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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um ano especial!

Não dá mais para olhar para trás. E 2010 vai ficando apenas no retrovisor, e se perdendo no rastro da poeira. Assim como a primeira década do Terceiro Milênio. A apenas quatro dias do novo ano e da segunda década do século XXI, 2011 já desponta, no Brasil, com algumas peculiaridades, que dificilmente serão superadas nas próximas; ou talvez séculos. Entra para a história com a primeira mulher eleita presidente da República, Dilma Rousseff, posição conquistada ao suceder seu padrinho e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva. E, de presente, leva um país estável e cheio de expectativas positivas, justamente as mesmas que lançaram a Nação no ineditismo político de, depois de uma eleição e reeleição - oito anos consecutivos - um presidente eleger seu sucessor. No caso, uma sucessora.
Só por isso 2011 vem recheado de esperanças e amparado na confiança de que, no mínimo, poderá repetir o ano que está chegando ao fim e que ficará marcado pela consolidação democrática e estabilidade econômica, sem solavancos ou surpresas desagradáveis. Está no olhar de cada cidadão - mesmo daqueles que esboçam desconforto pela vitória de Dilma - e consolidado em números. E que pode ser exemplificado naquela velha máxima do copo, que está com água até sua metade. Para o pessimista será sempre um copo meio vazio. E para o otimista, meio cheio. Uma questão que a semântica ainda não pode explicar.
Fugir dessas analogias é desrespeitar os sonhos de todos aqueles que apostaram no brilho de uma estrela e hoje têm a convicção de que sua luminosidade será cada vez maior. A possibilidade de que venha a se ofuscar e, com o passar do tempo, seja tomada pela opacidade dos incrédulos, não deve nunca ser descartada. Em política nada é certeza. Não há 100%. O dominó global pede cautela. Euforia em demasia ou desrespeito para com os vizinhos do planeta pode desencadear um efeito terrível, assim que a primeira peça for derrubada. Espera-se, portanto, que essa pedra seja monolítica. Pois a interdependência global é, de fato, o grande risco.
É a força interior de cada cidadão brasileiro, entretanto, que poderá ter peso decisivo na condução dos destinos da Nação, daqui para frente. Recente enquete no site da Gazeta pôde comprovar essa tese, ao apontar que a confiança é muito maior que a desconfiança. Agora é torcer para que as mãos da condução nacional estejam sempre seguras. Que não haja vacilos nas decisões. E, acima de tudo, que o chão da democracia tenha cada vez mais a solidez das rochas. Feliz 2011 a todos!

Antonio Claudio Bontorim

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