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terça-feira, 13 de março de 2012

Acessibilidade já. Ou inclusão comprometida

A acessibilidade ainda é um grande entrave à inclusão. Os portadores de necessidades especiais - pessoas que têm algum tipo de deficiência - são os mais atingidos e estão em luta constante, para que tenham suas condições atendidas. Este não é um problema restrito apenas a Limeira, embora o foco dessa análise é justamente este município, pois é aqui que vivemos e desenvolvemos nossas atividades sociais e profissionais. E é aqui, também, que nos deparamos com situações cotidianas extremamente preocupantes, quando se fala em dar condições a essa parcela da população, que paga impostos, tem profissão e convívio social e todos os direitos constitucionais garantidos integralmente. A mais corriqueira delas, e um exemplo clássico, é o desrespeito às vagas de estacionamento de uso exclusivo.
Então por que a questão se torna recorrente, sempre que se depara com algum tipo de constrangimento ou dificuldade implícita no urbanismo do município? A resposta é simples e direta: falta empenho do poder público e também da iniciativa privada - esta um pouco mais consciente - em proporcionar de fato a esse grupo de cidadãos, o que as lei lhes faculta. Situações que poderiam ser resolvidas rapidamente, às vezes ficam empacadas na falta de vontade política. Quando não na mais odiosa das relações humanas: o preconceito.
Na edição do último domingo, em matéria da jornalista Renata Reis, esta Gazeta tocou num ponto fundamental ao pleno exercício da cidadania, dificultado pela falta de adequação de instalações nas escolas, que recebem as seções eleitorais. Justamente a falta de acessibilidade para que portadores de deficiências possam exercer o direito ao voto. À escolha de seus próprios governantes. Uma questão já debatida, mas ainda sem solução em 23 estabelecimentos do município, a maioria deles da rede estadual, principalmente por se tratarem de construções antigas e inadequadas. Ou seja, lá atrás, apesar de o problema já existir, a situação era pior ainda. Construía-se à vontade e sem a preocupação de que existe, sim, um grupo representativo, que precisa ter acesso facilitado. Que precisa de condições especiais para ter esse direito atendido.
Para suavizar um pouco esse caminho cheio de barreiras físicas, e que já poderiam fazer parte do passado, o promotor eleitoral, João Francisco de Sampaio Moreira, lembra que eleitores que se enquadrem nessa situação podem transferir seus títulos às seções que se enquadrem nos melhores níveis de acessibilidade. E aponta os locais onde o problema existe. Se não é o ideal, traz à consciência de todos que a situação é grave e precisa de mais atenção das autoridades públicas. Essa é só uma ponta nesse iceberg de preconceitos. A base, que é maior e mais dura de ser quebrada, ainda está intacta e representa um grande atraso nas relações humanas. Hoje dá-se um passo, que pode parecer pouco, porém, ninguém consegue caminhar sem fazer o primeiro movimento.

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