Uma notícia que poderia passar despercebida em meio a tantas manchetes policiais, como sendo mais um caso corriqueiro envolvendo agressões, não fosse o local do fato, como aconteceu e suas consequências. Na edição da Gazeta do último domingo, na página policial, está lá estampada com todas as letras, para quem quiser ler e tirar suas próprias conclusões: “Professora passa mal após ser ameaçada por aluno em escola”. Em seguida um breve relato da ocorrência, que mais uma vez dá a dimensão exata da perda de controle do Estado perante a Educação. Se é que podemos chamar dessa forma, o terror - terror sim e não é exagero - pelo qual estão passando os educadores em sala de aula. A autoridade que foi tirada do mestre no seu reduto está sobrando em autoritarismo ao aluno, que perdeu seu limite.
Em outras oportunidades já tratei do tema, aqui mesmo neste espaço, em que o ato de ensinar, alfabetizar, educar, vira caso de polícia. Com agressões físicas, destruição do patrimônio público e até mesmo danos a bens materiais dos próprios professores, por quem deveria estar aprendendo a ler e escrever, porém não gosta de ser chamado à atenção ou repreendido por ações, que não são condizentes com o ambiente escolar. Não se têm, até agora, notícias de ações efetivas das autoridades educacionais do Estado, no sentido de resguardar a integridade física e psicológica desses professores. Panos quentes normalmente abafam tais situações.
O caso envolvendo uma professora do ensino fundamental da Escola Gabriel Pozzi, que passou mal após ser ameaçada por um aluno da 6.a série, dentro da sala de aula, é mais um dos muitos divulgados, e de forma inquietante, pela imprensa. Apesar de a agressão física não ter se consumado, o estresse do momento levou a professora a ser medicada no pronto-socorro de um hospital local. Ela foi obrigada, ainda, a ouvir alguns palavrões do menino, por tê-lo encaminhado à diretoria, entre outras ameaças. E registrou boletim de ocorrência. Uma delas a polícia tem obrigação de investigar: “agora você vai me conhecer, conhecer minha família. Você vai ver quem eu sou, você está ferrada”, disse-lhe o agressor, dando a entender que a própria família compactua com esse tipo de atitude. O que os dirigentes de ensino têm a dizer sobre isso? Já passou da hora de os responsáveis pela Educação no Estado de São Paulo tomarem atitudes dignas de autoridades.
Não dá mais para ignorar tamanho absurdo e continuar passando a mão na cabeça da agressão. O que se pode esperar, entretanto, de autoridades que discriminam professores concursados, porque são obesos? De autoridades que estão fora das salas de aula e talvez nem saibam como é uma de fato? Vira caso de polícia mesmo!
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 5 de abril de 2011
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