Apesar dos vetos pontuais da presidente Dilma Rousseff (PT) ao novo Código Florestal (uma verdadeira excrescência patrocinada pelos ruralistas na Câmara Federal), que amenizam a devastação de áreas verdes, nascentes e cursos d'água e acaba com a anistia aos desmatadores, que costumam se autoproclamar produtores de alimentos, está longe de terminar essa guerra, aberta por lobistas e deputados ligados ao segmento rural, que diga-se, não é unânime quanto à questão ambiental. O que querem, na verdade, produtores disfarçados de parlamentares e vice-versa, nada mais é do que um salvo-conduto, uma carta em branco, para que possam, em nome desse falso argumento, aumentar lucros, relegando a segundo plano as gerações futuras, nas quais se incluem seus próprios filhos e descendentes.
Os argumentos técnicos, à danosa e monstruosa peça aprovada na Câmara Federal, que distorceu o projeto inicial - que também deixa muito a desejar em termos do verdadeiro preservacionismo e do desenvolvimento sustentável - aprovado no Senado, desmentem os sorridentes deputados, que se deliciaram com o que fizeram, achando-se no direito à arrogância extrema, traduzida na condução de Ronaldo Caiado (DEM-GO), conhecido por suas posturas antidemocráticas (contrariando a própria tradução de sua sigla partidária) e visão reacionária da política. Não são eles, os sustentáculos da produção alimentícia, que vão suprir as necessidades do País e do mundo. Não está nas mãos desses latifundiários travestidos de salvadores da humanidade essa responsabilidade. São as médias e pequenas produções, juntas, que garantem esse honroso título, pois traduzem igual ou maior área, que a dos latifúndios, esses sim prejudiciais ao desenvolvimento, uma vez que a maioria deles é sinônimo de improdutividade. Apenas de culto à terra como propriedade privada.
E as médias e pequenas propriedades, que já cumprem com sua obrigação, não serão afetadas pelo novo Código Florestal, conforme pretende a bancada rural. Os grandes pecuraristas e produtores rurais, sim, pois não medem as consequências da destruição que protagonizam e da devastação que causam, apenas em nome do enriquecimento. Uma ganância extremada, que não leva em consideração as consequências futuras de seus atos. E se não veio o veto total, como a sociedade pediu, pelo menos há uma esperança de que ninguém fique impune da destruição já causada até agora, como estavam sonhando Caiado e séquito. Anistiar esses modernos senhores feudais é o mesmo que acreditar na honestidade de sonegadores de impostos ou fraudadores da Previdência Social. Isso seria - como é e sempre será - inaceitável.
A insensatez dos ruralistas deve chegar ao extremo, com recursos so Supremo Tribunal Federal, conforme já informou o próprio Ronaldo Caiado. A sociedade organizada, entretanto, precisa pressionar, para que os vetos - apesar de poucos - não sejam derrubados. É preciso garantir um legado de vida futura aos nossos filhos.
terça-feira, 29 de maio de 2012
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