de obter os benefícios da delação premiada e pedir para ser incluído no programa de proteção a testemunhas ameaçadas, o que o livraria definitivamente da prisão. São várias as perguntas: por que só agora? Por que não se manifestou antes? Ele estava certo da impunidade e agora percebeu que está encrencado. O próprio Procurador Geral não confirma o depoimento, que teria sido dado em setembro. E se houver causa, que se investigue também. E já que é para passar o Brasil a limpo, essa limpeza  deve chegar a todos. Inclusive à própria oposição, que mostrou amplo teto de vidro.

Não é confiável

De repente, Valério sabe de tudo. Até quem mandou matar Celso Daniel. Se ele sabe ou sabia de fato, deveria ter falado lá em 2005, quando teria descoberto. Aliás, faria um grande bem à Nação conhecer a história real da morte do prefeito de Santo André à época. Não a que foi contada e concluída nas investigações policiais. Nunca ninguém engoliu a história de "crime comum" de Daniel e também de Toninho do PT, em Campinas.

Pizza federal???
Essa história toda está cheirando a impunidade. E abriria precedentes para outros condenados. Dessa forma todos se livrariam das prisões, teriam suas identidades modificadas e iriam para um lugar desconhecido sob proteção federal. E viveriam felizes para sempre, fora das grades e curtindo a vida.

Frase da semana
"Ministros do STF falam em proteção a Marcos Valério". Manchete de ontem da Folha de S. Paulo.

0 comentários: