Está lá na mitologia grega. Pandora, a primeira mulher criada por Zeus. Que recebeu uma caixa, na verdade um jarro, contendo todos os males do mundo. Ao abri-lo, Pandora liberou todo seu conteúdo menos um dos itens existentes: a esperança. O que singifica que a esperança ainda está, guardadinha e oculta, aguardando também que alguém a libere, para que todos possam desfrutar dessa doce sensação. Se hoje, o sentido dado à frase "abrir a caixa de Pandora" pode nos remeter a um mal, que não tem como ser desfeito, é preciso, então, levar em consideração àquele item remanescente e que ainda está no interior do grande jarro.
Então que Pandora seja transportada aos dias de hoje - na mitologia nada é impossível - e tome assento entre os cinco vereadores da Comissão Processante, na Câmara Municipal, para guiar os passos desses legisladores, na hora de abrir as caixas, que não Zeus, mas o Ministério Público (leia-se Gaeco) entregou fechadas a eles. A diferença entre o mito e a realidade é simples e fácil de entender. Ao contrário da própria criação mitológica do soberano do Monte Olimpo, esses quatro homens e uma mulher não poderão liberar ao vento todos os males contidos nas "caixas do MP", sob pena de punição rigorosa ao sabor da lei, mas poderão, sim ao fazer o uso correto de todos os documentos lá contidos - dos males, que não são os do mundo, mas estão por toda a parte - devolver o único item ainda escondido pela própria Pandora: justamente a esperança, da qual me ocupei lá atrás ao explicar essa criação do "rei" de todos os deuses.
A esperança de trazer à luz a verdade - ou várias - sobre os últimos acontecimentos políticos que envolveram e continuam envolvendo Limeira e indignando seus cidadãos. A mesma esperança que criou um movimento mobilizador, que já transcendeu qualquer cor partidária, a ponto de lotar o auditório do Plenário da Câmara (hoje residência oficial de Pandora) em pleno domingo de uma noite chuvosa. A esperança de trazer de volta a transparência nos negócios - e até negociatas - públicos ainda sem explicação, que traz tantos pontos de interrogação, que mataria de inveja aquele personagem dos quadrinhos e das telas, o Charada, um dos antagonistas do super-herói Batman.
E fundamentalmente, uma esperança que está acima de qualquer outra: a da limpeza ética na política, hoje uma espécie de mobilização nacional, quase uma cruzada, contra a corrupção. Dá, sim para tirar do jarro de Pandora tudo isso e mais um pouco. Os males já os conhecemos. Neste momento é preciso saudar outras duas características introduzidas à humanidade por essa mulher, a força e a dignidade, que ensinam ao homem lutar por sua vida, enfrentando as adversidades, que lhes são postas no caminho. Cumpre ao quinteto, então, a responsabilidade de liberar essa espernaça. Pandora os observa do alto.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
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