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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O fim da picada

O ano está terminando e uma estatística perigosa alerta para o próximo, que chega a menos de um mês. Trata-se da dengue, que pode fechar 2010 com quase 800 casos confirmados. Até agora foram 764 e já é o segundo ano com maior número de infectados, perdendo apenas para 2001, quando houve recorde de notificações, com 858 casos. As previsões para 2011 também não são nada animadoras, podendo chegar a mais de mil contaminados. Sem contar também o vírus tipo 1, que voltou a circular e representa grande parte daqueles que contraíram a doença. O alerta, em tom pessimista, é da Secretaria Municipal da Saúde, que se antecipou ao problema e já pediu mais 30 cargos para agentes de controle de endemias, para dar conta do que vem por aí. Em especial entre os meses de março e abril, quando acontece o aumento nas incidências.
O que mais preocupa, nesses números, entretanto, não é a catástrofe anunciada. O problema é sério e não vai depender apenas de mais profissionais para a saúde. É que o controle dessa infecção está nas mãos da própria população, que nem sempre leva a sério as campanhas de conscientização, mantendo-se alheia e contribuindo de forma decisiva para o aumento da doença, quando não faz a coisa certa ao não acabar com os criadouros do Aedes aegypti. São cuidados, os mais simples possíveis, como a eliminação de água parada em recipientes como pratos de vasos, garrafas, pneus, caixas d’água descobertas, entre outros, que podem fazer a diferença na retração - ou não - da dengue. É evidente que há os que vêm de fora, dos quais não se tem controle, porém são casos reduzidos.
Todas as instruções são fáceis de ser seguidas e se cada cidadão acatar as recomendações das campanhas institucionais e as sugestões do Centro de Controle de Zoonoses, o passo mais importante para que as previsões não se confirmem já foi dado. Em alguns casos só a limpeza de vasos, vasilhas e utensílios, canaletas e ralos com escova para remoção dos ovos do mosquito e a adição de cloro, não está funcionando e as larvas são eliminadas somente com o uso de inseticidas, que trazem riscos ao meio ambiente. A ação preventiva, dessa forma, se torna mais importante ainda nesse tipo de controle. Nessa “guerra”, adiantar-se à estratégia do inimigo, o Aedes aegypti, é fundamental. A responsabilidade é de todos. E se as autoridades estão fazendo a parte que lhes cabe, a participação do cidadão é essencial.

Antonio Claudio Bontorim

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