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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma coisa puxa outra. Quando não puxa...

Matéria exibida semana passada em telejornal mostrou a situação caótica do trânsito paulistano e a falta de vaga para estacionamento em corredores comerciais e área central do município. São mais de 7 milhões de carros. A conclusão da reportagem foi óbvia: tivesse a população um transporte público de qualidade e o problema começaria a ser resolvido. Sem comparações e guardando as devidas proporções, Limeira que é uma cidade de médio porte também está enfrentando graves problemas no trânsito, também por conta da deficiência do transporte público de péssima qualidade. A frota de veículos, que só aumenta conforme vem mostrando esta Gazeta, também é responsável por parte do problema. Está na precariedade do sistema urbano de transporte coletivo, entretanto, a origem do problema. O poder público é incompetente para solucionar a questão e as empresas concessionárias estão preocupadas apenas com o "equilíbrio financeiro". Explicando: em ganhar muito sem investir quase nada. Resta ao cidadão limeirense, então, tirar seu carro da garagem para tudo. Sem planejamento, o trânsito central se complica.

Paga-se demais
E desde a última quarta-feira, para corroborar tudo isso que escrevi acima, por decreto, a passagem dos ônibus urbanos está mais cara. Passaram de R$ 2,40 para R$ 2,70, mais de 12% de aumento e que ninguém, na Prefeitura, quer explicar. Ou não tem o que explicar, uma vez que o índice aplicado superou qualquer expectativa. Ou seja, mais de 100% sobre o índice da inflação do período. Um absurdo!

Tentativas vãs
Desde o anúncio do aumento, a Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara para assuntos de transporte público está tentando ouvir o secretário dos Transportes do Município, Rodrigo Oliveira. Foi duas vezes convidado a comparecer à sede do Legislativo municipal e, em ambas, pasmem, não compareceu. Numa clara falta de respeito para com os parlamentares que compõem a comissão. É que ele não tem o que falar.

Cena inusitada
Na quinta-feira, a assessoria de imprensa da Câmara distribuiu uma nota, com foto, mostrando a reunião da Comissão do Transporte Público, que aguardava o secretário. Um desolado Ronei Martins (PT) aparecia sozinho em meio a papéis. Explicação: os outros dois membros, os governistas Iraciara Bassetto (PV) e Carlinhos Silva (PDT) também não compareceram. Ao ver a foto questionei o vereador petista sobre as ausências. Segundo Ronei, as faltas foram devidamente justificadas.

(In) Segurança
Depois que critiquei nesta coluna a ausência de viaturas e policias nas noites limeirenses, algumas começaram a circular. Relatei isso também. O fato é que durou pouco e tudo voltou ao normal. Ou seja, o limeirense que precisa se locomover à noite, a pé ou de carro, depara-se, principalmente na região central, com a total ausência de policiais ou GMs. Nem as belas e sofisticadas viaturas dos esquadrões especiais da Guarda Municipal - a SWAT limeirense - circulam. Então ficamos nós conosco mesmos. À mercê do imponderável e das cantadas de garotos e garotas de programa, que circulam no quadrilátero central. E de possíveis abordagens da bandidagem. Tudo muito bom. Tudo muito legal e como é de costume do governo estadual. É o "que se lixe a população" das autoridades estaduais.

Pergunta rápida
A quem um vereador deve satisfação? Ao povo que o elegeu nas urnas ou ao prefeito que deseja sua obediência?

Se você quer ler
Hoje é dia de leitura. E o livro que vou indicar é um dos mais dignos representantes da literatura latino-americana. Trata-se de O Jogo da Amarelinha (Rayuela, no original), de Julio Florêncio Cortázar. Ou simplesmente Júlio Cortazar, que ao lado de Jorge Luis Borges, é o principal representante da literatura argentina. O livro foi escrito em 1963 e o assunto principal do livro não são os personagens, por sinal muito bem trabalhados, com capítulos sobre seus cacoetes, suas manias e suas vidas. O assunto principal é o próprio livro. É um romance onde os personagens oscilam e brincam com a mente subjetiva do leitor, e tem vários finais. Cortázar é filho de pais argentinos mas nasceu em Bruxelas, em 1914 e morreu em Paris, em 1984. Ainda é um dos grandes da literatura mundial.

Eu Recomendo!
O filme desta semana traz um tema bastante atual e realista. E devido aos últimos acontecimentos vale a indicação. Trata-se de o Senhor das Armas (Lord of War, EUA - 2005). Traz como protagonista o excelente Nicolas Cage, além de Bridget Moynahan, Jared Leto, Shake Tukhmanyan, Donald Sutherland, Ethan Hawke, Ian Holm, entre outros. A direção é de Andrew Niccol. Esse drama, com duração de 122 min. trata do traficante de armas Yuri Orlov (Nicolas Cage), que realiza negócios nos mais variados locais do planeta. Estando constantemente em perigosas zonas de guerra, Yuri tenta sempre se manter um passo à frente de Jack Valentine (Ethan Hawke), um agente da Interpol, e também de seus concorrentes e até mesmo clientes, entre os quais estão alguns dos mais famosos ditadores do planeta. Vale pela lição e pelo tratamento sobre as armas e sua utilização. Assistam!

É de fazer rir...
...algumas opiniões sobre a questão das armas e do desarmamento. Muitos ainda tratam o tema, mostrando uma incrível paranoia e trazendo à tona muitas teorias conspiratórias. Chega a ser ridículo a opinião que um possível desarmamento vai desarmar o cidadão e armar o bandido. Balela pura. Mostram, ainda, como muitas cabeças são pequeníssimas e de pensamento curto. Como estamos numa democracia, entretanto, é preciso respeitar tais opiniões, deixando quem venham a público. Afinal só se passa por ridículo quem quer. Como muitos estão achando minha opinião ridícula também. É o direito ao contraponto!

Frase da semana
"Eu não matei ninguém. Ele não falou que era pra isso, falou que era pra defesa pessoal". Manuel Freitas Louvise, 57 anos, preso por ter vendido o revólver calibre 38 a Wellington Menezes de Oliveira, o matador de Realengo. Na quinta-feira, 14, na Folha.com - Cotidiano.

Antonio Claudio Bontorim

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