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terça-feira, 20 de novembro de 2012

O custo real da incompetência e do descaso

Obras públicas mal dimensionadas ou sem o devido planejamento, além do alto custo financeiro causado ao próprio erário e que, por consequência atinge o bolso do contribuinte (que paga em dia seus impostos), trazem também um desgaste à própria urbanidade das cidades, nas quais estão instaladas. E, por vezes, tornam-se um obstáculo ao desenvolvimento social e à característica arquitetônica do local, prejudicam a paisagem ou até mesmo colocam em risco a vida de seus usuários. Não é difícil trombar com esses "canteiros" e perceber, rapidamente, o mal que representam. São muitos, mas vou me ater apenas a dois casos.
Dois exemplos fáceis de serem apresentados, que fazem jus a esse tipo de análise em gênero, número e grau. E comprovam a tese antiga, mas ainda em clara vigência, de que se gasta muito mal neste País, quando há utilização do dinheiro público. O primeiro deles, localizada no Centro da cidade é o conjunto de prédios que abrigava o Museu Histórico e Pedagógico Major José Levy Sobrinho e a Bibliotea Municipal João de Souza Ferraz - hoje mal acomodada num imóvel, se não me engano, alugado - e que mostram a degradação urbana daquele local. E, onde antes se respiravam cultura e saber, está à merce de pichadores e virou palco de todo tipo de negócio. Sem prazo para acabar. A biblioteca deve ganhar novo e amplo espaço ainda este no. A praça e o museu, sabe-se lá quando.
Vem de anos e a cada novo que nasce, mais é postergada, como se não fosse responsabilidade de ninguém. Uma área pública de interesse da comunidade, que sofre com mandos e desmandos de uma administração para ser esquecida na história recente do Município. E o que deveria ser um patrimônio a se expor, à visitação e ao uso e deleite dos cidadãos, torna-se um cemitério de tijolos e tapumes. Um sinônimo de má conservação. O que se iniciou como revitalização daquela área urbana, transformou-se em descaso patrimonial. Um desrespeito aos limeirenses e subjugação da inteligência de cada um de nós.
O outro exemplo desse desacerto, que vai custar muito retrabalho, é o recém-inaugurado Viaduto Paulo D'Andréa, pretendido pelo prefeito cassado Silvio Félix (´PDT) como obra de impacto eleitoral, cujos técnicos se esqueceram dos pedestres. Resolvi escrever este artigo, pois ao utilizar-me do viaduto no último sábado à noite, constatei - como muitos já devem ter percebido - que a passagem vem sendo inadvertidamente utilizada por muitas pessoas, que se arriscam e as próprias vidas, ao transitar entre veículos nas duas faixas de rolamento. Se ninguém atentou para essa possibilidade, desdenhou da opinião pública.
E retratar, como fiz no início do texto, também o caso da Praça do Museu, anunciada e reanunciada desde outros natais, foi uma das formas de dar significado ao substantivo incompetência, no trato com a coisa pública. Quer seja responsabilidade da Federação, do Estado ou dos municípios, trata-se de uma triste herança, que ainda está no testamento de muitos políticos. Ainda será preciso limpar a ficha de muita gente, para aumentar a eficiência administrativa do setor público. 

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