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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A história do copo! Meio cheio ou meio vazio?

Apesar de não ser novidade para ninguém - e nem ser exclusividade de Limeira - quando tornados públicos, esses números assustam. E causam espanto pela sua crueza. São, entretanto, irrefutáveis e merecem amplo debate. Estou falando da manchete do domingo desta Gazeta, que trouxe a baixa (baixíssima, diga-se) procura dos cursos das duas unidades da Unicamp em Limeira, por limreirenses. Pelos dados atuais, apresentados na matéria das jornalistas Érica Samara da Silva e Kelly Camargo, tanto a Faculdade de Tecnologia (FT), quanto a Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), apresentam números parecidos. Porcentuais mínimos, que não chegam aos dois dígitos. A FT, para explicar, é o antigo Ceset e a FCA, o recém-criadompus II da Universidade Estadual de Campinas no município.
Se comparados a números de trás, da década de 1980, uma certa semelhança, embora àquela época essa participação fosse menor ainda. Mínima para ser mais exato. Faço aqui uma menção à antiga Faculdade de Engenharia de Limeira (FEL-Unicamp), que deixou a cidade entre 1984 e 1985, quando os universitários, amparados pela direção da unidade, à época, conseguiram reintegrar o curso a Campinas, justamente porque o número de estudantes locais matriculados beirava à inexpressividade: de 400, apenas 4. Se não me falha a memória. Argumento forte daqueles que lutavam para levar daqui a Engenharia.
Ao discutir o assunto com minha esposa, que é formada em universidade pública - Unicamp, por coincidência - ela acredita que faltou uma pesquisa de mercado para avaliar as necessidades e os desejos dos próprios limeirenses, o que poderia impulsionar maior participação local no vestibular, antes da instalação dos cursos atuais. Muitos tratam também do mito Unicamp e do meio de seleção dos futuros universitários, como empecilho ao maior acesso. Os próprios coordenadores e diretores, tanto da FT como FCA, descartam esse tipo de raciocínio. Acredito que, assim como os outros motivos, não deva ser desconsiderado de todo.
Antes de afirmar que são tristes retratos de pouca valorização do santo da casa, vou lembrar um aparte de minha filha, que estuda em São Carlos, também em universidade pública, quando afirma que acontece o mesmo fenômeno. Para ela, a explicação é a necessidade de os jovens enfrentarem os desafios longe de casa, como primeiro passo do corte definitivo do cordão umbilical. Pode ser mais um palpite a ampliar o debate. Acredito que todas as razões apresentadas aqui são possíveis de validação e, de certa forma, contribuam para a fixação desses números. Nesse contexto, está ficando de fora um argumento interessante, que é o da movimentação econômica, cultural e social, que essa massa estudantil vinda de fora pode proporcionar ao município. E os daqui, fora também! Um círculo virtuoso, que faz girar a engrenagem do desenvolvimento. Não seria melhor pensar dessa forma em vez de cultivar certo bairrismo provinciano? A se pensar!

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