Não tem como fugir do assunto. Pode-se até tentar, mas fim de um ano e início de outro é sempre a mesma coisa. Mudam-se conceitos e até a forma de encarar o mistério daquilo que está por vir. Mas o que marca é a curiosidade sobre o que pensam e o que prevêem essas mentes brilhantes, que ousam se arriscar pelo obscuro mundo das advinhações. Sejam elas providas ou não de crenças, objetos materiais ou influência dos astros. Por que há nisso tudo um risco muito grande, que se vai muito mais pelo descrédito dos desacertos nas previsões, do que os acertos mais esperados. Enfim, é entrar na chuva para sair enxarcado.
Eles, os videntes, sejam os tarólogos, astrólogos, numerólogos, pais-de-santo, especialistas em runas ou cientistas - até Isaac Newton já tem uma previsão para o fim do mundo - acabam sempre nos cativando e eis que nos pegamos, de alguma forma, devorando suas mensagens. Num misto de desconfiança e aquele sorrisinho maroto, para checar lá na frente apenas os erros, que cometeram. Pouco vai nos importar se e como acertaram. Mesmo se tenham alcançado o índice de 100%.
De conteúdo muito bem trabalhado, o artigo da última sexta-feira (Os mistérios de 2012), da coluna Ponto Um, de Roberto Lucato, nos trouxe uma faceta interessante dessas previsões, que se repetem, repetem e são tão óbvias que nos tiram o ânimo no sentido de estarmos atentas a elas. Repetição por repetição, dá para prever como será o ano que se inicia, Principalmente quando percebemos nessas previsões, um certo receio em citar nomes, quando o destino indica mortes ou desastres. Questão de ética, dizem alguns advinhos, mas tenho a impressão que o chute é maior que o fato em si. É por onde se percebe a fragilidade do tema e vira senso comum.
Se a curiosidade de fato matou o gato, nunca ninguém descobriu. Mas que ela é maior que nosso senso de realidade, isso lá é. Por isso tirei algum tempo nessa entrada de ano novo para ler os mais conceituados advinhadores deste País. Se não frustrou por completo, caiu na mesmice de sempre. Com uma diferença. A maioria deles seguindo por um caminho de semelhanças e coincidências impressionante: crise Européia pelos próximos cinco anos; Dilma fortalecida e continuando sua limpeza ética; crises e turbulências políticas por aqui e lá fora também; alternância de momentos bons e ruins para a economia brasileira e, finalmente, as personalidades e seus futuros, muitas vezes incertos. Ai essas personalidades se tornam anônimas. Um direito ao resguardo, diria eu. Chute, diriam os mais céticos.
E uma garantida dada por todos eles: o mundo não acabará em 2012. Então que ninguém se preocupe com isso. E não tem que se preocupar mesmo. Até hoje foram descritas 13 previsões diferentes para o fim dos tempos (1033, 1524, 1666, 1734, 1736, 1881, 1886, 1943, 1994, 1999, 2003 e duas para 2011) . E outras que continuam para além de 2012. Portanto, nada de sair por ai, querendo viver este ano como se fosse o último. Pois não será. Mais uma vez!
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
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