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terça-feira, 6 de novembro de 2012

A maior democracia do mundo...

...quem diria, não tem eleição direta para presidente da República e ainda vota em cédula de papel. São as contradições de um sistema político histórico, que resiste ao tempo e à evolução tecnológica, mas marca registrada dos Estados Unidos da América, que vai às urnas hoje escolher o próximo mandatário, entre o atual, o democrata Barack Obana e o republicano, Mitt Romney. Numa situação de empate técnico numérico, torna-se esta uma das mais disputadas eleições presidenciais americanas dos últimos tempos, que não será decidida, porém, com o voto popular. Daí a diferença do sistema eleitoral brasileiro, que é o povo quem elege por votação direta e sem a burocracia de escolher representantes em cada estado e, assim, formar um colégio eleitoral, que é quem indicará o vencedor.
Por lá também não há uma data fixa para a eleição, que é realizada sempre na primeira terça-feira de novembro do ano eletivo. E o eleitor que vai às urnas hoje, e assinalar na cédula o nome do candidato que deseja, estará sim, escolhendo, em cada estado, os delegados que formarão um Colégio Eleitoral, que em dezembro se reúne para escolher o próximo presidente. A importância do eleitor se dá em nível de representatividade desse colegiado. O candidato que vencer em cada estado, pelo voto popular, leva a totalidade dos delegados daquele estado. Complicado, não é mesmo? Nem tanto e nem tão lógico, pois um candidato pode ter votação menor que o oponente, mas conseguir um número maior de delegados e, com isso, vencer. São ao todo 538 delegados - e quanto mais populoso o Estado, maior o número de delegados - e, para vencer é preciso 270 votos. Um exemplo clássico foi a disputa entre o então vice-presidente democrata Al Gore e o republicando George W. Bush. Gore obteve 50.999.897 votos e apenas 266 delegados e Bush, com 50.456.002, cerca de 500 mil votos menos, conseguindo 271 votos no Colégio Eleitoral.
A diferença entre o Colégio Eleitoral norte-americano e o brasileiro (enquanto existiu), era de representatividade. É que lá, é o povo quem vota para escolhê-lo, de forma democrática. E aqui, o governo sempre tinha a maioria, que era composta por deputados e senadores governistas, que escolhiam sempre os indicados dos generais.
É preciso, portanto, reverenciar o sistema eleitoral brasileiro, cujo princípio é o voto da maioria e a escolha parte de cada eleitor. E a urna eletrônica - que causa desconfiança nos EUA - garante a agilidade do processo e, até aqui, longe do temor dos norte-americanos, não se conhece nenhum caso de fraude.
Contradições e vantagens à parte, a maior democracia do mundo, diferente da brasileira, assim é chamada porque dá opção ao eleitor se ele quer ou não votar. Com o voto não obrigatório (o que não acontece por aqui), vai às urnas quem gosta e tem vontade de participar do processo eleitoral. É um voto qualitativo. Por todo essa complexidade a eleição americana, entretanto, não é menos democrática, fica o exemplo que devemos copiar: justamente o voto facultativo. Aí sim, seria uma democracia completa, sem riscos de escolher gato por lebre. Está na hora de o Brasil liderar esse ranking. De desobrigar o voto.

1 comentários:

Ana Bittencourt disse...

Pequenas correções, se me permite.

O povo vota diretamente no candidato também.

E já usam urna eletronica, sim.