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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Egoísmo nosso de cada dia

Respeito. Gentileza. Solidariedade. Educação. Palavras diferentes e com significados distintos, mas que têm um denominador comum: retratam a dignidade do ser humano no trato com seu semelhante. Ou a falta dela, quando se esquece que o cotidiano de cada um é composto por direitos e deveres. Por obrigações, que deveriam nos diferenciar de todos os outros seres vivos que, em certos casos, retratam uma pequenez de sentimento e uma pobreza de alma tão aparentes, que é possível duvidar até mesmo dessa condição de racionalidade. De que a razão e a inteligência são características inerentes ao homem.
Escrevo isto para ilustrar uma cena mostrada ontem pelo Portal G1, da Globo, quando uma senhora grávida teve que arrancar à força uma jovem, que não queria ceder-lhe o lugar numa composição do metrô de São Paulo. Detalhe: o local era justamente um daqueles preferenciais, reservados para grávidas, pessoas idosas ou portadoras de deficiências. Não estou defendendo aqui os métodos utilizados pela referida senhora para mostrar à “intrusa” que ela estava errada. Mesmo tendo o direito ao assento preferencial, a ação violenta sempre tira a razão de quem a pratica, independentemente dos motivos que levaram a ela.
Um caso isolado, que mostra como andam em falta justamente as quatro palavrinhas que citei no início deste artigo. E que revela, sobretudo, como o individualismo e a famosa “lei de Gerson” têm sobressaído, cristalizando o egoísmo - antes latente - naqueles que se julgam acima do bem e do mal. Melhores que seus próximos, a ponto de se acharem desobrigados às regras da convivência humana. Desconhecedores que são desse fundamento básico que rege a conduta social.
Tenho presenciado casos semelhantes em Limeira. Ainda não testemunhei nenhuma ação como a da senhora grávida do metrô paulistano, mas há tempos observo o comportamento de outra senhora, aqui da sociedade limeirense e afeita às colunas sociais, que insiste em estacionar seu enorme automóvel em vaga preferencial destinada a deficientes, num conhecido varejão da cidade. Seu veículo não tem adesivo indicativo para tal e até onde a conheço, ela goza de saúde perfeita. Mas está lá, exibindo-se e atestando sua ignorância. E, agora, com o fim da cobrança da tarifa de área azul nas vagas especiais destinadas a idosos, não faltarão os espertalhões, ávidos por levar vantagens sobre seus iguais. Este talvez seja um período propício ao aprendizado da humildade, lição que ainda falta a muita gente!

Antonio Claudio Bontorim

1 comentários:

Anônimo disse...

-"Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade."