Provavelmente hoje e com anúncio oficializado, os bancários devem paralisar suas atividades. Para irritação e desprezo de muitos e compreensão de outros, pois não há como negar que estão na justeza de seus direitos e de fato suas reivindicações são reais. São coerentes com suas necessidades e com com o lucro e crescimento do sistema bancário nacional. Os números são frios, não mentem e são públicos. Divulgados pelos próprios bancos, através de índices de lucratividade e crescimento. E são, irrefutavelmente, números grandiosos, que poderiam (sem empobrecer banqueiros ou instituições) ser repartidos de forma mais justa. Mais compensatória e atender aos índices pleiteados pela categoria.
Isso posto, é preciso, antes de novos embates, das tradicionais negativas da classe patronal e assembleias barulhentas dos sindicalistas, uma mudança radical de discurso. E de ambas as partes. Pois se as negociações são sempre dolorosas para a classe trabalhadora e tratada com desdém pelos patrões, são claramente prejudiciais à população, que depende desses serviços. É o consumidor, o usuário final do sistema financeiro, quem vai sentir os solavancos dessa estrada tortuosa e arcar, no final da jornada, com todos os custos dessa contenda, que a cada ano se repete. Da mesma forma, com o mesmo contexto e, provavelmente, resultados também. Sem qualquer tipo de avanço significativo e prático. Entre bater de pés e recuos, o acordo final acaba agradando a ambas as partes e, no anúncio do retorno ao trabalho, os dois lados propagam vitórias fingidas, dentro de um script mais que conhecido.
Um jogo de cena que a cada ano reforça uma velha prática, lá dos primórdios do sindicalismo na sua estrutura, como conhecemos hoje. Assim como na política, que ganhou status de profissão, o dirigente sindical está no topo de uma casta de privilegiados e dela não quer abrir mão, de forma alguma. É altamente rentável às entidades representativas, o que as contrapõem aos reais interesses das categorias que representam. Para que não fique nenhuma dúvida sobre essa minha afirmação, emendo com um questionamento: alguém já viu algum grupo abdicar desse poder todo? Não! As disputas pelo controle dessas entidades, em período de eleição de diretoria é a mais pura expressão dessa realidade. Em alguns casos o controle acaba se tornando vitalício, passando até mesmo de pai para filho. A democracia e o estado de direito permitem a defesa de ideias e ideais em todos os níveis. Urgente se faz, entretanto, modernizar alguns discursos ultrapassados e com cheiro de naftalina. Principalmente quando se tornam repetitivos. Cópias autenticadas de uma história, que precisa e deve ser reescrita. Quando há riscos à credibilidade, é porque está na hora de mudar. Por favor me cobrem nos próximos dias!
terça-feira, 27 de setembro de 2011
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