Entre o fato e a notícia há, às vezes, uma discrepância na condução da informação, que pode levar a interpretações nem sempre reais. E ser conduzida conforme o interesse institucional. Ou de pseudogrupos formadores de opinião, cuja principal característica é arrestar para si todos os sinônimos da verdade. Ou simplesmente usar desse artifício para se manter dentro dos padrões exigidos pela sociedade. E, ao ostentar essa condição, esquecem-se de princípios que regem a convivência humana, entre eles o respeito à opinião. Seja favorável ou contrária aos seus interesses.
Nem sempre buscam, esses setores, estejam dentro de instituições privadas ou públicas, uma condução ética nas discussões. Atropelam o debate isento e o bom senso e, calcados no desrespeito e na maioria das vezes num ressentimento que beira ao ódio, criam referências próprias, apropriando-se indevidamente daquilo que não lhes pertence. Roubo, puro e simples. Seja de bens materiais ou mesmo de ideias, é crime. E o pior de tudo é que nivelam, num mesmo patamar, bons e maus. Não sabem diferenciar (e às vezes criam um paredão instransponível de arrogância) o concreto do simples achismo. Teorizam a prática com a essência do oportunismo, que significa simplesmente tirar proveito ou acomodar-se a circunstâncias, em detrimento aos princípios ou normas estabelecidas.
No trato com a comunicação, traduzida por informação jornalística, isso é bastante comum. Representa o que há de mais indecente na prática do lidar com a opinião pública para justamente conduzir um disvirtuamento no processo comunicacional e ainda se julgarem acima de tudo e de todos, inatingíveis e escudados, sempre, no direito à liberdade de expressão do pensamento, hoje o mais sagrado de todos os princípios constitucionais e garantiais individuais. É evidente que faz parte desse processo e é preciso ser respeitado, desde que exista uma contrapartida, o respeito do outro lado. Às vezes inexistente.
Aliados ao crescimento da comunicação virtual e transmissão on-line da informação, via a chamada blogosfera, e elevação das redes sociais ao patamar de verdadeiros centros de mídia de massa, a irresponsabilidade ganhou espaço. Não intencional, mas por puro desconhecimento das regras que movem esse intrincado plano da comunicação social. Não vejo o controle social da mídia como forma de conter abusos, em todos seus aspectos. Como também não encaro esse tipo de proposta como censura. Mesmo porque não há, até o momento, uma definição exata do que seja esse controle social da mídia, apregoado por algumas cabeças do governo federal. Não há necessidade para tanto. Apenas tenho o pressentimento de que é preciso mudanças rápidas, a fim de evitar um descontrole nesse processo. Uma mudança que entendo como pessoal. De cada um de nós, que exercemos o jornalismo como profissão.
terça-feira, 22 de maio de 2012
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