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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Atraso político atrapalha canteiro público de obras

A manchete desta Gazeta da última sexta-feira, 11, sobre atraso nas obras públicas em Limeira, embora não tenha sido novidade, é algo que merece ser analisado pelo lado político. Muito menos pelos acontecimentos que bombardearam o Município a partir de 24 de novembro de 2011 e culminaram com a cassação de Silivio Félix da Silva (PDT) três meses depois, mas sim pelo ano eleitoral, este 2012, que está em curso. Antes que os escândalos financeiros implodissem a sua trajetória política, Félix provavelmente previa um ano cheio de inaugurações, obras acima do nível do solo, que lhe garantissem visibilidade política, a qual pretendia transferir ao seu escolhido, para disputar nas urnas a continuidade de sua administração. Os 31% de atrasos apontados  pela jornalista Renata Reis, acredito, estariam sendo preparados para ser um porcentual zerado, quanto mais se aproximasse o pleito, em outubro. Evidente que ele teria que respeitar prazos no calendário eleitoral e deixar inaugurações ostensivas de lado, mas o simples fato de estar entregando essas obras indiretamente estaria beneficiando seu ungido.

Uma prática real
Deixar obras visíveis e inaugurá-las - e entregá-las - em ano eleitoral virou hábito no Brasil. Do governo federal aos municipais, passando pelos Estados, nenhum político abre mão dessa "propaganda", que o beneficie diretamente ou então a um indicado seu. Os cidadãos, apesar dos olhares atentos, dificilmente vão enxergar esse desvio de conduta como tal. Muitos até percebem, mas se a obra é de interesse...

Entraves práticos
que se levar em consideração as dificuldades elementares para se colocar uma obra em e entregá-la como no projeto, e dentro do prazo. Que são muitas e as menos perceptíveis. É preciso, entretando, entender essa engrenagem burocrática e seu viés político. Esse segundo um grande obstáculo, que no final gera números, como os apresentados na matéria da Gazeta. Uma situação triste e lesiva a todos nós.

Não é defesa, não
É o chamado atraso que leva ao atraso. Isso, entretanto, não deve ser creditado ao atual prefeito, Orlando José Zovico (PDT), que assumiu o time às vésperas do rebaixamento e agora terá que fazer milagres para livrá-lo dessa situação. É uma analogia interessante, mas muito pertinente para o momento.

Ainda falta, mas...
Pelos cálculos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil terá em 2012 cerca de 2,4 milhões de eleitores a mais do que o registrado em 2010. Ainda faltam computar alguns números, que estão sendo contabilizados. Principalmente os dos últimos dias da regularização quando, segundo dados do TSE, mais de 1,5 milhão de eleitores compareceram aos cartórios eleitorais para regularizar ou se alistar pela primeira vez.

Por aqui, superou
Em Limeira os números superaram, em muito, todas as expectativas. Devem estar aptos ao voto, no dia 7 de outubro, em primeiro turno, mais de 201 mil eleitores. E daqui para frente esse "em primeiro turno" será uma constante nas matérias jornalísticas sobre eleições municipais por aqui. Que o segundo turno seja bem-vindo. E, principalmente, bem aproveitado, quando e se houver.

Pergunta rápida
Por que o Município de Limeira perdeu verbas federais por falta de projetos nas áreas contempladas?

tem os nomes
Está composta a Comissão da Verdade, instituída para apurar as violações aos direitos humanos, no período que vai de 1946 até 1988, que inclui a ditadura militar, iniciada em 1964, que não terá, entretanto, como ocorreu em países vizinhos como Uruguai, Argentina e Chile, poder de punir mandantes e excecutores de torturas contra aqueles que se opuseram ao regime. Ou divulgando ideias ou partindo para uma tentativa de luta armada, que não vingou. Os nomes dos notáveis, que irão à Comissão, foram publicados na sexta-feira, 11, no Diário Oficial da União (DOU), em decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Que apurem tudo
Embora sem a competência de levar os culpados aos tribunais - no meu entender um grande e absurdo erro histórico - a Comissão da Verdade está assim composta: Cláudio Lemos Fonteles, ex-procurador-geral da República; Gilson Langaro Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; José Paulo Cavalcante Filho, jurista; Maria Rita Kehl, psicanlista, Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro, professor e diplomata e  Rosa Maria Cardoso Cunha, advogada da presidente Dilma durante a ditadura militar.

História às claras
Que esses 7 notáveis consigam dar transparência a esse período da  história brasileira, ainda mal contado e que precisa conhecer vítimas e algozes. E trazer à tona o paradeiro de muita gente morta sob tortura, que ainda não se tem notícia. Vivos ou mortos, é preciso dar nomes a todos. Conhecê-los é o primeiro passo para refazer o curso real dessa história macabra de terror e desmandos. Ainda assim ficaremos a dever àqueles que tombaram em defesa da democracia. Que ousaram discordar do discurto dos "90 milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração...."

Frase da semana
"Alguns são hipócritas, porque vivem a homossexualidade na esfera do privado, mas se colocam contra ela no espaço público". Do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual assumido, sobre o número de políticos gays não assumidos. Na sexta-feira, 11, no F5, site de entretenimento da Folha, na Folha.com.

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