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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Há algo estranho no ar. Talvez até cumplicidade!

A bola da vez no governo da petista Dilma Rousseff é o ministro do Trabalho Carlos Lupi (PDT). A mídia, com a complacência e até mesmo interesse (penso eu) do Palácio do Planalto, "resolveu" que é hora de Lupi ser defenestrado de sua função. Pesada artilharia disparada das páginas de jornais e revistas e amplamente reforçada por emissoras de rádio e televisão, estão mirando o ministro pedetista, nos mesmos moldes do que ocorreu com Antonio Palocci, Luiz Sérgio, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novaes e Orlando Silva. Este último ainda recente.
O interessante dessa onda de denúncias é que, diferente de seu antecessor e mentor, Lula, Dilma não critica e nem contesta a mídia. Deixa que os próprios denunciados façam suas defesas ou coloquem em dúvida o conteúdo das informações públicadas e levadas ao ar diariamente. Ela defende, sim, seus assessores diretos envolvidos nos escândalos, porém de forma discreta e polida. Sem deixar transparecer que esteja irritada ou desacredite das notícias veiculadas. A presidente está levando à prática sua primeira e contundente declaração, quando foi oficialmente dada como eleita: "prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras". Quer frase mais republicana que esta? Além de reforçar o sistema de governo, que hoje comemora seus 122 anos de vigência, garante assim, um direito fundamental e constitucional do cidadão, que é o de informar e ser informado.
Desde a queda de Palocci, que era o seu braço direito, não se viu um sinal sequer no sentido de repreender o noticioso, que diariamente trazia novas e contundentes denúncias contra o então poderoso ministro da Casa Civil. E os fatos foram se sucedendo, novos nomes iam sendo envolvidos num lodaçal profundo da corrupção e instados, dócil e delicadamente, a renunciar a seus cargos. Alguns resistiram mais que os outros e, nesses casos, Dilma dava um jeitinho de "estimular" o único e possível caminho: a autodemissão. É preciso, e o próprio sistema republicano dá as diretrizes, que não se confundam provas e verdades com o denuncismo político falacioso e interesseiro. Em todos esses casos, porém, as provas e verdades foram muito mais categóricas que o próprio interesse de grupos políticos.
Alguém lembrou,assim que o terceiro ministro caiu, que Dilma estava aproveitando deslizes do alto escalão governamental, para construir seu próprio Ministério. O que não pode ser descartado, uma vez que todos eles eram herança de Lula. E Lupi, que agora balança, entre eles.
Há algo estranho no ar. E neste quase concluso primeiro ano do governo da petista, parece haver até mesmo certa cumplicidade com a imprensa, no sentido de se prosseguir nessa limpeza ministerial. Lupi não vai ser abatido à bala, como chegou a desafiar seus desafetos. Dilma espera, acredito, mais um noticiário!

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